O corpo helênico como substrato do insólito

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cardoso, Raquel Figueiredo Pereira
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UEL
Texto Completo: https://repositorio.uel.br/handle/123456789/9364
Resumo: Resumo: Esta pesquisa tem por objetivo investigar os contos “A vênus de Ille” (Prosper Mérimée, 1837) e “O último dos Valérios” (Henry James, 1874), que usam como substrato para o insólito a representação de imagens escultóricas da Antiguidade, especialmente corpos femininos que se tornam animados Para tanto, propomos analisar o conto de Mérimée sob o viés da literatura fantástica e o conto de Henry James a partir de seu caráter infamiliar (unheimlich), conceito formulado por Freud Iniciamos o trabalho com uma discussão imprescindível para a análise dos contos em questão: atitude pré-capitalista de subjetivação da imagem esculpida, que, nos contos em análise, propicia a dominação dos ídolos helênicos sobre os personagens, e, no universo extratextual, revela o poder que as imagens têm sobre nós, os observadores, enquanto produtoras de desejo e fascínio Em um segundo momento, nos voltamos para as vertentes do insólito que são instrumentos para a análise dos contos Abordamos o gênero fantástico a partir da definição de Tzvetan Todorov e Filipe Furtado, estabelecendo as aproximações e diferenças com os estudos de Remo Ceserani Para compreender a definição de infamiliar e a aplicabilidade do conceito freudiano na teoria literária, analisamos três ensaios originais de Freud: “Sobre o sentido antitético das palavras primitivas” (191), “O infamiliar [Das Unheimliche]” (1919) e “A negação” (1925) No terceiro capítulo, nos debruçamos sobre “A vênus de Ille”, de Prosper Mérimée, estabelecendo um diálogo entre o autor e a imaginação arqueológica do século XIX Apontamos os elementos temáticos e formais do fantástico que estão presentes no conto Já no quarto capítulo, procuramos demonstrar a figuração do duplo e o a construção do processo de infamiliaridade no conto de “O último dos Valérios”, de Henry James Por fim, no quinto capítulo, as estátuas de Vênus e Juno foram estudadas enquanto obras de arte, a partir da estética clássica e da história da beleza, como representantes do corpo feminino helênico que reverberam do ideal de beleza ocidental Mas, uma vez subjetivadas, também foram estudadas como personagens, refletoras da identidade sexual da mulher do fim do século Buscamos, assim, um desenvolvimento científico que alinhasse a idolatria das imagens femininas à construção do insólito na narrativa fantástica
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Universidade Estadual de Londrina, Centro de Letras e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em LetrasAbstract: The objective of this research is to investigate the short stories “La Vénus d'Ille” (Prosper Mérimée, 1837) and “The Last of the Valerii” (Henry James, 1874), that use as a substrate for the unusual the representation of sculptural images from Antiquity, specially the female body that becomes animated For this purpose, we propose to analyse Mérimée’s short story from the perspective of the fantastic literature and Henry James’s story based on his uncanny character (unheimlich), a concept formulated by Freud We started the paper with an essential discussion for the analysis of the stories in question: pre-capitalist attitude of subjectivity of the sculpted image, which, in the stories under analysis, allows the domination of the Hellenic idols over the characters, and, in the extra textual universe, reveals the power that images have over us, the observers, as producers of desire and fascination In a second moment, we turn to the strands of the unusual that are instruments for the analysis of the stories We approach the fantastic genre from the definition of Tzvetan Todorov and Filipe Furtado, establishing the similarities and differences with the studies of Remo Ceserani To understand the definition of the uncanny and the applicability of the Freudian concept in literary theory, we analyze three original essays by Freud: “On the Antithetical Sense of Primitive Words” (191), “The Uncanny [Das Unheimliche]” (1919) and “Negation” (1925) In the third chapter, we look at Prosper Mérimée's “La Vénus d'Ille”, establishing a dialogue between the author and the 19th century archaeological imagination We point out the thematic and formal elements of the fantastic that are present in the story In the fourth chapter, we tried to demonstrate the figuration of the double and the construction of the process of unfamiliarity in the short story “The Last of the Valerii” by Henry James Finally, in the fifth chapter, the statues of Venus and Juno were studied as works of art, from classical aesthetics and the history of beauty, as representatives of the Hellenic female body that reverberate from the ideal of western beauty But, once subjectified, they were also studied as characters, reflecting the sexual identity of the woman of the end of the century Thus, we seek a scientific development that would align the idolatry of female images to the construction of the unusual in the fantastic narrativeSantos, Adilson dos [Orientador]Ferreira, Claudia CristinaSilva, Marta Dantas daCardoso, Raquel Figueiredo Pereira2024-05-01T11:54:54Z2024-05-01T11:54:54Z2020.0022.09.2020info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://repositorio.uel.br/handle/123456789/9364porMestradoLetrasCentro de Letras e Ciências HumanasPrograma de Pós-Graduação em LetrasLondrinareponame:Repositório Institucional da UELinstname:Universidade Estadual de Londrina (UEL)instacron:UELinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-07-12T04:20:12Zoai:repositorio.uel.br:123456789/9364Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.bibliotecadigital.uel.br/PUBhttp://www.bibliotecadigital.uel.br/OAI/oai2.phpbcuel@uel.br||opendoar:2024-07-12T04:20:12Repositório Institucional da UEL - 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