Oscilação mecânica pontual no músculo quadríceps femoral após rizotomia dorsal seletiva em indivíduos com paralisia cerebral

• Autor(a) principal: Martins, Gabriel Costa
• Data de Publicação: 2024
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEL
• Texto Completo: https://repositorio.uel.br/handle/123456789/8719
• topic: Paralisia cerebral; Rizotomia; Oscilação mecânica pontual; Vibração focal; Cerebral palsy; Rhizotomy; Pointed mechanical oscillation; Focal vibration

Resumo: Introdução: A Rizotomia Dorsal Seletiva (RDS) é um procedimento cirúrgico definitivo que visa seccionar as fibras nervosas aferentes na região do cone medular, interrompendo o reflexo monossináptico de estiramento e, consequentemente, reduzindo o tônus muscular de indivíduos com Paralisia Cerebral (PC) Como alternativa para a ativação das fibras musculares inervadas pelas fibras aferentes seccionadas, a Oscilação Mecânica Pontual (OMP) emerge como ferramenta de fácil aplicação na prática clínica Esta oscilação desencadeia o Reflexo de Vibração Tônico na tentativa do músculo de amortecer as ondas oscilatórias, ativando o fuso muscular, podendo melhorar a qualidade da contração muscular Objetivo: Investigar os efeitos da OMP no desempenho cinemático do músculo quadríceps femoral durante um exercício cinético de cadeia fechada em indivíduos com PC após RDS Métodos: Dez indivíduos com PC participaram do estudo de caráter quase experimental (9 anos, 7/3 H/M) e foram submetidos às avaliações de: Mini-exame do estado mental, avaliação das funções corporais segundo a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), Gross Motor Function Classification System (GMFCS), escala de Ashworth para avaliação do tônus muscular e goniometria do joelho de membros inferiores Para a avaliação dos efeitos da OMP no desempenho cinemático do músculo quadríceps femoral (desfecho primário), os indivíduos foram posicionados numa cadeira de Legpress (A8 Metal Concept, Brasil), à 9°, 15° e 12° Foram solicitadas 18 repetições dos movimentos de extensão e flexão de joelho utilizando ou não a OMP na musculatura do quadríceps femoral Através do software Kinovea® (Patreon, EUA), foram coletados dados cinemáticos como: velocidade de pico, velocidade média e suavidade do movimento durante a realização do exercício cinético-funcional em cadeia fechada A sequência de realização dos exercícios (com ou sem OMP) foi aleatorizada por sorteio Para avaliar a reprodutibilidade do teste e possível efeito aprendizado, os indivíduos repetiram os mesmos exercícios, de maneira aleatorizada, com e sem OMP, 48h após a realização dos exercícios do primeiro dia Resultados: Para a variável suavidade do movimento, não houve diferença em nenhuma das angulações do exercício cinético com ou sem OMP Houve diferença na velocidade de pico usando a OMP vs sem OMP: 19,5°/s vs 41,7°/s, 22,2°/s vs 4,8°/s e 15,8°/s vs 26,9°/s; 9°, 15° e 12° respectivamente O mesmo aconteceu para a velocidade média na fase concêntrica do movimento: 21,2°/s vs 41,5°/s, 21,9°/s vs 36,4°/s e 15,8°/s vs 27,°/s; 9°, 15° e 12° respectivamente Não houve diferença entre os dois dias de avaliação (Dia 1 vs Dia 2) para nenhuma das variáveis estudadas nas diferentes angulações, com ou sem o uso da OMP Conclusão: A OMP aplicada no músculo quadríceps femoral de indivíduos com PC após RDS reduziu a velocidade de pico e a velocidade média num exercício cinético de cadeia fechada, o que está associado com a piora do controle motor Não houve influência da OMP na suavidade do movimento de indivíduos com PC após RDS Aparentemente, independente da angulação utilizada, não houve efeito aprendizado entre os dois dias de avaliação com ou sem o uso da OMP em um exercício cinético em cadeia fechada