Parabenos : convergências e divergências científicas e regulatórias

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Coelho, Christiane da Silva
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UEL
Texto Completo: https://repositorio.uel.br/handle/123456789/14161
Resumo: Resumo: A segurança de produtos cosméticos tem despertado crescente atenção nas últimas décadas e o estudo da toxicidade de seus ingredientes evoluiu consideravelmente Dentre os conservantes permitidos em cosméticos, destacam-se os parabenos, série homóloga do ácido 4-hidroxibenzóico e incluem os derivados metil, etil, propil e butil parabenos Desde 192 e até hoje, os parabenos vêm sendo utilizados para a conservação de cosméticos, alimentos e medicamentos A larga utilização desses compostos vem ocorrendo principalmente, em razão de seu amplo espectro de atividade, solubilidade, baixo custo e estabilidade química, utilizados separadamente ou em associação, em várias categorias de cosméticos Após a publicação de estudo onde foram detectados parabenos em tumores de mamas humanos, o uso desses conservantes em cosméticos tem sido muito discutido ao redor do mundo O objetivo desse trabalho foi avaliar as evidências científicas e regulatórias quanto à segurança dos parabenos como conservantes em cosméticos e elaborar revisão bibliográfica sobre o tema, que pudesse contribuir com a comunidade científica, órgãos regulatórios e setor produtivo para o melhor conhecimento do uso seguro desses conservantes Ensaios in vitro e in vivo têm demonstrado que os parabenos possuem atividade estrogênica, porém tem-se afirmado que essa atividade é muito fraca quando comparada ao estradiol Essa atividade está diretamente relacionada à estrutura do derivado parabeno; sendo mais acentuada, quanto maior o tamanho da cadeia do grupo alquil e maior a ramificação O trabalho que provavelmente motivou a discussão em torno da segurança dos parabenos, em razão da possível associação entre câncer de mama e o uso de parabenos, teve algumas limitações metodológicas apontadas por outros pesquisadores, o que tem gerado muitas divergências A avaliação do risco do uso de parabenos em cosméticos deve ser realizada de modo amplo uma vez que há muitos outros ingredientes empregados nesses produtos, também apontados como possíveis desreguladores endócrinos O uso de misturas, bem como os efeitos originados de exposição repetida e combinada, cenário habitual no uso de cosméticos devem também ser considerados No Brasil, o uso de conservantes em cosméticos está regulamentado pela Anvisa por meio da RDC 29/212 Alinhado à regulamentação internacional, o limite máximo permitido na legislação brasileira para uso de parabenos em cosméticos é de ,4% para o ingrediente isolado ou ,8% para misturas Apesar das várias discussões sobre o assunto na comunidade científica e de decisões contrárias ocorridas em alguns países, as autoridades sanitárias, de modo geral, continuam considerando seguro o uso dos parabenos em cosméticos A revisão da literatura relativa à segurança dos parabenos realizada neste trabalho mostrou a necessidade de estudos epidemiológicos para aumentar a significância das evidências científicas e subsidiar as autoridades na tomada de medidas sanitárias, assegurando a saúde dos usuários de cosméticos contendo parabenos A análise dos resultados obtidos nessa revisão permitiram concluir que deve ser recomendada às autoridades regulatórias: redução para ,19% das concentrações de propil e butilparabeno em cosméticos; proibição de todos parabenos em produtos não enxaguáveis para crianças de até 3 anos de idade e manutenção da legislação em vigor para os derivados metil e etilparabeno
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sendo mais acentuada, quanto maior o tamanho da cadeia do grupo alquil e maior a ramificação O trabalho que provavelmente motivou a discussão em torno da segurança dos parabenos, em razão da possível associação entre câncer de mama e o uso de parabenos, teve algumas limitações metodológicas apontadas por outros pesquisadores, o que tem gerado muitas divergências A avaliação do risco do uso de parabenos em cosméticos deve ser realizada de modo amplo uma vez que há muitos outros ingredientes empregados nesses produtos, também apontados como possíveis desreguladores endócrinos O uso de misturas, bem como os efeitos originados de exposição repetida e combinada, cenário habitual no uso de cosméticos devem também ser considerados No Brasil, o uso de conservantes em cosméticos está regulamentado pela Anvisa por meio da RDC 29/212 Alinhado à regulamentação internacional, o limite máximo permitido na legislação brasileira para uso de parabenos em cosméticos é de ,4% para o ingrediente isolado ou ,8% para misturas Apesar das várias discussões sobre o assunto na comunidade científica e de decisões contrárias ocorridas em alguns países, as autoridades sanitárias, de modo geral, continuam considerando seguro o uso dos parabenos em cosméticos A revisão da literatura relativa à segurança dos parabenos realizada neste trabalho mostrou a necessidade de estudos epidemiológicos para aumentar a significância das evidências científicas e subsidiar as autoridades na tomada de medidas sanitárias, assegurando a saúde dos usuários de cosméticos contendo parabenos A análise dos resultados obtidos nessa revisão permitiram concluir que deve ser recomendada às autoridades regulatórias: redução para ,19% das concentrações de propil e butilparabeno em cosméticos; proibição de todos parabenos em produtos não enxaguáveis para crianças de até 3 anos de idade e manutenção da legislação em vigor para os derivados metil e etilparabenoDissertação (Mestrado Profissional em Toxicologia Aplicada à Vigilância Sanitária) – Universidade Estadual de Londrina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Toxicologia Aplicada à Vigilância SanitáriaAbstract: The safety of cosmetic products has attracted increasing attention in recent decades and the study of the toxicity of their ingredients was greatly improved Among allowed preservatives in cosmetics stand out parabens, homologous series of 4-hydroxybenzoic acid and include methyl, ethyl, propyl and butyl parabens Since 192 and until today, parabens have been used for the preservation of cosmetics, food and medicines The widespread use of these compounds has occurred mainly because of its wide spectrum of activity, solubility, low cost, chemical stability and are present in several categories of cosmetics, either separately or in combination After the publication of paper which were detected parabens in human breast tumors the use of these preservatives in cosmetics has been much discussed around the world The aim of this study was to evaluate the scientific and regulatory evidences about the safety of parabens as preservatives in cosmetics and formulate literature review on the topic, to collaborate with the scientific community, regulatory agencies and the productive sector to better understand the safe use of these preservatives In vitro and in vivo assays have shown that parabens have estrogenic activity, but it has been claimed that this activity is very weak when compared to estradiol This activity is related to the structure of the paraben; being more pronounced the higher the chain length of the alkyl group and the higher branch The paper that probably led to discussion about the safety of parabens, because of possible association between breast cancer and use of parabens, had some methodological limitations pointed out by other researchers, which has generated a lot of disagreement Risk assessment of the use of parabens in cosmetics should be carried out broadly since there are many other ingredients used in such products, also mentioned as possible endocrine disrupters The use of mixtures as well the effects promoted from repeated and combined exposure, as usual scenario in the use of cosmetics, should also be considered In Brazil, the use of preservatives in cosmetics is regulated by ANVISA through RDC 29/212 Following international regulations, the maximum concentration allowed by brazilian law for use of parabens in cosmetics is 4% for the ingredient isolated or 8% for mixtures Despite many discussions on the subject in the scientific community and contrary decisions occurred in some countries, in general, health authorities still consider safe use of parabens in cosmetics The literature review on the safety of parabens performed in this work showed the need for epidemiological studies to increase the significance of scientific evidence and support the authorities in sanitary measures, ensuring the health of the users of cosmetics containing parabens The analysis of the results of this review showed that should be recommended to regulatory authorities: reduction to ,19% in the concentrations of propyl and butyl paraben in cosmetics; ban all parabens in leave on products for children under 3 years of age and maintenance of current legislation for methyl and ethyl parabenCarvalho, Dermeval de [Orientador]Pedrozo, Maria de Fátima MenezesDiniz, AndréaCoelho, Christiane da Silva2024-05-01T14:29:06Z2024-05-01T14:29:06Z2013.0026.04.2013info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://repositorio.uel.br/handle/123456789/14161porMestrado ProfissionalToxicologia Aplicada a Vigilância SanitáriaCentro de Ciências da SaúdePrograma de Pós-Graduação em Toxicologia Aplicada à Vigilância SanitáriaLondrinareponame:Repositório Institucional da UELinstname:Universidade Estadual de Londrina (UEL)instacron:UELinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-07-12T04:19:58Zoai:repositorio.uel.br:123456789/14161Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.bibliotecadigital.uel.br/PUBhttp://www.bibliotecadigital.uel.br/OAI/oai2.phpbcuel@uel.br||opendoar:2024-07-12T04:19:58Repositório Institucional da UEL - Universidade Estadual de Londrina (UEL)false
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