Uma arqueologia da noção de contracontrole

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cicotte, Luiz Guilherme Nunes
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UEL
Texto Completo: https://repositorio.uel.br/handle/123456789/17249
Resumo: B. F. Skinner é um autor fundamental para uma certa proposta de Psicologia, haja visto o Comportamentalismo. Há em seu pensamento um conceito denominado “contracontrole” que, dentre os autores contemporâneos, parece ser essencial para as discussões políticas. Oriundas desde a década de 1970, tais discussões se configuram como uma aproximação entre a perspectiva comportamentalista e política. Sendo assim, a presente pesquisa procurou apresentar uma matriz conceitual sobre a noção de contracontrole. Inicialmente nos textos do autor e, em seguida, mapear sua dispersão na literatura especializada de matriz anglófona e brasileira. No primeiro capítulo foi realizada uma investigação nos livros publicados pelo autor, cobrindo da década de 1930 a 1980. No segundo, foi apresentado como o conceito de contracontrole é discutido na literatura especializada anglófona e tal organização das discussões resulta nos seguintes pontos: a) contracontrole como algo desejável; b) contracontrole como algo indesejável; c) contracontrole e liberdade; d) contracontrole e resistência. Por fim, no terceiro capítulo, foi realizado o mesmo movimento em relação à literatura especializada de matriz brasileira, investigando agora, artigos publicados em revistas, dissertações e teses. A discussão nessa literatura resultou nos seguintes aspectos: a) efeito do controle aversivo, sendo um efeito colateral indesejado, subproduto de contingências aversivas nas quais o organismo está submetido; b) tratado como comportamentos específicos com exemplos genéricos; c) em termos de contingências contracontroladoras. Adotou-se a postura arqueológica para tais investigações. A arqueologia se configura como uma forma de pensamento que desenvolve temas para além de ser meramente uma questão metodológica. Como contribuição para os estudos em relação à noção de contracontrole, em linhas gerais o conceito pode ser organizado da seguinte maneira: uma classe de comportamentos controlados por contingências contracontroladoras que tem por função, seja direta ou indiretamente, diminuir, eliminar, destruir o controle por contingências opressivas, podendo se dar no nível individual e no nível grupal. Por fim, observou-se que no campo da psicologia comportamentalista parece que tem se apresentado uma certa insegurança em sua própria cientificidade, no sentido de sua primazia em relação aos outros campos. Há um movimento cada vez maior de abertura às questões. A própria noção de contracontrole, apesar de não ser tão desenvolvida tanto na matriz anglófona quanto na brasileira, está aparecendo e sendo discutida no campo da política. A partir disso, parece que um novo campo de possibilidades se abre, no qual a noção de contracontrole pode ter um papel fundamental.
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No segundo, foi apresentado como o conceito de contracontrole é discutido na literatura especializada anglófona e tal organização das discussões resulta nos seguintes pontos: a) contracontrole como algo desejável; b) contracontrole como algo indesejável; c) contracontrole e liberdade; d) contracontrole e resistência. Por fim, no terceiro capítulo, foi realizado o mesmo movimento em relação à literatura especializada de matriz brasileira, investigando agora, artigos publicados em revistas, dissertações e teses. A discussão nessa literatura resultou nos seguintes aspectos: a) efeito do controle aversivo, sendo um efeito colateral indesejado, subproduto de contingências aversivas nas quais o organismo está submetido; b) tratado como comportamentos específicos com exemplos genéricos; c) em termos de contingências contracontroladoras. Adotou-se a postura arqueológica para tais investigações. A arqueologia se configura como uma forma de pensamento que desenvolve temas para além de ser meramente uma questão metodológica. Como contribuição para os estudos em relação à noção de contracontrole, em linhas gerais o conceito pode ser organizado da seguinte maneira: uma classe de comportamentos controlados por contingências contracontroladoras que tem por função, seja direta ou indiretamente, diminuir, eliminar, destruir o controle por contingências opressivas, podendo se dar no nível individual e no nível grupal. Por fim, observou-se que no campo da psicologia comportamentalista parece que tem se apresentado uma certa insegurança em sua própria cientificidade, no sentido de sua primazia em relação aos outros campos. Há um movimento cada vez maior de abertura às questões. A própria noção de contracontrole, apesar de não ser tão desenvolvida tanto na matriz anglófona quanto na brasileira, está aparecendo e sendo discutida no campo da política. A partir disso, parece que um novo campo de possibilidades se abre, no qual a noção de contracontrole pode ter um papel fundamental.B. F. Skinner is a fundamental author for a certain proposal of Psychology, in view, the Behaviorism. There is in his thinking a concept called “countercontrol” which, among contemporary authors, seems to be essential for political discussions. Originating since the 1970s, such discussions are configured as an approximation between the behaviorist and political perspectives. Therefore, the present research sought to present a conceptual matrix about the notion of countercontrol. Initially in the author's texts and then to map its dispersion in the specialized literature of anglophone and Brazilian origin. In the first chapter, an investigation was carried out in the books published by the author from the 1930s to the 1980s. In the second, it was showed how the concept of countercontrol is discussed in the specialized English- speaking literature and the discussions' organization results in the following points: a) countercontrol as something desirable; b) countercontrol as something undesirable; c) countercontrol and freedom; d) countercontrol and resistance. Finally, in the third chapter, the same movement was carried out in relation to specialized literature of Brazilian origin, now investigating articles published in magazines, dissertations and theses. The discussion in this literature resulted in the following aspects: a) the effect of aversive control, being an unwanted side effect, by-product of aversive contingencies in which the organism is submitted to; b) treated as specific behaviors with generic examples; c) in terms of countercontrolling contingencies. The archaeological posture was adopted for such investigations. Archeology is configured as a way of thinking that develops themes beyond being merely a methodological question. As a contribution to the studies regarding the notion of countercontrol, in general terms the concept can be organized as follows: a class of behaviors controlled by countercontrolling contingencies whose function is, either directly or indirectly, to reduce, to eliminate, to destroy control by opressive contingencies, which can occur at an individual level and at a group one. Finally, it was observed that in the field of behavioral psychology it seems that there has been a certain insecurity in its own scientificity, in the sense of its primacy in relation to other fields. There is an increasing movement towards opening up questions. The very notion of countercontrol, despite not being well developed neither in the Anglophone matrix nor in the Brazilian one, is appearing and being discussed in the field of politics. From this matter, it seems that a new field of possibilities opens up, in which the notion of countercontrol could play a fundamental role.Nalli, Marcos Alexandre GomesLopes, Carlos EduardoPez, Tiaraju Dal PozzoCicotte, Luiz Guilherme Nunes2024-08-21T14:44:33Z2024-08-21T14:44:33Z2022-07-22info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfhttps://repositorio.uel.br/handle/123456789/17249porCLCH - Departamento de FilosofiaPrograma de Pós-Graduação em FilosofiaUniversidade Estadual de Londrina - UELLondrina125 p.reponame:Repositório Institucional da UELinstname:Universidade Estadual de Londrina (UEL)instacron:UELinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-08-22T06:03:20Zoai:repositorio.uel.br:123456789/17249Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.bibliotecadigital.uel.br/PUBhttp://www.bibliotecadigital.uel.br/OAI/oai2.phpbcuel@uel.br||opendoar:2024-08-22T06:03:20Repositório Institucional da UEL - Universidade Estadual de Londrina (UEL)false
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description B. F. Skinner é um autor fundamental para uma certa proposta de Psicologia, haja visto o Comportamentalismo. Há em seu pensamento um conceito denominado “contracontrole” que, dentre os autores contemporâneos, parece ser essencial para as discussões políticas. Oriundas desde a década de 1970, tais discussões se configuram como uma aproximação entre a perspectiva comportamentalista e política. Sendo assim, a presente pesquisa procurou apresentar uma matriz conceitual sobre a noção de contracontrole. Inicialmente nos textos do autor e, em seguida, mapear sua dispersão na literatura especializada de matriz anglófona e brasileira. No primeiro capítulo foi realizada uma investigação nos livros publicados pelo autor, cobrindo da década de 1930 a 1980. No segundo, foi apresentado como o conceito de contracontrole é discutido na literatura especializada anglófona e tal organização das discussões resulta nos seguintes pontos: a) contracontrole como algo desejável; b) contracontrole como algo indesejável; c) contracontrole e liberdade; d) contracontrole e resistência. Por fim, no terceiro capítulo, foi realizado o mesmo movimento em relação à literatura especializada de matriz brasileira, investigando agora, artigos publicados em revistas, dissertações e teses. A discussão nessa literatura resultou nos seguintes aspectos: a) efeito do controle aversivo, sendo um efeito colateral indesejado, subproduto de contingências aversivas nas quais o organismo está submetido; b) tratado como comportamentos específicos com exemplos genéricos; c) em termos de contingências contracontroladoras. Adotou-se a postura arqueológica para tais investigações. A arqueologia se configura como uma forma de pensamento que desenvolve temas para além de ser meramente uma questão metodológica. Como contribuição para os estudos em relação à noção de contracontrole, em linhas gerais o conceito pode ser organizado da seguinte maneira: uma classe de comportamentos controlados por contingências contracontroladoras que tem por função, seja direta ou indiretamente, diminuir, eliminar, destruir o controle por contingências opressivas, podendo se dar no nível individual e no nível grupal. Por fim, observou-se que no campo da psicologia comportamentalista parece que tem se apresentado uma certa insegurança em sua própria cientificidade, no sentido de sua primazia em relação aos outros campos. Há um movimento cada vez maior de abertura às questões. A própria noção de contracontrole, apesar de não ser tão desenvolvida tanto na matriz anglófona quanto na brasileira, está aparecendo e sendo discutida no campo da política. A partir disso, parece que um novo campo de possibilidades se abre, no qual a noção de contracontrole pode ter um papel fundamental.
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