A âncora da segurança portuária : um estudo exploratório sobre a rede de segurança do Porto de Santos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Patriarca, Gabriel Antonio Cabeca
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UEL
Texto Completo: https://repositorio.uel.br/handle/123456789/11495
Resumo: Resumo: Os policing studies têm sido marcados por debates teóricos e normativos a respeito da posição do Estado nas atividades de segurança, cada vez mais pluralizadas e realizadas por diversos atores públicos e privados Uma perspectiva teórica e metodológica baseada no conceito de rede tem contribuído empiricamente com esses debates ao analisar as relações entre esses atores, mas ainda há muitas lacunas no conhecimento sobre as redes de segurança, quais atores ocupam posições centrais e por quais motivos Esta pesquisa contribui para o entendimento dessas questões por meio do estudo de caso da rede de segurança do maior complexo portuário da América Latina, o Porto de Santos O objetivo é explorar quais são as organizações mais centrais dessa rede, quais recursos ou “capitais” explicam a centralidade que elas adquirem, assim como as tensões e os conflitos subjacentes Quais são as organizações com maior centralidade na rede de segurança portuária, estabelecendo mais relações, posicionando-se de modo mais próximo das demais ou intermediando um maior número relações? Quais capitais buscados e mobilizados nas relações dessas organizações influenciam a centralidade que elas ocupam? Quais as fontes das “lutas de poder” que emergem pela busca e mobilização de capitais nas relações entre essas organizações? A pesquisa partiu da hipótese de que a rede de segurança do Porto de Santos é ancorada pelo Estado, com os atores públicos apresentando maior capacidade para mobilizar diferentes tipos de capitais que lhes conferem centralidade e poder dentro da rede, mas que também geram tensões e conflitos nas relações da segurança portuária As perguntas foram respondidas a partir de dados qualitativos oriundos de entrevistas semiestruturadas em profundidade com 17 gestores das organizações públicas e privadas atuantes na segurança portuária – Cesportos; Polícias Federal, Civil e Militar; Alfândega da Receita Federal; Capitania dos Portos; Guarda Portuária; terminais portuários; empresas de segurança; consultorias; e sindicatos da classe empresarial portuária Os dados foram analisados quantitativamente por meio de análise de redes sociais e qualitativamente por meio de análise de conteúdo Os resultados demonstram que as posições centrais da rede de segurança portuária são ocupadas predominantemente por atores públicos como a Cesportos e a Polícia Federal, mas também por atores privados, como a segurança “orgânica” dos terminais portuários No entanto, o Estado representa a âncora dessa rede, uma vez que a centralidade dos atores privados nas relações da segurança portuária é “dominada” pelos capitais buscados e mobilizados por atores públicos Subjacente às relações que formam a rede de segurança portuária, tensões e conflitos emergem pela entrada, permanência e saída da rede; lógicas distintas por redes sobrepostas; bem como disputas, reivindicações, críticas e renúncias de capitais
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Quais capitais buscados e mobilizados nas relações dessas organizações influenciam a centralidade que elas ocupam? Quais as fontes das “lutas de poder” que emergem pela busca e mobilização de capitais nas relações entre essas organizações? A pesquisa partiu da hipótese de que a rede de segurança do Porto de Santos é ancorada pelo Estado, com os atores públicos apresentando maior capacidade para mobilizar diferentes tipos de capitais que lhes conferem centralidade e poder dentro da rede, mas que também geram tensões e conflitos nas relações da segurança portuária As perguntas foram respondidas a partir de dados qualitativos oriundos de entrevistas semiestruturadas em profundidade com 17 gestores das organizações públicas e privadas atuantes na segurança portuária – Cesportos; Polícias Federal, Civil e Militar; Alfândega da Receita Federal; Capitania dos Portos; Guarda Portuária; terminais portuários; empresas de segurança; consultorias; e sindicatos da classe empresarial portuária Os dados foram analisados quantitativamente por meio de análise de redes sociais e qualitativamente por meio de análise de conteúdo Os resultados demonstram que as posições centrais da rede de segurança portuária são ocupadas predominantemente por atores públicos como a Cesportos e a Polícia Federal, mas também por atores privados, como a segurança “orgânica” dos terminais portuários No entanto, o Estado representa a âncora dessa rede, uma vez que a centralidade dos atores privados nas relações da segurança portuária é “dominada” pelos capitais buscados e mobilizados por atores públicos Subjacente às relações que formam a rede de segurança portuária, tensões e conflitos emergem pela entrada, permanência e saída da rede; lógicas distintas por redes sobrepostas; bem como disputas, reivindicações, críticas e renúncias de capitaisDissertação (Mestrado em Sociologia) - Universidade Estadual de Londrina, Centro de Letras e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em SociologiaAbstract: Policing studies have been marked by theoretical and normative debates regarding the state’s position in security activities, which are increasingly pluralized and carried out by various public and private actors A theoretical and methodological perspective based on the network concept has contributed empirically to these debates by analyzing the relationships between these actors, but there are still many gaps in knowledge about security networks, which actors occupy central positions and for what reasons This research contributes to the understanding of these issues through the case study of the security network of the largest port complex in Latin America, the Port of Santos The aim is to explore which organizations are most central in this network, which resources or “capitals” explain the centrality they acquire, as well the underlying tensions and conflicts Which organizations are most central to the port security network, establishing more relationships, positioning themselves closer to the others or intermediating a greater number of relationships? Which capitals sought and mobilized in the relationships of these organizations influence the centrality they occupy? What are the sources of “power struggles” that emerge from the search and mobilization of capitals in the relationships between these organizations? The research started from the hypothesis that the security network of the Port of Santos is anchored by the State, with public actors showing greater capacity to mobilize different types of capital that give them centrality and power within the network, but which also generate tensions and conflicts in port security relationships The questions were answered based on qualitative data from in-depth semi-structured interviews with 17 managers from public and private organizations working in port security – Cesportos; Federal, Civil and Military Police; Customs; Port Captaincy; Port Guard; port terminals; security companies; consultancies; and unions of the port business class The data were analyzed quantitatively by social network analysis and qualitatively by content analysis The results demonstrate that the central positions of the port security network are predominantly occupied by public actors such as Cesportos and the Federal Police, but also by private actors, such as the "in-house" security of port terminals However, the state represents the anchor of this network, since the centrality of private actors in port security relations is "dominated" by the capitals sought and mobilized by public actors Underlying the relations that form the port security network, power struggles emerge from network entry, stay and exit; distinct logics by overlapping networks; as well disputes, claims, criticisms and renouncements of capitalsLopes, Cleber da Silva [Orientador]Costa, Arthur Trindade MaranhãoCarneiro, Leandro PiquetPatriarca, Gabriel Antonio Cabeca2024-05-01T13:15:39Z2024-05-01T13:15:39Z2021.0008.02.2021info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://repositorio.uel.br/handle/123456789/11495porMestradoSociologiaCentro de Letras e Ciências HumanasPrograma de Pós-Graduação em SociologiaLondrinareponame:Repositório Institucional da UELinstname:Universidade Estadual de Londrina (UEL)instacron:UELinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-07-12T04:20:18Zoai:repositorio.uel.br:123456789/11495Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.bibliotecadigital.uel.br/PUBhttp://www.bibliotecadigital.uel.br/OAI/oai2.phpbcuel@uel.br||opendoar:2024-07-12T04:20:18Repositório Institucional da UEL - Universidade Estadual de Londrina (UEL)false
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