Habitamus, ergo sumus : topologia e subjetividade de Heidegger a Sloterdijk

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pitta, Maurício Fernando
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UEL
Texto Completo: https://repositorio.uel.br/handle/123456789/16252
Resumo: Resumo: Esta Dissertação pretende articular o problema da relação entre lugar e subjetividade, utilizando de referencial teórico as obras de Martin Heidegger e Peter Sloterdijk Nosso ponto de partida se encontra na discussão proposta por Heidegger na conferência O caminho para a linguagem sobre o caráter originário da linguagem com relação ao ente humano, em sua acepção topológica de casa do ser, isto é, meio universal de sentido ontológico primário Distanciando-se de concepções instrumentalistas, Heidegger afirma que a linguagem ocorre, antes, como lugar de acontecimento de doação do ser ao ente, antecedendo e fundando a própria noção de linguagem como expressão subjetiva A própria subjetividade, em Heidegger, se dissolve como um momento do acontecimento do ser, próprio da modernidade, e que culminaria no acabamento da metafísica como técnica planetária Sloterdijk, por sua vez, a partir de uma leitura sui generis dos escritos de Heidegger, questiona o caráter originário da linguagem como casa do ser ao repensar a questão da técnica, propondo que o próprio ser, que dá sentido ao ente humano, é produto de técnicas de autogenia, insulamento e criação de lugares cossubjetivos de imunidade e intimidade Tais lugares são denominados por Sloterdijk de esferas, conceito que implica a salvaguarda da noção de subjetividade através do deslocamento dela do campo ontológico do individualismo representacionalista moderno para o de uma ontologia relacional, híbrida, cibernética e não-substancialista Propomo-nos investigar, a partir de tais considerações, sobre a maneira como o conceito de esfera, exposto em Esferas I, resolve o desnível na relação entre subjetividade e lugar, no sentido de que a esfera, em que o humano, simultaneamente construindo-a e habitando-a, se encontra sempre em relação com outros, concilia as noções de lugar e de subjetividade, antecedendo e servindo mesmo de base para qualquer configuração linguístico-topológica do espaço habitado Para alcançar esse objetivo, pretendemos primeiramente resgatar os pressupostos da filosofia tardia de Heidegger e a discussão de sua conferência sobre a linguagem, para depois expor o panorama geral de sua obra, a fim de sustentar as divergências entre os pensamentos heideggeriano e sloterdijkiano com o intuito de, por fim, explorar a dissidência de Sloterdijk com relação à tematização da espacialidade, seu conceito de esfera e suas implicações antropológicas e cibernéticas, bem como a noção de subjetividade na obra sloterdijkiana, possibilitando lidar com nossa problemática
id UEL_5fde722793ea34c77edc90088b1effa2
oai_identifier_str oai:repositorio.uel.br:123456789/16252
network_acronym_str UEL
network_name_str Repositório Institucional da UEL
repository_id_str
spelling Habitamus, ergo sumus : topologia e subjetividade de Heidegger a SloterdijkFilosofia alemãTopologiaOntologiaPhilosophy, GermanTopologyOntologyResumo: Esta Dissertação pretende articular o problema da relação entre lugar e subjetividade, utilizando de referencial teórico as obras de Martin Heidegger e Peter Sloterdijk Nosso ponto de partida se encontra na discussão proposta por Heidegger na conferência O caminho para a linguagem sobre o caráter originário da linguagem com relação ao ente humano, em sua acepção topológica de casa do ser, isto é, meio universal de sentido ontológico primário Distanciando-se de concepções instrumentalistas, Heidegger afirma que a linguagem ocorre, antes, como lugar de acontecimento de doação do ser ao ente, antecedendo e fundando a própria noção de linguagem como expressão subjetiva A própria subjetividade, em Heidegger, se dissolve como um momento do acontecimento do ser, próprio da modernidade, e que culminaria no acabamento da metafísica como técnica planetária Sloterdijk, por sua vez, a partir de uma leitura sui generis dos escritos de Heidegger, questiona o caráter originário da linguagem como casa do ser ao repensar a questão da técnica, propondo que o próprio ser, que dá sentido ao ente humano, é produto de técnicas de autogenia, insulamento e criação de lugares cossubjetivos de imunidade e intimidade Tais lugares são denominados por Sloterdijk de esferas, conceito que implica a salvaguarda da noção de subjetividade através do deslocamento dela do campo ontológico do individualismo representacionalista moderno para o de uma ontologia relacional, híbrida, cibernética e não-substancialista Propomo-nos investigar, a partir de tais considerações, sobre a maneira como o conceito de esfera, exposto em Esferas I, resolve o desnível na relação entre subjetividade e lugar, no sentido de que a esfera, em que o humano, simultaneamente construindo-a e habitando-a, se encontra sempre em relação com outros, concilia as noções de lugar e de subjetividade, antecedendo e servindo mesmo de base para qualquer configuração linguístico-topológica do espaço habitado Para alcançar esse objetivo, pretendemos primeiramente resgatar os pressupostos da filosofia tardia de Heidegger e a discussão de sua conferência sobre a linguagem, para depois expor o panorama geral de sua obra, a fim de sustentar as divergências entre os pensamentos heideggeriano e sloterdijkiano com o intuito de, por fim, explorar a dissidência de Sloterdijk com relação à tematização da espacialidade, seu conceito de esfera e suas implicações antropológicas e cibernéticas, bem como a noção de subjetividade na obra sloterdijkiana, possibilitando lidar com nossa problemáticaDissertação (Mestrado em Filosofia) - Universidade Estadual de Londrina, Centro de Letras e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em FilosofiaAbstract: This Master Thesis aims to problematize the relationship between place and subjectivity, by using the works of Martin Heidegger and Peter Sloterdijk as theoretical references One’s starting point is Heidegger’s discussion in the conference The way to language on the originary character of language, in its topological aception as house of Being ie universal medium of ontologically prior meaning, in relation to human being Heidegger asserts, while distancing himself from instrumentalist conceptions, language ocurring rather as place of the happening of Being’s granting to beings, preceding and grounding the notion of language itself as subjective expression In Heidegger, subjectivity itself is dissolved as a specifically Modern moment of the happening of Being, culminating with the consummation of metaphysics as planetary technology Sloterdijk, in turn, starting from a sui generis reading of Heidegger’s writings, questions the originary character of language as house of Being by rethinking the question concerning technology and proposing that, in its donation of meaning to human being, Being itself is a product of techniques of autogeny, insulation and creation of co-subjective places of immunity and intimacy Such places are what Sloterdijk calls spheres, a concept which implies the safeguard of the notion of subjectivity from the ontological field of Modernity’s representationalist individualism to another one, one of a relational, hybrid, cybernetic, and non-substantialist ontology One proposes here to investigate, from such considerations, on the way in which the concept of sphere, exposed in Spheres I, resolves the unevenness in the relationship between subjectivity and place, in the sense that the sphere in which human being finds himself always in relationship with other and others, simutaneously constructing it and dwelling in it, conciliates the notions of place and subjectivity, preceding and serving as base for any linguistic-topological configuration of the inhabited space To reach this goal, one intends firstly to rescue the main presupositions of Heidegger’s late philosophy and the discussion of his conference on language, exposing the general background of his work, in order to sustain the differences between Heideggerian and Sloterdijkian thoughts, for the purpose of, at the end, explore Sloterdijk’s dissidence in relation to the thematization of spaciality, his concept of sphere, with its anthropological and cybernetic implications, and the notion of subjectivity in the Sloterdijkian work, enabling one to deal with the problemWeber, José Fernandes [Orientador]Santos, Eder SoaresValentim, Marco AntônioPitta, Maurício Fernando2024-05-01T15:04:16Z2024-05-01T15:04:16Z2018.0002.02.2018info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://repositorio.uel.br/handle/123456789/16252porMestradoFilosofiaCentro de Letras e Ciências HumanasPrograma de Pós-graduação em FilosofiaLondrinareponame:Repositório Institucional da UELinstname:Universidade Estadual de Londrina (UEL)instacron:UELinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-07-12T04:20:05Zoai:repositorio.uel.br:123456789/16252Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.bibliotecadigital.uel.br/PUBhttp://www.bibliotecadigital.uel.br/OAI/oai2.phpbcuel@uel.br||opendoar:2024-07-12T04:20:05Repositório Institucional da UEL - Universidade Estadual de Londrina (UEL)false
dc.title.none.fl_str_mv Habitamus, ergo sumus : topologia e subjetividade de Heidegger a Sloterdijk
title Habitamus, ergo sumus : topologia e subjetividade de Heidegger a Sloterdijk
spellingShingle Habitamus, ergo sumus : topologia e subjetividade de Heidegger a Sloterdijk
Pitta, Maurício Fernando
Filosofia alemã
Topologia
Ontologia
Philosophy, German
Topology
Ontology
title_short Habitamus, ergo sumus : topologia e subjetividade de Heidegger a Sloterdijk
title_full Habitamus, ergo sumus : topologia e subjetividade de Heidegger a Sloterdijk
title_fullStr Habitamus, ergo sumus : topologia e subjetividade de Heidegger a Sloterdijk
title_full_unstemmed Habitamus, ergo sumus : topologia e subjetividade de Heidegger a Sloterdijk
title_sort Habitamus, ergo sumus : topologia e subjetividade de Heidegger a Sloterdijk
author Pitta, Maurício Fernando
author_facet Pitta, Maurício Fernando
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Weber, José Fernandes [Orientador]
Santos, Eder Soares
Valentim, Marco Antônio
dc.contributor.author.fl_str_mv Pitta, Maurício Fernando
dc.subject.por.fl_str_mv Filosofia alemã
Topologia
Ontologia
Philosophy, German
Topology
Ontology
topic Filosofia alemã
Topologia
Ontologia
Philosophy, German
Topology
Ontology
description Resumo: Esta Dissertação pretende articular o problema da relação entre lugar e subjetividade, utilizando de referencial teórico as obras de Martin Heidegger e Peter Sloterdijk Nosso ponto de partida se encontra na discussão proposta por Heidegger na conferência O caminho para a linguagem sobre o caráter originário da linguagem com relação ao ente humano, em sua acepção topológica de casa do ser, isto é, meio universal de sentido ontológico primário Distanciando-se de concepções instrumentalistas, Heidegger afirma que a linguagem ocorre, antes, como lugar de acontecimento de doação do ser ao ente, antecedendo e fundando a própria noção de linguagem como expressão subjetiva A própria subjetividade, em Heidegger, se dissolve como um momento do acontecimento do ser, próprio da modernidade, e que culminaria no acabamento da metafísica como técnica planetária Sloterdijk, por sua vez, a partir de uma leitura sui generis dos escritos de Heidegger, questiona o caráter originário da linguagem como casa do ser ao repensar a questão da técnica, propondo que o próprio ser, que dá sentido ao ente humano, é produto de técnicas de autogenia, insulamento e criação de lugares cossubjetivos de imunidade e intimidade Tais lugares são denominados por Sloterdijk de esferas, conceito que implica a salvaguarda da noção de subjetividade através do deslocamento dela do campo ontológico do individualismo representacionalista moderno para o de uma ontologia relacional, híbrida, cibernética e não-substancialista Propomo-nos investigar, a partir de tais considerações, sobre a maneira como o conceito de esfera, exposto em Esferas I, resolve o desnível na relação entre subjetividade e lugar, no sentido de que a esfera, em que o humano, simultaneamente construindo-a e habitando-a, se encontra sempre em relação com outros, concilia as noções de lugar e de subjetividade, antecedendo e servindo mesmo de base para qualquer configuração linguístico-topológica do espaço habitado Para alcançar esse objetivo, pretendemos primeiramente resgatar os pressupostos da filosofia tardia de Heidegger e a discussão de sua conferência sobre a linguagem, para depois expor o panorama geral de sua obra, a fim de sustentar as divergências entre os pensamentos heideggeriano e sloterdijkiano com o intuito de, por fim, explorar a dissidência de Sloterdijk com relação à tematização da espacialidade, seu conceito de esfera e suas implicações antropológicas e cibernéticas, bem como a noção de subjetividade na obra sloterdijkiana, possibilitando lidar com nossa problemática
publishDate 2024
dc.date.none.fl_str_mv 02.02.2018
2018.00
2024-05-01T15:04:16Z
2024-05-01T15:04:16Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.uel.br/handle/123456789/16252
url https://repositorio.uel.br/handle/123456789/16252
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv Mestrado
Filosofia
Centro de Letras e Ciências Humanas
Programa de Pós-graduação em Filosofia
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.coverage.none.fl_str_mv Londrina
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UEL
instname:Universidade Estadual de Londrina (UEL)
instacron:UEL
instname_str Universidade Estadual de Londrina (UEL)
instacron_str UEL
institution UEL
reponame_str Repositório Institucional da UEL
collection Repositório Institucional da UEL
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UEL - Universidade Estadual de Londrina (UEL)
repository.mail.fl_str_mv bcuel@uel.br||
_version_ 1809823282667454464