Análise comportamental de interações sociais de pacientes ambulatoriais com psoríase

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Carolina Martinez Sampaio Mota
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEL
Texto Completo: http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000129705
Resumo: As pesquisas sobre psoríase mostram que, além do desconforto físico (prurido, lesões na pele) e dos tratamentos custosos e pouco efetivos, os indivíduos com esta doença também sofrem com a aparência inestética da pele e com as dificuldades para enfrentar reações de preconceito (piadas, apelidos, olhares insistentes) de outras pessoas em diferentes contextos sociais. Nestes casos, os que já apresentam um conjunto de respostas sociais pouco habilidosas, independente da doença, podem perceber essas situações como extremamente aversivas. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar se indivíduos com psoríase apresentam dificuldades nas interações sociais e quais os aspectos clínicos e as condições sócio-demográficas que são mais propícios à apresentação destas dificuldades. Para tanto, entrevistaram-se 35 indivíduos, 19 homens e 16 mulheres, entre 14 e 77 anos, atendidos no ambulatório do Serviço de Dermatologia do Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de Londrina e que apresentavam a doença há pelo menos seis meses. Esta amostra foi caracterizada quanto aos dados sócio-demográficos (idade, gênero, escolaridade, nível sócio-econômico, ocupação, estado civil e número de filhos) e aos aspectos clínicos (localização das lesões, tipo de medicação e tempo de diagnóstico). Nesta pesquisa também foram identificadas, por meio do Inventário de Habilidades Sociais (IHS - Del Prette e Del Prette, 2001), as dificuldades de interação social relatadas por estes indivíduos. Esses dados foram analisados estatisticamente. Além dos dados sócio-demográficos e dos aspectos clínicos, os pacientes também foram entrevistados individualmente para que detalhassem as dificuldades que enfrentavam com a doença. Conforme os resultados, para avaliar a severidade de um caso de psoríase, conjuntamente aos aspectos clínicos (tipo de medicação, localização das lesões, tempo de diagnóstico e presença de outras doenças, além da psoríase) devem ser considerados alguns dados demográficos como idade, gênero e estado civil. Mulheres jovens e solteiras mostraram-se mais vulneráveis às dificuldades interpessoais, especialmente quando as lesões eram expostas. Em contrapartida, homens mais velhos e casados relataram melhores desempenhos sociais. O tempo de diagnóstico também foi uma condição importante para avaliar dificuldades interpessoais, pois indivíduos com mais de três anos de diagnóstico relataram melhores desempenhos, ainda que fossem mulheres mais jovens. Porém, quando, além da psoríase, os indivíduos apresentavam outras doenças, independente da idade e do tempo de diagnóstico, eles relatavam baixo desempenho em interações sociais. Os comprometimentos causados pela doença também se mostraram bastante diferenciados conforme a idade dos participantes. Quanto aos indivíduos mais idosos, os incômodos físicos, como prurido, sangramento, descamações, as limitações nas atividades cotidianas e a dependência de terceiros para o desempenho destas atividades foram as principais queixas. Por sua vez, os mais jovens queixaram-se das críticas e avaliações negativas das pessoas à sua aparência física; portanto, eles evitavam o contato social e, conseqüentemente, apresentavam dificuldades quando tinham de interagir socialmente. Essas dificuldades prevaleciam na faixa etária economicamente ativa, pois a inserção em atividades produtivas exige exposição social e repertório social extremamente elaborado. Ao compreender as condições que favorecem a apresentação de dificuldades sociais e desenvolver ações integradas, tanto a Psicologia quanto a Dermatologia potencializam e aperfeiçoam procedimentos conjuntos em benefício destes indivíduos.
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spelling info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisAnálise comportamental de interações sociais de pacientes ambulatoriais com psoríase2008-04-05Márcia Cristina Caserta Gon . Rita de Cássia Margarido Moreira Maura Glória de FreitasCarolina Martinez Sampaio MotaUniversidade Estadual de Londrina. Centro de Ciências Biológicas. Programa de Pós-Graduação em Análise do Comportamento.URLBRAs pesquisas sobre psoríase mostram que, além do desconforto físico (prurido, lesões na pele) e dos tratamentos custosos e pouco efetivos, os indivíduos com esta doença também sofrem com a aparência inestética da pele e com as dificuldades para enfrentar reações de preconceito (piadas, apelidos, olhares insistentes) de outras pessoas em diferentes contextos sociais. Nestes casos, os que já apresentam um conjunto de respostas sociais pouco habilidosas, independente da doença, podem perceber essas situações como extremamente aversivas. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar se indivíduos com psoríase apresentam dificuldades nas interações sociais e quais os aspectos clínicos e as condições sócio-demográficas que são mais propícios à apresentação destas dificuldades. Para tanto, entrevistaram-se 35 indivíduos, 19 homens e 16 mulheres, entre 14 e 77 anos, atendidos no ambulatório do Serviço de Dermatologia do Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de Londrina e que apresentavam a doença há pelo menos seis meses. Esta amostra foi caracterizada quanto aos dados sócio-demográficos (idade, gênero, escolaridade, nível sócio-econômico, ocupação, estado civil e número de filhos) e aos aspectos clínicos (localização das lesões, tipo de medicação e tempo de diagnóstico). Nesta pesquisa também foram identificadas, por meio do Inventário de Habilidades Sociais (IHS - Del Prette e Del Prette, 2001), as dificuldades de interação social relatadas por estes indivíduos. Esses dados foram analisados estatisticamente. Além dos dados sócio-demográficos e dos aspectos clínicos, os pacientes também foram entrevistados individualmente para que detalhassem as dificuldades que enfrentavam com a doença. Conforme os resultados, para avaliar a severidade de um caso de psoríase, conjuntamente aos aspectos clínicos (tipo de medicação, localização das lesões, tempo de diagnóstico e presença de outras doenças, além da psoríase) devem ser considerados alguns dados demográficos como idade, gênero e estado civil. Mulheres jovens e solteiras mostraram-se mais vulneráveis às dificuldades interpessoais, especialmente quando as lesões eram expostas. Em contrapartida, homens mais velhos e casados relataram melhores desempenhos sociais. O tempo de diagnóstico também foi uma condição importante para avaliar dificuldades interpessoais, pois indivíduos com mais de três anos de diagnóstico relataram melhores desempenhos, ainda que fossem mulheres mais jovens. Porém, quando, além da psoríase, os indivíduos apresentavam outras doenças, independente da idade e do tempo de diagnóstico, eles relatavam baixo desempenho em interações sociais. Os comprometimentos causados pela doença também se mostraram bastante diferenciados conforme a idade dos participantes. Quanto aos indivíduos mais idosos, os incômodos físicos, como prurido, sangramento, descamações, as limitações nas atividades cotidianas e a dependência de terceiros para o desempenho destas atividades foram as principais queixas. Por sua vez, os mais jovens queixaram-se das críticas e avaliações negativas das pessoas à sua aparência física; portanto, eles evitavam o contato social e, conseqüentemente, apresentavam dificuldades quando tinham de interagir socialmente. Essas dificuldades prevaleciam na faixa etária economicamente ativa, pois a inserção em atividades produtivas exige exposição social e repertório social extremamente elaborado. Ao compreender as condições que favorecem a apresentação de dificuldades sociais e desenvolver ações integradas, tanto a Psicologia quanto a Dermatologia potencializam e aperfeiçoam procedimentos conjuntos em benefício destes indivíduos.Psoriasis research indicates that, besides physical discomfort (ichting, skin lesions), costly and low effective treatments, people with this disease suffers with its non esthetic skin appearance too, and with difficulties to overthrow prejudice reactions (jokes, nicknames, insistent eye sights) from other people in different social contexts. In cases like that, the ones with low social responses abilities, independently from the disease, can take these situations as extremely aversive ones. In that way, this study objective was to evaluate if psoriasis people shows social interaction difficulties, and which clinical aspects and social-demographic conditions are more propitious to these difficulties. For this, 35 people where interviewed, 19 men, 16 woman, with ages from 14 to 77, all of them attended at the ambulatory of the Dermatologic Service at Clinics Hospital from Londrina State University, with at least 6 months long disease symptoms. This sample was characterized about social-demographic data (age, gender, scholarship, social-economic level, occupation, civil state and children number), and clinical aspects (lesion location, medication type, and diagnostics time). In this research were also identified, through the Inventory of Social Abilities (IHS - Del Prette and Del Prette, 2001), the social interaction problems cited by these people. This information was statistically analyzed. Beyond social-demographic data and clinical aspects, the patients were also individually interviewed to detail its disease difficulties. Depending upon the results, to evaluate some psoriasis case severity, in conjunction with the clinical aspects (medication type, lesion location, diagnostics time, and existence of other diseases, other than psoriasis), demographic data like age, gender, and civil state must be considered. Single young woman are the more vulnerable to interpersonal difficulties, especially with exposed lesions. At other hand, older married men account better intersocial performances. Diagnostics time was also an important condition to the presentation of interpersonal problems, because people with more diagnostics time showed less interpersonal problems, even young woman. But people with diseases other than psoriasis, independently from age, and diagnostics time, they tells about little social interactions. The disease compromises shows very different depending on the age of the participants too. For older people the physical discomforts like ichting, bleeding, scaling off, daily activities limitations, and other people dependence to do these activities were the main complaints. By the other side, the younger complained about other people critics and negative evaluations about their physical appearance, making them avoid social contacts, and consequently showing difficulties when having to do social interactions. These difficulties prevail at economic active ages, because production activities demands social exposition and presentation of extremely elaborate social abilities. Understanding the conditions that favor the presentation of social difficulties and developing integrated actions, as much Psychology, as the Dermatology, empowers and perfects joint procedures in benefit of these individuals.http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000129705porreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UELinstname:Universidade Estadual de Londrina (UEL)instacron:UELinfo:eu-repo/semantics/openAccess2023-12-11T09:30:36Zoai:uel.br:vtls000129705Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.bibliotecadigital.uel.br/PUBhttp://www.bibliotecadigital.uel.br/OAI/oai2.phpbcuel@uel.br||opendoar:2008-09-01T12:35:37Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEL - Universidade Estadual de Londrina (UEL)false
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