Estudos genéticos em populações da espécie Hypochaeris chillensis (Asteraceae) utilizando marcadores microssatélites
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEL |
Texto Completo: | http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000164049 |
Resumo: | Hypochaeris possui características que o tornam um interessante modelo para estudos evolutivos em plantas. O gênero inclui cerca de 60 espécies que mostram uma distribuição disjunta, incluindo 15 espécies na região do mediterrâneo e mais de 50 na América do Sul, onde o gênero, aparentemente, teve origem a partir de uma única espécie ancestral, através de eventos de dispersão a longa distância. Hypochaeris chillensis se destaca por ser o único representante cosmopolita do grupo. Marcadores microssatélites foram desenvolvidos e caracterizados para H. chillensis a fim de acessar a diversidade genética e estrutura genética de populações ao longo da área de distribuição da espécie. Um total de 12 pares de primers foram isolados e caracterizados, utilizando 50 indivíduos amostrados em três populações de H. chillensis. A amplificação via PCR detectou de um a cinco alelos, com uma média de 2,91 alelos por loco. Os 12 pares de primers foram testados para a transferência em dez espécies da América do Sul e no ancestral do grupo, H. angustifolia. A transferência teve sucesso na maioria das espécies sul-americanas, bem como para alguns primers na espécie H. angustifolia. Aplicado a outras espécies, esses marcadores são especialmente úteis para compreender os processos de radiação adaptativa e especiação do gênero desde sua chegada na América do Sul. Dez dos 12 primer isolados foram usados para investigar a estrutura genética de oito populações brasileiras de H. chillensis. Foram identificados um total de 37 alelos, com 80% de polimorfismo e uma média de 3,7 alelos por loco. A estimativa do número médio de alelos e alelos efetivos por população foi de 2,3 e 1,72, respectivamente. Os indices de heterozigosidade observada variaram de 0,14 a 0,44 e a esperada de 0,25 a 0,41. O coeficiente de endogamia (FIS) foi significativo para cinco populações. Foi encontrado um alto grau de diferenciação genética (FST =0,3363), com maior parte da variação (66,37%) identificada dentro de populações, o que evidencia a ausência de estruturação genética nas populações estudadas. A análise de distância genética entre pares de populações (FST), mostrou ausência de correlação entre distância genética e geográfica. O teste de atribuição de indivíduos às populações mostrou uma pequena taxa de migração em apenas duas populações, evidenciando que a maioria dos indivíduos genotipados foram atribuidos às populações das quais foram amostrados. Os baixos índices de variabilidade encontrados provavelmente são decorrentes do modo aparentemente pioneiro em que a espécie coloniza novos ambientes. Os resultados refletem um padrão característico de dispersão a longa distância sugerindo que, após colonização por poucos indivíduos, as novas populações se estabeleceram sob ação de efeito fundador e endogamia. |
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info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisEstudos genéticos em populações da espécie Hypochaeris chillensis (Asteraceae) utilizando marcadores microssatélites2011-03-31Claudete de Fátima Ruas . Elisete Pains Rodrigues Danielle Cristina Gregorio da SilvaCarina de Campos Gerreira LucioUniversidade Estadual de Londrina. Centro de Ciências Biológicas. Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular. IAPAR. EMBRAPA.URLBRHypochaeris possui características que o tornam um interessante modelo para estudos evolutivos em plantas. O gênero inclui cerca de 60 espécies que mostram uma distribuição disjunta, incluindo 15 espécies na região do mediterrâneo e mais de 50 na América do Sul, onde o gênero, aparentemente, teve origem a partir de uma única espécie ancestral, através de eventos de dispersão a longa distância. Hypochaeris chillensis se destaca por ser o único representante cosmopolita do grupo. Marcadores microssatélites foram desenvolvidos e caracterizados para H. chillensis a fim de acessar a diversidade genética e estrutura genética de populações ao longo da área de distribuição da espécie. Um total de 12 pares de primers foram isolados e caracterizados, utilizando 50 indivíduos amostrados em três populações de H. chillensis. A amplificação via PCR detectou de um a cinco alelos, com uma média de 2,91 alelos por loco. Os 12 pares de primers foram testados para a transferência em dez espécies da América do Sul e no ancestral do grupo, H. angustifolia. A transferência teve sucesso na maioria das espécies sul-americanas, bem como para alguns primers na espécie H. angustifolia. Aplicado a outras espécies, esses marcadores são especialmente úteis para compreender os processos de radiação adaptativa e especiação do gênero desde sua chegada na América do Sul. Dez dos 12 primer isolados foram usados para investigar a estrutura genética de oito populações brasileiras de H. chillensis. Foram identificados um total de 37 alelos, com 80% de polimorfismo e uma média de 3,7 alelos por loco. A estimativa do número médio de alelos e alelos efetivos por população foi de 2,3 e 1,72, respectivamente. Os indices de heterozigosidade observada variaram de 0,14 a 0,44 e a esperada de 0,25 a 0,41. O coeficiente de endogamia (FIS) foi significativo para cinco populações. Foi encontrado um alto grau de diferenciação genética (FST =0,3363), com maior parte da variação (66,37%) identificada dentro de populações, o que evidencia a ausência de estruturação genética nas populações estudadas. A análise de distância genética entre pares de populações (FST), mostrou ausência de correlação entre distância genética e geográfica. O teste de atribuição de indivíduos às populações mostrou uma pequena taxa de migração em apenas duas populações, evidenciando que a maioria dos indivíduos genotipados foram atribuidos às populações das quais foram amostrados. Os baixos índices de variabilidade encontrados provavelmente são decorrentes do modo aparentemente pioneiro em que a espécie coloniza novos ambientes. Os resultados refletem um padrão característico de dispersão a longa distância sugerindo que, após colonização por poucos indivíduos, as novas populações se estabeleceram sob ação de efeito fundador e endogamia.The Hypochaeris exhibits many characteristics that make the genus an interesting model for evolutionary studies in plants. It comprises around 60 species with a disjunct distribution, including 15 species the Mediterranean region and possible more than 50 in South America, where the genus apparently derived from a single ancestral species through events of long distance dispersal. Hypochaeris chillensis stands out as the only cosmopolitan representative of the group. Microsatellite markers were developed and characterized for H. chillensis to assess the genetic diversity and the patterns of genetic struture along the distribution areas of the species. A set of 12 primer pairs were isolated and characterized in a sample of 50 individuals of H. chillensis. PCR amplification detected 1-5 alleles, with an average of 2.91 alleles per locus. All primer pairs were tested for cross-amplification in ten additional South American species of Hypochaeris and in H. angustifolia, recognized as the ancestor of the group. All primer pair resulted in successful amplification in most South American species and some of them in H. angustifolia. The microsatellite primers herein described are the first set of molecular markers developed for H. chillensis and they have high potential for use in the investigation of genetic structure in populations of this species. These markers will be especially helpful to understand the processes of adaptive radiation and speciation of the genus since it arrived in South America. Ten of the isolated microsatellite loci were used in the investigation of genetic structure of eight Brazilian populations of H. chillensis. A total of 37 alleles were detected across all loci, with 80% of polymorphism and an average of 3.7 alleles per locus. The estimate average number of alleles and effective alleles per population were 2.3 and 1.72, respectively. In terms of overall genetic diversity the observed (Ho) and expected heterozigosities ranged from 0.14 to 0.44 and 0.25 to 0.41, respectively. The inbreeding coefficient (FIS) was significative in five populations, showing an excess of heterozygotes. The levels of genetic diferentiation was high (FST =0.3363), with most of the genetic variation (66.37%) detected within population. These results are consistent with the lack of genetic structure of the populations. The assignment test revealed that most of the individuals genotyped were atributed to the population in which they were sampled, with migrants detected only between two pairs of populations. There was no positive correlation between pairwise genetic distance (FST) and geographic distance. The overal results reflect a pattern of long-distance dispersion, suggesting that after colonization by few individuals, the stablisment of new populations occurred under influence of founder effects and endogamy.http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000164049porreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UELinstname:Universidade Estadual de Londrina (UEL)instacron:UELinfo:eu-repo/semantics/openAccess2023-12-11T09:29:44Zoai:uel.br:vtls000164049Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.bibliotecadigital.uel.br/PUBhttp://www.bibliotecadigital.uel.br/OAI/oai2.phpbcuel@uel.br||opendoar:2011-09-01T19:17:43Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEL - Universidade Estadual de Londrina (UEL)false |
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