Atitudes linguísticas dos kaingang da terra indígena Apucaraninha
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2024 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UEL |
Texto Completo: | https://repositorio.uel.br/handle/123456789/8512 |
Resumo: | Resumo: Esta tese apresenta uma investigação sobre as atitudes linguísticas dos Kaingang da Terra Indígena Apucaraninha, localizada na região norte do Estado do Paraná O cenário sociolinguístico da aldeia é complexo, haja vista o conflito instaurado pelo contato entre as línguas portuguesas e kaingang Buscamos analisar e descrever o uso das línguas nos domínios sociais da aldeia (em casa, na aldeia, nos espaços da religião/igreja) e apontar os possíveis fatores que têm favorecido a manutenção da língua indígena, no contexto de diglossia Da mesma maneira, tratamos da relação entre o falante e a língua, a partir da avaliação que os Kaingang estabelecem com a língua indígena e a língua portuguesa, no espaço da educação escolar Discutimos também questões relacionadas à identidade Kaingang, com base nas comparações entre as falas dos colaboradores desta tese e a de participantes de outro trabalho realizado por Pereira (2) O estudo de caráter sociolinguístico tem como principal aporte teórico a Sociologia da Linguagem, discutindo as temáticas das atitudes, do bilinguismo e da diglossia Desenvolvemos a tese partindo do pressuposto de que o conjunto de valores e representações acerca da língua é fundamental para ditar os rumos que ela seguirá Os passos metodológicos seguidos pela pesquisa foram: observação; elaboração de questionário; entrevistas; transcrição e análise dos dados O corpus foi coletado de forma presencial durante nossas idas para a aldeia, entre os anos de 219 e 22 Também foram realizadas entrevistas de forma remota No total contamos com 12 participantes, sendo 6 do gênero feminino e 6 do gênero masculino, observadas três faixas etárias: 14 a 18 anos, 19 a 3 anos e acima de 31 anos Utilizamos como base para as entrevistas um questionário elaborado sob critérios próprios de pesquisas semelhantes, aplicadas à realidade sociolinguística e cultural das comunidades indígenas, com perguntas específicas para avaliar atitudes em relação às línguas kaingang e ao português Os resultados apontaram para a valorização positiva da língua Kaingang, sendo a variedade linguística usada em praticamente todos os espaços sociais da terra indígena; a Língua Portuguesa, por sua vez, circula nos espaços institucionais (escola, posto médico, algumas igrejas) No espaço da religião, o uso da língua Kaingang foi observado em alguns dos cultos de matriz cristã/evangélica e nas celebrações e ritos da religião tradicional dos Kaingang Em relação às práticas de escrita, dá-se prioridade à língua portuguesa Nas práticas sociodiscursivas orais, o Kaingang é a língua mais usada, dada a importância que a oralidade tem para os indígenas As atitudes em relação ao uso das línguas portuguesa e kaingang no espaço da escola apontaram para o interesse pelo modelo de ensino bilíngue Para os falantes da Terra Indígena Apucaraninha, a língua indígena é um traço constitutivo da identidade Kaingang |
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Atitudes linguísticas dos kaingang da terra indígena ApucaraninhaLingua KaingangAtitudes linguísticasLinguas em contatoIndios KaingangBilinguismoKaingang languageLinguistic attitudesLanguage in contactKaingang IndiansBilingulismResumo: Esta tese apresenta uma investigação sobre as atitudes linguísticas dos Kaingang da Terra Indígena Apucaraninha, localizada na região norte do Estado do Paraná O cenário sociolinguístico da aldeia é complexo, haja vista o conflito instaurado pelo contato entre as línguas portuguesas e kaingang Buscamos analisar e descrever o uso das línguas nos domínios sociais da aldeia (em casa, na aldeia, nos espaços da religião/igreja) e apontar os possíveis fatores que têm favorecido a manutenção da língua indígena, no contexto de diglossia Da mesma maneira, tratamos da relação entre o falante e a língua, a partir da avaliação que os Kaingang estabelecem com a língua indígena e a língua portuguesa, no espaço da educação escolar Discutimos também questões relacionadas à identidade Kaingang, com base nas comparações entre as falas dos colaboradores desta tese e a de participantes de outro trabalho realizado por Pereira (2) O estudo de caráter sociolinguístico tem como principal aporte teórico a Sociologia da Linguagem, discutindo as temáticas das atitudes, do bilinguismo e da diglossia Desenvolvemos a tese partindo do pressuposto de que o conjunto de valores e representações acerca da língua é fundamental para ditar os rumos que ela seguirá Os passos metodológicos seguidos pela pesquisa foram: observação; elaboração de questionário; entrevistas; transcrição e análise dos dados O corpus foi coletado de forma presencial durante nossas idas para a aldeia, entre os anos de 219 e 22 Também foram realizadas entrevistas de forma remota No total contamos com 12 participantes, sendo 6 do gênero feminino e 6 do gênero masculino, observadas três faixas etárias: 14 a 18 anos, 19 a 3 anos e acima de 31 anos Utilizamos como base para as entrevistas um questionário elaborado sob critérios próprios de pesquisas semelhantes, aplicadas à realidade sociolinguística e cultural das comunidades indígenas, com perguntas específicas para avaliar atitudes em relação às línguas kaingang e ao português Os resultados apontaram para a valorização positiva da língua Kaingang, sendo a variedade linguística usada em praticamente todos os espaços sociais da terra indígena; a Língua Portuguesa, por sua vez, circula nos espaços institucionais (escola, posto médico, algumas igrejas) No espaço da religião, o uso da língua Kaingang foi observado em alguns dos cultos de matriz cristã/evangélica e nas celebrações e ritos da religião tradicional dos Kaingang Em relação às práticas de escrita, dá-se prioridade à língua portuguesa Nas práticas sociodiscursivas orais, o Kaingang é a língua mais usada, dada a importância que a oralidade tem para os indígenas As atitudes em relação ao uso das línguas portuguesa e kaingang no espaço da escola apontaram para o interesse pelo modelo de ensino bilíngue Para os falantes da Terra Indígena Apucaraninha, a língua indígena é um traço constitutivo da identidade KaingangTese (Doutorado em Estudos da Linguagem) - Universidade Estadual de Londrina, Centro de Letras e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Estudos da LinguagemAbstract: This dissertation presents an investigation into the language attitudes of the Kaingang people of the Apucaraninha Indigenous Land, located in the northern region of the Brazilian state of Paraná The sociolinguistic scenario of the village is complex, given the conflict brought about by the contact between the languages portuguese and kaingang We seek to analyze and describe the use of each of these languages in the social domains of the village (at home, in the village, in religious spaces/in the church) and point out possible factors that have favored the maintenance of the indigenous language in the context of diglossia Similarly, we address the relationship between the speaker and the language, based on the evaluation that the Kaingang establish with the indigenous language and with Portuguese in the context of school education We also discuss issues related to Kaingang identity, drawing on a comparison between the statements of the collaborators of this dissertation and those of participants in another study by Pereira (2) The sociolinguistic study has as its main theoretical contribution the Sociology of Language, addressing the issues of attitudes, bilingualism, and diglossia This study was carried out considering that the set of values and representations about language is fundamental to dictate its future directions The methodological steps followed in this study were: observation; elaboration of a questionnaire; interviews; transcription and data analysis The corpus was collected in a face-to-face manner during our trips to the village, between 219 and 22 Interviews were also conducted remotely We worked with a total of 12 participants, including 6 women and 6 men, belonging to three age groups: 14 to 18 years, 19 to 3 years, and over 31 years The questionnaire used for the interviews is based on criteria adopted in similar studies on the sociolinguistic and cultural reality of indigenous communities, and includes specific questions that assess attitudes towards the Kaingang and Portuguese languages The results suggest that the Kaingang language is positively valued, and is used in practically all social spaces within the indigenous land Portuguese, on the other hand, is prevalent in institutional spaces (the school, the medical center, and some churches) In the religious context, the use of the Kaingang language was observed in Christian/Evangelical services as well as in celebrations and rites representing the traditional Kaingang religion With regard to writing practices, the Portuguese language is given priority In oral socio-discursive practices, the Kaingang language is the most used language, given the importance of orality for the indigenous population The attitudes toward the use of the Kaingang and Portuguese languages in the school suggest that there is some interest in the bilingual education model For the speakers of the Apucaraninha Indigenous Land, the indigenous language is a key feature of the Kaingang identityAltino, Fabiane Cristina [Orientador]Silveira, MarceloGuerra, Maria JoséFraga, LetíciaMori, Angel CorberaDomingues, Gislaine2024-05-01T11:34:16Z2024-05-01T11:34:16Z2022.0020.09.2022info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://repositorio.uel.br/handle/123456789/8512porDoutoradoEstudos da LinguagemCentro de Letras e Ciências HumanasPrograma de Pós-Graduação em Estudos da LinguagemLondrinareponame:Repositório Institucional da UELinstname:Universidade Estadual de Londrina (UEL)instacron:UELinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-07-12T04:19:59Zoai:repositorio.uel.br:123456789/8512Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.bibliotecadigital.uel.br/PUBhttp://www.bibliotecadigital.uel.br/OAI/oai2.phpbcuel@uel.br||opendoar:2024-07-12T04:19:59Repositório Institucional da UEL - Universidade Estadual de Londrina (UEL)false |
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