Comportamento e ecologia de uma população de macacos-prego (Sapajus nigritus Goldfuss, 1809) em um fragmento florestal inserido em área urbana no município de Londrina, Paraná, Brasil

• Autor(a) principal: Lorenzo, Mariana Pauletti
• Data de Publicação: 2024
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UEL
• Texto Completo: https://repositorio.uel.br/handle/123456789/9549
• topic: Macaco-prego; Ecologia; Londrina (PR); Macaco-prego; Comportamento; Ecology; Behaviour; Animal behavior; Monkeys - Londrina (PR); Capuchin monkeys

Resumo: O macaco-prego (Sapajus nigritus (Goldfuss, 189)) é uma espécie que possui alta plasticidade comportamental, adaptando-se facilmente em ambientes urbanos adjacentes ao seu habitat natural O objetivo destre trabalho foi estudar a ecologia e o comportamento de uma população de S nigritus in situ no campus da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Londrina, Paraná Foram coletados dados comportamentais e ecológicos pelos métodos scan sampling e animal focal da população durante o período de um ano (setembro de 216 a agosto de 217), totalizando 31,2h de esforço amostral O grupo de estudo possui 52,2 ha de área de vida, cuja área nuclear possui 9,6 ha, correspondendo a 18,3% do total da área de vida A abundância populacional teve média de 25,5 indivíduos, a razão sexual com média de 1,26:1 (machos e fêmeas) e a densidade populacional média 49 ind/Km2 (,2 Km2/ind) Os resultados indicam que as altas frequências em determinados locais por estação do ano estão relacionadas à época de frutificação de algumas espécies vegetais presentes nesses locais Foram mensurados 81 percursos diários, que variam entre 89 a 2428 m, sendo que os percursos mais longos ocorreram na primavera O grupo de estudo não possui preferência por locais arborizados ou edificados pelo campus, tornando-o um ambiente homogêneo para uso do grupo O grupo consumiu 11 espécies vegetais de 45 famílias botânicas, sendo 55 nativas e 46 exóticas, sendo as famílias com maior abundância foram a Fabaceae e Myrtaceae O item alimentar mais consumido foi fruto (51,9%), seguido de caule (24,4%) e flor (14,5%) A maior abundância de espécies vegetais consumidas foi no verão (n=21), seguida da primavera (n=2), inverno (n=18) e outono (n=16) Das espécies vegetais consumidas, houve um maior consumo de nêsperas (Eriobotrya japonica (Thunb) Lindley) (11,8%) e as sete-copas (Terminalia catappa L) (7,9%) Houve um maior consumo de frutos em relação aos demais itens no outono (65,3%) e primavera (65,1%) O inverno, que é a estação provavelmente com maior gasto energético devido às baixas temperaturas, teve a maior abundância de itens alimentares (n=52), e consumo de flores (6,8%), com uma maior frequência de forrageamento de folhas secas (33,4%)As lixeiras do campus foram mais forrageadas no outono (11,4%) e inverno (12,2%) A população estudada gastou a maior parte do tempo em atividades de forrageamento (27,4%), locomoção (24,7%), seguidas de alimentação (22,6%) e interações sociais (13,3%)No período chuvoso se locomoveram mais (26%), houve uma maior frequência de atividades sociais (15%) e realizam mais auto-atividades (9%) em comparação ao período seco, em que houve uma maior frequência nas demais atividades: alimentação (23,2%), forrageamento (28,6%) e social (11,4%)