Propriedades da rede comensal de uma assembleia de orquídeas e seus forófitos em uma floresta estacional semidecidual
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Data de Publicação: | 2024 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UEL |
Texto Completo: | https://repositorio.uel.br/handle/123456789/11640 |
Resumo: | Resumo: As análises de redes ecológicas têm sido utilizadas em diversos ramos da ecologia e se consolidaram como excelentes ferramentas no estudo de comunidades biológicas Embora tais análises tenham se revelado bastante informativas no estudo das interações ecológicas como mutualismo, parasitismo e comensalismo, análises de redes voltadas especificamente ao estudo da relação comensal entre orquídeas e seus forófitos são ainda escassas na literatura Atualmente, existe disponível uma grande diversidade de índices para as análises de redes ecológicas, os quais, se utilizados em conjunto, no caso de abordagens envolvendo orquídeas e seus forófitos, podem revelar padrões de distribuição espacial das diferentes espécies de orquídeas, informação essencial para a compreensão da dinâmica estrutural do grupo Deste modo, o presente trabalho visou analisar uma assembleia de orquídeas e seus forófitos sobre a perspectiva das redes ecológicas As amostragens foram realizadas em um remanescente de Floresta Estacional Semidecidual (Parque Estadual Mata dos Godoy, PEMG), com 69 ha, localizado no norte do estado do Paraná, sul do Brasil (23°27’S, 51°15’W), no período de janeiro a novembro de 213, totalizando 1 dias de amostragens e cerca de 9 horas de investigação de campo As amostragens, sempre realizadas por dois pesquisadores, envolveram buscas intensas por trilhas e incursões por diferentes áreas do parque, na procura de orquídeas e seus forófitos Nas análises de rede foram utilizados índices de aninhamento (NODF), modularidade (M) centralidade por proximidade (CC), centralidade por intermédio (BC) e robustez (R) A fim de se detectar se a proximidade filogenética interfere no padrão de colonização das orquídeas, foi construída uma rede energizada, na qual as espécies centrais tendem a estarem posicionadas no centro da rede Nesta análise as orquídeas foram separadas de acordo com suas respectivas subtribos Foram coletadas 27 espécies de orquídeas epífitas em 39 espécies de forófitos A rede apresentou-se fracamente aninhada e não modular As orquídeas que se estabeleceram preferencialmente acima do dossel tenderam a utilizar três espécies de forófitos que oferecem tais condições: Aspidosperma polyneuron Muell Arg, Gallesia integrifolia Spreng e Ficus sp Contudo, estas espécies também serviram de suporte para várias outras espécies de orquídeas que se estabeleceram preferencialmente no sub-bosque, constituindo assim parte do núcleo generalista que interage com espécies com alto grau (muitas interações) e com espécies de baixo grau (poucas interações), uma característica presente em redes aninhadas Assim, uma possível explicação para o valor de NODF ter sido baixo pode estar relacionada à baixa especificidade por forófito apresentada pelas orquídeas de sub-bosque Uma vez que elas utilizam diversas espécies de forófito para se estabelecer, algumas ligações entre espécies de baixo grau acabaram ocorrendo Como estas ligações não são previstas em redes aninhadas, o índice de aninhamento se mostrou baixo A não especificidade por forófitos das espécies que ocorreram preferencialmente no sub-bosque também foi determinante para a não-modularidade da rede Uma vez que a dispersão das sementes ocorre pelo vento, e, portanto, de forma aleatória, as espécies de orquídeas tendem a colonizar os forófitos também de maneira aleatória, isso porque o que parece determinar o estabelecimento são as condições ambientais (principalmente a luz), e não o forófito em si Os índices de centralidade CC e BC indicaram que A polyneuron e Sebastiania klotzschiana são os forófitos mais centrais da rede, podendo ser classificadas como ‘espécies-chave’ para a assembleia de orquídeas na área estudada Tais índices também apontaram diferenças nos padrões de ocupação entre as duas subtribos de orquídeas representadas pelo maior número de espécies no PEMG (Oncidiinae e Pleurothallidinae) Oncidiinae tendeu a ocupar preferencialmente o sub-bosque, embora tenha também apresentado algumas poucas espécies ocupando esporadicamente o dossel Já Pleurothallidinae tendeu a ocorrer mais no dossel, com algumas espécies ocorrendo também no sub-bosque Ambas apresentaram altos índices de CC Já o índice BC se mostrou alto para Oncidiinae e baixo para Pleurothallidinae Uma possível explicação para este resultado é que as orquídeas pertencentes à subtribo Oncidiinae tenderam a ocupar várias espécies de forófitos, o que as torna “próximas” de várias espécies na rede, aumentando assim CC Além disso, muitas vezes esses forófitos só estão conectados à rede a uma espécie de orquídea, o que aumenta o índice BC, uma vez que tais orquídeas ligam diversas espécies de forófitos à rede Já Pleurothallidinae, apesar de se ligar a poucas espécies de forófitos, está preferencialmente ligada a espécies extremamente centrais, o que eleva o índice CC, uma vez que o caminho para o restante da rede é encurtado pela ligação com tais espécies Contudo, o fato de muitas vezes uma espécie de orquídea desta subtribo estar ligada a apenas uma ou duas espécies de forófitos, faz com que o índice BC diminua, visto que tais espécies tendem a não “conectar” espécies à rede Isso aconteceu principalmente porque as espécies de Pleurothallidinae tenderam a ocorrer no dossel, restringindo assim sua ocupação às poucas espécies de plantas que oferecem tais condições Estes resultados corroboram o padrão encontrado na análise da rede energizada Contudo, a proximidade filogenética não parece interferir na espécie de forófito a ser ocupado, mas sim no padrão de ocupação A rede mostrou-se resistente à eliminação aleatória de forófitos, mas pouco resistente à eliminação ordenada a partir dos forófitos que abrigam maior quantidade de orquídeas Esse resultado pode ser explicado pela baixa especificidade das espécies de sub-bosque e pela alta especificidade das espécies de dossel, de forma que as espécies de sub-bosque utilizam várias espécies de forófitos, aumentando a robustez da rede; ao mesmo tempo, as espécies de dossel utilizam poucas espécies que oferecem condições de dossel, diminuindo a robustez ordenada, visto que tais espécies são primeiramente eliminadas Dessa forma, a preferência por hábitats (sub-bosque ou dossel) parece explicar, pelo menos em parte, todas as métricas utilizadas |
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Propriedades da rede comensal de uma assembleia de orquídeas e seus forófitos em uma floresta estacional semidecidualOrquídeaEcologiaEpífitasMata AtlânticaEcologia vegetalOrchidsEcologyAtlântica, Mata (Brazil)Resumo: As análises de redes ecológicas têm sido utilizadas em diversos ramos da ecologia e se consolidaram como excelentes ferramentas no estudo de comunidades biológicas Embora tais análises tenham se revelado bastante informativas no estudo das interações ecológicas como mutualismo, parasitismo e comensalismo, análises de redes voltadas especificamente ao estudo da relação comensal entre orquídeas e seus forófitos são ainda escassas na literatura Atualmente, existe disponível uma grande diversidade de índices para as análises de redes ecológicas, os quais, se utilizados em conjunto, no caso de abordagens envolvendo orquídeas e seus forófitos, podem revelar padrões de distribuição espacial das diferentes espécies de orquídeas, informação essencial para a compreensão da dinâmica estrutural do grupo Deste modo, o presente trabalho visou analisar uma assembleia de orquídeas e seus forófitos sobre a perspectiva das redes ecológicas As amostragens foram realizadas em um remanescente de Floresta Estacional Semidecidual (Parque Estadual Mata dos Godoy, PEMG), com 69 ha, localizado no norte do estado do Paraná, sul do Brasil (23°27’S, 51°15’W), no período de janeiro a novembro de 213, totalizando 1 dias de amostragens e cerca de 9 horas de investigação de campo As amostragens, sempre realizadas por dois pesquisadores, envolveram buscas intensas por trilhas e incursões por diferentes áreas do parque, na procura de orquídeas e seus forófitos Nas análises de rede foram utilizados índices de aninhamento (NODF), modularidade (M) centralidade por proximidade (CC), centralidade por intermédio (BC) e robustez (R) A fim de se detectar se a proximidade filogenética interfere no padrão de colonização das orquídeas, foi construída uma rede energizada, na qual as espécies centrais tendem a estarem posicionadas no centro da rede Nesta análise as orquídeas foram separadas de acordo com suas respectivas subtribos Foram coletadas 27 espécies de orquídeas epífitas em 39 espécies de forófitos A rede apresentou-se fracamente aninhada e não modular As orquídeas que se estabeleceram preferencialmente acima do dossel tenderam a utilizar três espécies de forófitos que oferecem tais condições: Aspidosperma polyneuron Muell Arg, Gallesia integrifolia Spreng e Ficus sp Contudo, estas espécies também serviram de suporte para várias outras espécies de orquídeas que se estabeleceram preferencialmente no sub-bosque, constituindo assim parte do núcleo generalista que interage com espécies com alto grau (muitas interações) e com espécies de baixo grau (poucas interações), uma característica presente em redes aninhadas Assim, uma possível explicação para o valor de NODF ter sido baixo pode estar relacionada à baixa especificidade por forófito apresentada pelas orquídeas de sub-bosque Uma vez que elas utilizam diversas espécies de forófito para se estabelecer, algumas ligações entre espécies de baixo grau acabaram ocorrendo Como estas ligações não são previstas em redes aninhadas, o índice de aninhamento se mostrou baixo A não especificidade por forófitos das espécies que ocorreram preferencialmente no sub-bosque também foi determinante para a não-modularidade da rede Uma vez que a dispersão das sementes ocorre pelo vento, e, portanto, de forma aleatória, as espécies de orquídeas tendem a colonizar os forófitos também de maneira aleatória, isso porque o que parece determinar o estabelecimento são as condições ambientais (principalmente a luz), e não o forófito em si Os índices de centralidade CC e BC indicaram que A polyneuron e Sebastiania klotzschiana são os forófitos mais centrais da rede, podendo ser classificadas como ‘espécies-chave’ para a assembleia de orquídeas na área estudada Tais índices também apontaram diferenças nos padrões de ocupação entre as duas subtribos de orquídeas representadas pelo maior número de espécies no PEMG (Oncidiinae e Pleurothallidinae) Oncidiinae tendeu a ocupar preferencialmente o sub-bosque, embora tenha também apresentado algumas poucas espécies ocupando esporadicamente o dossel Já Pleurothallidinae tendeu a ocorrer mais no dossel, com algumas espécies ocorrendo também no sub-bosque Ambas apresentaram altos índices de CC Já o índice BC se mostrou alto para Oncidiinae e baixo para Pleurothallidinae Uma possível explicação para este resultado é que as orquídeas pertencentes à subtribo Oncidiinae tenderam a ocupar várias espécies de forófitos, o que as torna “próximas” de várias espécies na rede, aumentando assim CC Além disso, muitas vezes esses forófitos só estão conectados à rede a uma espécie de orquídea, o que aumenta o índice BC, uma vez que tais orquídeas ligam diversas espécies de forófitos à rede Já Pleurothallidinae, apesar de se ligar a poucas espécies de forófitos, está preferencialmente ligada a espécies extremamente centrais, o que eleva o índice CC, uma vez que o caminho para o restante da rede é encurtado pela ligação com tais espécies Contudo, o fato de muitas vezes uma espécie de orquídea desta subtribo estar ligada a apenas uma ou duas espécies de forófitos, faz com que o índice BC diminua, visto que tais espécies tendem a não “conectar” espécies à rede Isso aconteceu principalmente porque as espécies de Pleurothallidinae tenderam a ocorrer no dossel, restringindo assim sua ocupação às poucas espécies de plantas que oferecem tais condições Estes resultados corroboram o padrão encontrado na análise da rede energizada Contudo, a proximidade filogenética não parece interferir na espécie de forófito a ser ocupado, mas sim no padrão de ocupação A rede mostrou-se resistente à eliminação aleatória de forófitos, mas pouco resistente à eliminação ordenada a partir dos forófitos que abrigam maior quantidade de orquídeas Esse resultado pode ser explicado pela baixa especificidade das espécies de sub-bosque e pela alta especificidade das espécies de dossel, de forma que as espécies de sub-bosque utilizam várias espécies de forófitos, aumentando a robustez da rede; ao mesmo tempo, as espécies de dossel utilizam poucas espécies que oferecem condições de dossel, diminuindo a robustez ordenada, visto que tais espécies são primeiramente eliminadas Dessa forma, a preferência por hábitats (sub-bosque ou dossel) parece explicar, pelo menos em parte, todas as métricas utilizadasDissertação (Mestrado em Ciências Biológicas) - Universidade Estadual de Londrina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Ciências BiológicasAbstract: The ecological networks analyses have been applied for different ecology approaches and have been recognized as excellent tools in the study of biological communities Although such analyses have proven quite informative in the study of various ecological interactions such as mutualism, commensalism and parasitism, network analysis specifically focused on the study of the relationship between orchids and their commensal phorophytes are scarce in the literature Nowadays, there are available a wide range of indices for the analysis of ecological networks, which, if used together, in the case of orchids and their phorophytes, may be useful to reveal behavioral patterns exhibited by the different orchid species, an essential information for understanding the structural dynamics of the group Thus, the present study aimed to analyze an assembly of orchids and their phorophytes under the perspective of ecological networks Samplings were conducted in a remnant of seasonal semideciduous forest (Mata dos Godoy State Park, PEMG), with 69 ha, located in the north of the state of Paraná, southern Brazil (23° 27'S, 51° 15'W), in the period of January to November 213, totaling 1 sampling days and about 8 hours of field investigation The samplings, always carried out by two researchers, involved intense inspections through of trails and different forest areas of the park, in the search for orchids and their phorophytes In network analysis, indices of nesting (NODF), modularity (M) proximity centrality (CC), betweenness centrality (BC) and robustness (R) were used In order to detect if a close phylogenetic relationship of the orchids interferes in the colonization patterns, we build an energized network, in which the central species tend to be positioned in the center of the network In this analysis, the orchids were separated according to their respective subtribes The results revealed the occurrence of 27 species of epiphytic orchids distributed in 39 species of phorophytes The network presented weakly nested and not modular Orchids that preferentially have established in the canopy tended to use three species of phorophytes that offer such conditions: Aspidosperma polyneuron, Gallesia integrifolia and Ficus sp However, these species also served to support several other orchid species that preferentially have established in the understory Thus these three species of phorophytes constituted part of the core that interacts with generalist species with high degree (many interactions) and species with low degree (few interactions), characteristic present in nested networks So, a possible explanation for the low NODF may be related to the low specificity for phorophytes presented in orchids understory Since they use different host tree species, some links between species of low degree eventually occurring As these links are not provided for in nested networks, the index showed low nesting The non-specificity for phorophytes showed by the species that occurred mainly in the understory was also crucial for the non-modularity of the network Since orchid seeds are wind-dispersed, and therefore occur randomly, orchid species tend to colonize phorophytes also randomly, because it seems that what determines the establishment of orchids is the environmental conditions (mainly light) rather than the host tree itself The indices of centrality CC and BC indicated that A polyneuron and Sebastiania klotzschiana are the most central phorophytes in the network, and may be classified as 'keystone species' for assembly of orchids in the study area These indices also showed differences in patterns of occupation between the two subtribes of orchids represented by the largest number of species in PEMG (Oncidiinae and Pleurothallidinae) Oncidiinae tended to preferentially occupy the understory, although a few species also appear sporadically occupying the canopy On the other hand, Pleurothallidinae tended to occur more in the canopy, with some species also occurring in the understory Both showed high CC However, BC was high in Oncidiinae and low in Pleurothallidinae One possible explanation for this result is that orchids belonging to the subtribe Oncidiinae tended to occupy several species of phorophytes, which makes them "near" of various species in the network, thereby increasing CC Moreover, often these phorophytes are only connected to the network through one orchid species, which increases BC, since such orchids connect several species of phorophytes in the network However, Pleurothallidinae, despite being connected to a few species of phorophytes, is preferentially connected to central highly species, which increases CC, since the path to the rest of the network is shortened by the binding of these species However, the fact that often a species of orchid of this subtribe be linked to only one or two species of phorophytes, causes the BC index decrease, since these species tend to not "connect" other species to the network This was largely because Pleurothallidinae species tended to occur in the canopy, thus restricting their occupation to a few species of plants that provide such conditions These results confirm the pattern found in the analysis of energized network However, the phylogenetic proximity does not seem to interfere in the colonization of phorophytes species, but rather in the pattern of occupation The network proved to be resistant to random elimination of phorophytes but little resistant to the ordered elimination of phorophytes that link many species of orchids This result can be explained by the low specificity of species of understory and by the high specificity of canopy species, so that the species of understory are linked to various phorophytes species, which increases the robustness of the network On the other hand, canopy species uses a low number of species that provide the ideal conditions, a fact that reduces the ordered robustness, since these species are removed first Thus, the preference for habitats (understory and canopy) seems to explain, at least in part, all the metrics usedSofia, Silvia Helena [Orientador]Almeida Neto, MarioBianchini, EdmilsonRibeiro, José Eduardo Lahoz da Silva [Coorientador]Silva, Henrique Zotarelli Gomes da2024-05-01T13:18:27Z2024-05-01T13:18:27Z2014.0027.03.2014info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://repositorio.uel.br/handle/123456789/11640porMestradoCiências BiológicasCentro de Ciências BiológicasPrograma de Pós-graduação em Ciências BiológicasLondrinareponame:Repositório Institucional da UELinstname:Universidade Estadual de Londrina (UEL)instacron:UELinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-07-12T04:20:19Zoai:repositorio.uel.br:123456789/11640Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.bibliotecadigital.uel.br/PUBhttp://www.bibliotecadigital.uel.br/OAI/oai2.phpbcuel@uel.br||opendoar:2024-07-12T04:20:19Repositório Institucional da UEL - Universidade Estadual de Londrina (UEL)false |
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Propriedades da rede comensal de uma assembleia de orquídeas e seus forófitos em uma floresta estacional semidecidual Silva, Henrique Zotarelli Gomes da Orquídea Ecologia Epífitas Mata Atlântica Ecologia vegetal Orchids Ecology Atlântica, Mata (Brazil) |
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Floresta Estacional Semidecidual (Parque Estadual Mata dos Godoy, PEMG), com 69 ha, localizado no norte do estado do Paraná, sul do Brasil (23°27’S, 51°15’W), no período de janeiro a novembro de 213, totalizando 1 dias de amostragens e cerca de 9 horas de investigação de campo As amostragens, sempre realizadas por dois pesquisadores, envolveram buscas intensas por trilhas e incursões por diferentes áreas do parque, na procura de orquídeas e seus forófitos Nas análises de rede foram utilizados índices de aninhamento (NODF), modularidade (M) centralidade por proximidade (CC), centralidade por intermédio (BC) e robustez (R) A fim de se detectar se a proximidade filogenética interfere no padrão de colonização das orquídeas, foi construída uma rede energizada, na qual as espécies centrais tendem a estarem posicionadas no centro da rede Nesta análise as orquídeas foram separadas de acordo com suas respectivas subtribos Foram coletadas 27 espécies de orquídeas epífitas em 39 espécies de forófitos A rede apresentou-se fracamente aninhada e não modular As orquídeas que se estabeleceram preferencialmente acima do dossel tenderam a utilizar três espécies de forófitos que oferecem tais condições: Aspidosperma polyneuron Muell Arg, Gallesia integrifolia Spreng e Ficus sp Contudo, estas espécies também serviram de suporte para várias outras espécies de orquídeas que se estabeleceram preferencialmente no sub-bosque, constituindo assim parte do núcleo generalista que interage com espécies com alto grau (muitas interações) e com espécies de baixo grau (poucas interações), uma característica presente em redes aninhadas Assim, uma possível explicação para o valor de NODF ter sido baixo pode estar relacionada à baixa especificidade por forófito apresentada pelas orquídeas de sub-bosque Uma vez que elas utilizam diversas espécies de forófito para se estabelecer, algumas ligações entre espécies de baixo grau acabaram ocorrendo Como estas ligações não são previstas em redes aninhadas, o índice de aninhamento se mostrou baixo A não especificidade por forófitos das espécies que ocorreram preferencialmente no sub-bosque também foi determinante para a não-modularidade da rede Uma vez que a dispersão das sementes ocorre pelo vento, e, portanto, de forma aleatória, as espécies de orquídeas tendem a colonizar os forófitos também de maneira aleatória, isso porque o que parece determinar o estabelecimento são as condições ambientais (principalmente a luz), e não o forófito em si Os índices de centralidade CC e BC indicaram que A polyneuron e Sebastiania klotzschiana são os forófitos mais centrais da rede, podendo ser classificadas como ‘espécies-chave’ para a assembleia de orquídeas na área estudada Tais índices também apontaram diferenças nos padrões de ocupação entre as duas subtribos de orquídeas representadas pelo maior número de espécies no PEMG (Oncidiinae e Pleurothallidinae) Oncidiinae tendeu a ocupar preferencialmente o sub-bosque, embora tenha também 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