Estudo das interações entre glifosato e adenina com montmorillonita-KSF em diferentes condições experimentais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rodrigo de Carvalho Pereira
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEL
Texto Completo: http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000235085
Resumo: Glifosato é um dos herbicidas mais utilizados no mundo e atinge facilmente o solo e águas subterrâneas. Há diversos trabalhos na literatura que descrevem a interação entre glifosato e minerais, porém poucos investigam esta interação em ambientes marinhos. A interação entre o glifosato e a montmorillonita foi investigada na presença de água do mar atual e dos seus principais cátions. Os minerais podem ter desempenhado um papel importante na evolução química e origem da vida, interagindo com biomoléculas, atuando na sua pré-concentração, polimerização e protegendo-as da radiação. A interação entre biomoléculas e minerais é bastante estudada e a modificação desses minerais pode promover mudanças na sua superfície e, consequentemente, em suas propriedades físico-químicas. Investigou-se também a interação entre adenina e montmorillonita lavada e modificada com íons Cu2+, sendo utilizada uma água do mar que representa a composição salina dos oceanos na Terra há 4,0 bilhões de anos (4,0 Ga). As caracterizações e análises químicas foram feitas utilizando diversos modelos de isotermas de adsorção e as técnicas espectroscópicas de infravermelho e Mössbauer, a difratometria de raios-X e fotometria de chama. Verificou-se que a adsorção do glifosato ocorre apenas na superfície do mineral e não nas suas entrecamadas. Na presença de íons Ca2+ a adsorção do glifosato é maior devido à formação de complexo. O modelo de isoterma de adsorção que resultou no melhor ajuste foi o de Sips, que abrange os modelos de Langmuir e Freundlich simultaneamente. Os resultados de Mössbauer indicam que a presença de glifosato dificulta a oxidação de Fe2+ a Fe3+ da montmorillonita, o que pode ser devido à interação do ferro com o grupo fosfato do glifosato. Com isso, a montmorillonita poderia desempenhar um papel importante na diminuição da disponibilidade de glifosato em água do mar, principalmente em ambientes com alta concentração de Ca2+. Quanto à adsorção de adenina nas diferentes montmorillonitas, foi possível observar uma maior adsorção na montmorillonita modificada, o que indica que pode estar ocorrendo a formação de um complexo entre a adenina e o Cu2+. Na presença da água do mar 4,0 Ga a adsorção na montmorillonita modificada foi muito maior. Os parâmetros termodinâmicos demonstraram que a adsorção da adenina em montmorillonita é um processo espontâneo e favorável, pois possui valores negativos de energia livre de Gibbs, além de ser um processo exotérmico, ou seja, a adsorção diminui com o aumento da temperatura. Os resultados de infravermelho e difratometria de raios-X indicam que a interação ocorre através do grupo NH2 da adenina e que a adenina entra nas entrecamadas do mineral. A maior adsorção de adenina em montmorillonita modificada com Cu2+ é um resultado interessante, visto que o Cu2+ tem uma grande afinidade para formar complexos com biomoléculas e pode ter desempenhado um papel importante na Química Prebiótica.
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spelling info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisEstudo das interações entre glifosato e adenina com montmorillonita-KSF em diferentes condições experimentaisStudy of the interactions between glyphosate and adenine with montmorillonite-KSF at different experimental conditions2020-11-23Dimas Augusto Morozin Zaia . Dionísio Borsato Gizilene Maria de Carvalho Alexandre Urbano Antonio Carlos Saraiva da CostaRodrigo de Carvalho PereiraUniversidade Estadual de Londrina, Universidade Estadual de Ponta Grossa, Universidade Estadual do Centro-Oeste. Centro de Ciências Exatas. Programa de Pós-Graduação em Química.URLBRGlifosato é um dos herbicidas mais utilizados no mundo e atinge facilmente o solo e águas subterrâneas. Há diversos trabalhos na literatura que descrevem a interação entre glifosato e minerais, porém poucos investigam esta interação em ambientes marinhos. A interação entre o glifosato e a montmorillonita foi investigada na presença de água do mar atual e dos seus principais cátions. Os minerais podem ter desempenhado um papel importante na evolução química e origem da vida, interagindo com biomoléculas, atuando na sua pré-concentração, polimerização e protegendo-as da radiação. A interação entre biomoléculas e minerais é bastante estudada e a modificação desses minerais pode promover mudanças na sua superfície e, consequentemente, em suas propriedades físico-químicas. Investigou-se também a interação entre adenina e montmorillonita lavada e modificada com íons Cu2+, sendo utilizada uma água do mar que representa a composição salina dos oceanos na Terra há 4,0 bilhões de anos (4,0 Ga). As caracterizações e análises químicas foram feitas utilizando diversos modelos de isotermas de adsorção e as técnicas espectroscópicas de infravermelho e Mössbauer, a difratometria de raios-X e fotometria de chama. Verificou-se que a adsorção do glifosato ocorre apenas na superfície do mineral e não nas suas entrecamadas. Na presença de íons Ca2+ a adsorção do glifosato é maior devido à formação de complexo. O modelo de isoterma de adsorção que resultou no melhor ajuste foi o de Sips, que abrange os modelos de Langmuir e Freundlich simultaneamente. Os resultados de Mössbauer indicam que a presença de glifosato dificulta a oxidação de Fe2+ a Fe3+ da montmorillonita, o que pode ser devido à interação do ferro com o grupo fosfato do glifosato. Com isso, a montmorillonita poderia desempenhar um papel importante na diminuição da disponibilidade de glifosato em água do mar, principalmente em ambientes com alta concentração de Ca2+. Quanto à adsorção de adenina nas diferentes montmorillonitas, foi possível observar uma maior adsorção na montmorillonita modificada, o que indica que pode estar ocorrendo a formação de um complexo entre a adenina e o Cu2+. Na presença da água do mar 4,0 Ga a adsorção na montmorillonita modificada foi muito maior. Os parâmetros termodinâmicos demonstraram que a adsorção da adenina em montmorillonita é um processo espontâneo e favorável, pois possui valores negativos de energia livre de Gibbs, além de ser um processo exotérmico, ou seja, a adsorção diminui com o aumento da temperatura. Os resultados de infravermelho e difratometria de raios-X indicam que a interação ocorre através do grupo NH2 da adenina e que a adenina entra nas entrecamadas do mineral. A maior adsorção de adenina em montmorillonita modificada com Cu2+ é um resultado interessante, visto que o Cu2+ tem uma grande afinidade para formar complexos com biomoléculas e pode ter desempenhado um papel importante na Química Prebiótica.Glyphosate is one of the most widely used herbicides in the world and easily reaches soil and groundwater. There are several studies in the literature that describe the interaction between glyphosate and minerals, but few investigate this interaction in marine environments. The interaction between glyphosate and montmorillonite was investigated in the presence of seawater and its main cations. Minerals may have played an importante role in the chemical evolution and origin of life, interacting with biomolecules, acting in their pre-concentration, polymerization and protecting them from radiation. We also investigated the interaction between adenine and montmorillonite washed and modified with Cu2+ ions, using seawater representing the saline composition of the oceans on Earth 4.0 billion years ago (4.0 Ga). Characterization and chemical analysis were performed using several models of adsorption isotherms, infrared and Mössbauer spectroscopic techniques, X-ray diffraction and flame photometry. It has been found that the adsorption of glyphosate occurs only on the surface of the mineral and not on its interlayers. In the presence of Ca2+ ions the adsorption of glyphosate is higher due to complex formation. The adsorption isotherm model that resulted in the best fit was the Sips model, which covers the Langmuir and Freundlich models simultaneously. The results of Mössbauer indicate that the presence of glyphosate hinders the oxidation of Fe2+ to Fe3+ of montmorillonite, which may be due to the interaction of iron with the glyphosate phosphonate group. Thus montmorillonite could have played an important role in decreasing the availability of glyphosate in seawater, especially in environments with high content of Ca2+. For adsorption of adenine in the different montmorillonites, a greater adsorption in the modified montmorillonite can be observed, which indicates the formation of a complex between adenine and Cu2+ may be occurring. In the presence of sea water 4,0 Ga the adsorption on the modified montmorillonite was much higher. The thermodynamic parameters showed that adsorption of adenine in montmorillonite is a spontaneous and favorable process, since it has negative values of Gibbs free energy, besides being an exothermic process, that is, the adsorption decreases with increasing temperature. Infrared results indicate that the interaction occurs through the NH2 group of adenine and probably in the interlayers of the mineral. The greater adsorption of adenine in montmorillonite modified with Cu2+ is an interesting result, since Cu2+ has a great affinity to form complexes with biomolecules and may have played an important role in prebiotic chemistry.http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000235085porreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UELinstname:Universidade Estadual de Londrina (UEL)instacron:UELinfo:eu-repo/semantics/openAccess2023-12-11T09:31:21Zoai:uel.br:vtls000235085Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.bibliotecadigital.uel.br/PUBhttp://www.bibliotecadigital.uel.br/OAI/oai2.phpbcuel@uel.br||opendoar:2021-12-13T11:49:32Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEL - Universidade Estadual de Londrina (UEL)false
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