Caracterização fenotípica e molecular de Streptococcus agalactiae isolados de pacientes atendidos no Hospital Universitário de Londrina, Paraná

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Otaguiri, Eliane Saori
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UEL
Texto Completo: https://repositorio.uel.br/handle/123456789/13995
Resumo: Resumo: Streptococcus agalactiae, pertencente ao grupo B de Lancefield (EGB - estreptococo do grupo B), normalmente reside como um microrganismo comensal no trato gastrointestinal e geniturinário do homem Entretanto, esta bactéria possui a capacidade de acessar vários nichos, como o compartimento intra-uterino ou de outros órgãos, o que mostra sua capacidade de adaptação a diferentes ambientes durante o curso da infecção Esta adaptação ocorre devido a expressão de fatores de virulência que estão envolvidos com a sobrevivência, invasão e persistência bacteriana no hospedeiro No Brasil, a descrição de fatores de virulência de EGBs isolados de humanos ainda é limitada Assim este trabalho teve como objetivo caracterizar EGB isolados de pacientes atendidos no Hospital Universitário de Londrina de Março à Setembro de 212, quanto ao tipo de antígeno capsular, perfil de sensibilidade aos antimicrobianos e investigar a ocorrência de determinantes de virulência Os tipos capsulares Ia, II, III e V foram identificados na maioria dos EGBs Somente um isolado foi classificado como tipo IX e não foi possível classificar um isolado de acordo com a metodologia utilizada Todos isolados foram sensíveis a penicilina, ampicilina, cefepime, cefotaxima, cloranfenicol, levifloxacino e vancomicina Resistência a eritromicina e clindamicina foi observado em 19,3% e 13,3% dos isolados, respectivamente Todos isolados resistentes a clindamicina (n=11) foram concomitantemente resistentes a eritromicina e estavam distribuídos nos tipos capsulares III e V Somente um isolado apresentou fenótipo cMLSB e concentração inibitória mínima de 8 µg/ml para eritromicina e clindamicina O gene ermA sozinho ou em combinação com o gene ermB foi o mecanismo de resistência a eritromicina mais prevalente entre esses isoladosOs isolados resistentes somente a eritromicina (n=5) pertenciam ao tipo Ia, apresentaram o fenótipo M e mecanismo de resistência ao antibacteriano era mediado pelo gene mefA Todos isolados apresentaram os genes cylE e hylB Entretanto 48% dos isolados foram classificados como gama-hemolíticos em meio contendo sangue desfibrinado de carneiro e não produtores do pigmento carotenóide no meio bifásico Granada, assim como 181% não foram capazes de produzir hialuronidase in vitro Pelo menos uma variante de pilus, PI-1, PI-2a ou PI-2b, foi detectado entre os isolados Todos isolados foram capazes de aderir em células HeLa e formar biofilme em superfície de poliestireno Nossos resultados mostraram o potencial de virulência de isolados de EGB e a caracterização de antígenos de superfície, como o pilus e antígenos capsulares, o que pode contribuir para o desenvolvimento de novas estratégias para prevenção e tratamento de infecções por EGB
id UEL_bc22313e5058caa8fc2a97776371a93a
oai_identifier_str oai:repositorio.uel.br:123456789/13995
network_acronym_str UEL
network_name_str Repositório Institucional da UEL
repository_id_str
spelling Caracterização fenotípica e molecular de Streptococcus agalactiae isolados de pacientes atendidos no Hospital Universitário de Londrina, ParanáEstreptococoBactérias gram-positivasGenética bacterianaVirulência (Microbiologia)DrogasStreptococcusBacterial geneticsGram-positive bacteriaResumo: Streptococcus agalactiae, pertencente ao grupo B de Lancefield (EGB - estreptococo do grupo B), normalmente reside como um microrganismo comensal no trato gastrointestinal e geniturinário do homem Entretanto, esta bactéria possui a capacidade de acessar vários nichos, como o compartimento intra-uterino ou de outros órgãos, o que mostra sua capacidade de adaptação a diferentes ambientes durante o curso da infecção Esta adaptação ocorre devido a expressão de fatores de virulência que estão envolvidos com a sobrevivência, invasão e persistência bacteriana no hospedeiro No Brasil, a descrição de fatores de virulência de EGBs isolados de humanos ainda é limitada Assim este trabalho teve como objetivo caracterizar EGB isolados de pacientes atendidos no Hospital Universitário de Londrina de Março à Setembro de 212, quanto ao tipo de antígeno capsular, perfil de sensibilidade aos antimicrobianos e investigar a ocorrência de determinantes de virulência Os tipos capsulares Ia, II, III e V foram identificados na maioria dos EGBs Somente um isolado foi classificado como tipo IX e não foi possível classificar um isolado de acordo com a metodologia utilizada Todos isolados foram sensíveis a penicilina, ampicilina, cefepime, cefotaxima, cloranfenicol, levifloxacino e vancomicina Resistência a eritromicina e clindamicina foi observado em 19,3% e 13,3% dos isolados, respectivamente Todos isolados resistentes a clindamicina (n=11) foram concomitantemente resistentes a eritromicina e estavam distribuídos nos tipos capsulares III e V Somente um isolado apresentou fenótipo cMLSB e concentração inibitória mínima de 8 µg/ml para eritromicina e clindamicina O gene ermA sozinho ou em combinação com o gene ermB foi o mecanismo de resistência a eritromicina mais prevalente entre esses isoladosOs isolados resistentes somente a eritromicina (n=5) pertenciam ao tipo Ia, apresentaram o fenótipo M e mecanismo de resistência ao antibacteriano era mediado pelo gene mefA Todos isolados apresentaram os genes cylE e hylB Entretanto 48% dos isolados foram classificados como gama-hemolíticos em meio contendo sangue desfibrinado de carneiro e não produtores do pigmento carotenóide no meio bifásico Granada, assim como 181% não foram capazes de produzir hialuronidase in vitro Pelo menos uma variante de pilus, PI-1, PI-2a ou PI-2b, foi detectado entre os isolados Todos isolados foram capazes de aderir em células HeLa e formar biofilme em superfície de poliestireno Nossos resultados mostraram o potencial de virulência de isolados de EGB e a caracterização de antígenos de superfície, como o pilus e antígenos capsulares, o que pode contribuir para o desenvolvimento de novas estratégias para prevenção e tratamento de infecções por EGBDissertação (Mestrado em Microbiologia) - Universidade Estadual de Londrina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em MicrobiologiaAbstract: Streptococcus agalactiae, belonging to Lancefield group B (GBS - Group B Streptococcus) is a commensal microorganism in the human gastrointestinal and genitourinary tracts However, this bacterium has the ability to access various niches, such as the intrauterine compartment or other organs, which reflects its adaptability to different environments during the course of infection This adaptation is due to expression of virulence factors that are involved with survival, invasion and bacterial persistence in the host In Brazil, the knowledge of virulence factors among EGBs isolated from humans is still limited Thus, this study aimed to characterize GBS isolates from patients attended at the University Hospital of Londrina from March to September 212, regarding the capsular typing, antimicrobial susceptibility profile and to investigate the occurrence of virulence determinants The capsular types Ia, II, III and V have been identified in most EGBs Only one isolate was classified as type IX and it was not possible to classify an isolate according to the methodology used in this study All isolates were susceptible to penicillin, ampicillin, cefepime, cefotaxime, chloramphenicol,levofloxacin and vancomycin Resistance to erythromycin and clindamycin was observed in 193% and 133% of isolates, respectively All isolates resistant to clindamycin (n = 11) were simultaneously resistant to erythromycin and were distributed in the capsular types III and V Only one isolate showed cMLSB phenotype and minimum inhibitory concentration of 8 µg/ml for erythromycin and clindamycin The mechanism of resistance to erythromycin more prevalent among these isolates was mediated by gene ermA alone or in combination with the gene ermB The isolates displaying resistance only to erythromycin (n = 5) belonged to capsular type Ia, and presented the M phenotype, which was mediated by mefA gene All isolates harbored the genes and cylE and hylB However 48% of the isolates were classified as gamma-hemolytic and carotenoid pigment non-producer in medium containing defibrinated sheep blood or biphasic medium Granada, respectively, and 181% were unable to produce hyaluronidase in vitro At least one pilus variant, PI-1, PI-2a or PI-2b was detected between isolates All strains were able to adhere to HeLa cells and to form biofilms on polystyrene surface Our results indicate the potential virulence of GBS isolates and the distribution of surface antigens such as capsular antigens and pili, which may contribute to the development of new strategies for prevention and treatment of GBS infectionOgatta, Sueli Fumie Yamada [Orientador]Nakazato, GersonRocha, Sérgio Paulo Dejato daPerugini, Marcia Regina Eches [Coorientadora]Otaguiri, Eliane Saori2024-05-01T14:22:32Z2024-05-01T14:22:32Z2013.0021.05.2013info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://repositorio.uel.br/handle/123456789/13995porMestradoMicrobiologiaCentro de Ciências BiológicasPrograma de Pós-Graduação em MicrobiologiaLondrinareponame:Repositório Institucional da UELinstname:Universidade Estadual de Londrina (UEL)instacron:UELinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-07-12T04:19:53Zoai:repositorio.uel.br:123456789/13995Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.bibliotecadigital.uel.br/PUBhttp://www.bibliotecadigital.uel.br/OAI/oai2.phpbcuel@uel.br||opendoar:2024-07-12T04:19:53Repositório Institucional da UEL - Universidade Estadual de Londrina (UEL)false
dc.title.none.fl_str_mv Caracterização fenotípica e molecular de Streptococcus agalactiae isolados de pacientes atendidos no Hospital Universitário de Londrina, Paraná
title Caracterização fenotípica e molecular de Streptococcus agalactiae isolados de pacientes atendidos no Hospital Universitário de Londrina, Paraná
spellingShingle Caracterização fenotípica e molecular de Streptococcus agalactiae isolados de pacientes atendidos no Hospital Universitário de Londrina, Paraná
Otaguiri, Eliane Saori
Estreptococo
Bactérias gram-positivas
Genética bacteriana
Virulência (Microbiologia)
Drogas
Streptococcus
Bacterial genetics
Gram-positive bacteria
title_short Caracterização fenotípica e molecular de Streptococcus agalactiae isolados de pacientes atendidos no Hospital Universitário de Londrina, Paraná
title_full Caracterização fenotípica e molecular de Streptococcus agalactiae isolados de pacientes atendidos no Hospital Universitário de Londrina, Paraná
title_fullStr Caracterização fenotípica e molecular de Streptococcus agalactiae isolados de pacientes atendidos no Hospital Universitário de Londrina, Paraná
title_full_unstemmed Caracterização fenotípica e molecular de Streptococcus agalactiae isolados de pacientes atendidos no Hospital Universitário de Londrina, Paraná
title_sort Caracterização fenotípica e molecular de Streptococcus agalactiae isolados de pacientes atendidos no Hospital Universitário de Londrina, Paraná
author Otaguiri, Eliane Saori
author_facet Otaguiri, Eliane Saori
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Ogatta, Sueli Fumie Yamada [Orientador]
Nakazato, Gerson
Rocha, Sérgio Paulo Dejato da
Perugini, Marcia Regina Eches [Coorientadora]
dc.contributor.author.fl_str_mv Otaguiri, Eliane Saori
dc.subject.por.fl_str_mv Estreptococo
Bactérias gram-positivas
Genética bacteriana
Virulência (Microbiologia)
Drogas
Streptococcus
Bacterial genetics
Gram-positive bacteria
topic Estreptococo
Bactérias gram-positivas
Genética bacteriana
Virulência (Microbiologia)
Drogas
Streptococcus
Bacterial genetics
Gram-positive bacteria
description Resumo: Streptococcus agalactiae, pertencente ao grupo B de Lancefield (EGB - estreptococo do grupo B), normalmente reside como um microrganismo comensal no trato gastrointestinal e geniturinário do homem Entretanto, esta bactéria possui a capacidade de acessar vários nichos, como o compartimento intra-uterino ou de outros órgãos, o que mostra sua capacidade de adaptação a diferentes ambientes durante o curso da infecção Esta adaptação ocorre devido a expressão de fatores de virulência que estão envolvidos com a sobrevivência, invasão e persistência bacteriana no hospedeiro No Brasil, a descrição de fatores de virulência de EGBs isolados de humanos ainda é limitada Assim este trabalho teve como objetivo caracterizar EGB isolados de pacientes atendidos no Hospital Universitário de Londrina de Março à Setembro de 212, quanto ao tipo de antígeno capsular, perfil de sensibilidade aos antimicrobianos e investigar a ocorrência de determinantes de virulência Os tipos capsulares Ia, II, III e V foram identificados na maioria dos EGBs Somente um isolado foi classificado como tipo IX e não foi possível classificar um isolado de acordo com a metodologia utilizada Todos isolados foram sensíveis a penicilina, ampicilina, cefepime, cefotaxima, cloranfenicol, levifloxacino e vancomicina Resistência a eritromicina e clindamicina foi observado em 19,3% e 13,3% dos isolados, respectivamente Todos isolados resistentes a clindamicina (n=11) foram concomitantemente resistentes a eritromicina e estavam distribuídos nos tipos capsulares III e V Somente um isolado apresentou fenótipo cMLSB e concentração inibitória mínima de 8 µg/ml para eritromicina e clindamicina O gene ermA sozinho ou em combinação com o gene ermB foi o mecanismo de resistência a eritromicina mais prevalente entre esses isoladosOs isolados resistentes somente a eritromicina (n=5) pertenciam ao tipo Ia, apresentaram o fenótipo M e mecanismo de resistência ao antibacteriano era mediado pelo gene mefA Todos isolados apresentaram os genes cylE e hylB Entretanto 48% dos isolados foram classificados como gama-hemolíticos em meio contendo sangue desfibrinado de carneiro e não produtores do pigmento carotenóide no meio bifásico Granada, assim como 181% não foram capazes de produzir hialuronidase in vitro Pelo menos uma variante de pilus, PI-1, PI-2a ou PI-2b, foi detectado entre os isolados Todos isolados foram capazes de aderir em células HeLa e formar biofilme em superfície de poliestireno Nossos resultados mostraram o potencial de virulência de isolados de EGB e a caracterização de antígenos de superfície, como o pilus e antígenos capsulares, o que pode contribuir para o desenvolvimento de novas estratégias para prevenção e tratamento de infecções por EGB
publishDate 2024
dc.date.none.fl_str_mv 2013.00
2024-05-01T14:22:32Z
2024-05-01T14:22:32Z
21.05.2013
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.uel.br/handle/123456789/13995
url https://repositorio.uel.br/handle/123456789/13995
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv Mestrado
Microbiologia
Centro de Ciências Biológicas
Programa de Pós-Graduação em Microbiologia
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.coverage.none.fl_str_mv Londrina
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UEL
instname:Universidade Estadual de Londrina (UEL)
instacron:UEL
instname_str Universidade Estadual de Londrina (UEL)
instacron_str UEL
institution UEL
reponame_str Repositório Institucional da UEL
collection Repositório Institucional da UEL
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UEL - Universidade Estadual de Londrina (UEL)
repository.mail.fl_str_mv bcuel@uel.br||
_version_ 1809823263766872064