Caracterização dos macro e microhabitats e segregação ecológica de cinco espécies de arapaçus (aves : dendrocolaptidae) em um fragmento florestal da região de Londrina, Norte do Estado do Paraná

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Poletto, Fabíola
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UEL
Texto Completo: https://repositorio.uel.br/handle/123456789/8458
Resumo: Resumo: Pouco se conhece sobre os requerimentos ecológicos das espécies de arapaçús (Aves: Dendrocolaptidae) e quais seriam as causas de sua tendência a desaparecer de determinados fragmentos florestais da região Neotropical No presente estudo foram verificadas as preferências por macro e microhabitat e a segregação ecológica entre cinco espécies de arapaçus da Mata Atlântica do sudeste Brasileiro: Dendrocincla turdina, Sittasomus griseicapillus, Xiphocolaptes albicollis, Dendrocolaptes platyrostris e Xiphorhynchus fuscus O estudo foi realizado no Parque Estadual Mata dos Godoy, um fragmento de Mata Atlântica mesófila semidecídua de 656 ha localizado no município de Londrina, Paraná (23o17'S; 51o15'W) Quatro transectos distintos com 5 m de extensão foram demarcados na área de estudo, tendo suas características ambientais e estruturais da vegetação analisadas através da quantificação relativa de 21 variáveis Censos e observações com as espécies de arapaçús também foram realizadas ao longo destes quatro transectos Cada vez que um indivíduo de arapaçú era encontrado, características ambientais e estruturais da vegetação em sua vizinhança imediata eram analisadas com base numa quantificação relativa de 28 variáveis Análises de Componentes Principais (ACP) foram utilizadas na análise dos dados referentes ao macro e microhabitats selecionados, enquanto que uma uma Análise de Correspondência (AC) foi empregada tendo em vista a caracterização da segregação ecológica entre as espécies estudadas As análises indicaram que D turdina foi a espécie de ocorrência mais local e com requerimentos ecológicos mais específicos dentre as espécies estudadas, mostrando preferência por áreas mais homogêneas, de estágio sucessional avançado, e evitando áreas típicas de clareiras X albicollis foi a espécie mais rara no local, mostrando preferência por áreas com vegetação mais emaranhada, que possuíam árvores de grande porte vivas ou mortas e com bastante rugosidade S griseicapillus e D platyrostris não demostraram grandes preferêcias na seleção de macro e microhabitat, explorando uma gama variada de substratos e ocorrendo em todos os estágios sucessionais da vegetação X fuscus demonstrou preferência por locais que, independentemente de seu estágio sucessional, apresentavam um sub-bosque e estrato médio densos Os resultados sobre segregação ecológica mostrararam que S griseicapillus, D platyrostris e X fuscus foram as espécies que apresentaram uma maior similaridade ecológica entre si, caracterizando-se pela grande flexibilidade na escolha de substratos e no comportamento de forrageamento D turdina e X albicollis mostraram-se mais especialistas, diferindo na forma de forrageio e seleção dos macro e microhabitat das demais espécies Os resultados permitem a conclusão que as espécies S griseicapillus, D platyrostris e X fuscus, por serem as mais flexíveis ecologicamente, são as mais tolerantes à fragmentação florestal e outras alterações antrópicas Essa conclusão é amparada amplamente por diversos estudos independentes De modo inverso, D turdina é a espécie mais vulnerável à alterações antrópicas, especialmente por evitar ativamente locais com uma vegetação em estágio sucessional inicial Infelizmente, em função de poucos dados disponíveis, não foi possível diagnosticar o grau de vulnerabilidade de X albicollis, ainda que os dados apontem para uma tolerância à alterações desde que elas não comprometam a sobrevivência de árvores de grande porte, vivas ou mortas
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51o15'W), Paraná State, Southern Brazil Four different 5 m long transects were cut at the study site and their structural and environmental characteristics were evaluated quantitatively through 21 variables Censuses and direct observations of woodcreepers were also conducted along those aforementioned transects Every time an individual woodcreeper was found, structural and environmental characteristics of its immediate surrounding habitat were quantitatively evaluated through 28 variables Principal Component Analysis (PCA) was employed to assess macro and microhabitat selection by each species separately, whereas Correspondence Analysis (CA) was used to evaluate means of ecological segregation among the five species studied Among them, D turdina was the most patchily distributed and had the narrowest ecological requirements, selecting fairly homogeneous sites at late successional stages, and avoiding areas of secondary vegetation, such as tree-fall gaps Xiphocolaptes albicollis was the rarest species, selecting sites with tangled vegetation and tall live and dead trees with a rough bark Sittasomus griseicapillus and D platyrostris did not select areas with specific macro and microhabitat attributes, exploiting a wide range of foraging substrates and occurring in all local successional forest stages Xiphorhynchus fuscus selected sites with dense under- and mid-stories, independently of their successional stage The following species had the most extensive ecological overlap, all of them exhibiting great flexibility in foraging behavior and substrate selection: S griseicapillus, D platyrostris, and X fuscus On the other hand, D turdina and X albicollis had little overlap with the other species, differing substantially in foraging behavior and macro and microhabitat selection Because of their great ecological flexibility, S griseicapillus, D platyrostris and X fuscus, can withstand better the significant habitat degradation that usually follows habitat fragmentation This conclusion is widely supported by several independent studies In contrast, D turdina is far more sensitive to human disturbance, particularly due to the fact that it seems to avoid areas extensively covered by secondary vegetation Unfortunately, little data was available to assess the actual vulnerability of X albicollis, even though this species seems to withstand significant human disturbance as long as emergent trees (dead or alive) are not affectedAnjos, Luiz dos [Orientador]Poletto, Fabíola2024-05-01T11:33:48Z2024-05-01T11:33:48Z2003.0030.07.2003info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://repositorio.uel.br/handle/123456789/8458porMestradoCiências BiológicasCentro de Ciências BiológicasPrograma de Pós-graduação em Ciências BiológicasLondrinareponame:Repositório Institucional da UELinstname:Universidade Estadual de Londrina (UEL)instacron:UELinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-07-12T04:20:17Zoai:repositorio.uel.br:123456789/8458Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.bibliotecadigital.uel.br/PUBhttp://www.bibliotecadigital.uel.br/OAI/oai2.phpbcuel@uel.br||opendoar:2024-07-12T04:20:17Repositório Institucional da UEL - Universidade Estadual de Londrina (UEL)false
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