Influência do tempo em ventilação mecânica na gravidade da displasia broncopulmonar em prematuros extremos : estudo piloto

• Autor(a) principal: Escobar, Victoria Cristina
• Data de Publicação: 2024
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UEL
• Texto Completo: https://repositorio.uel.br/handle/123456789/8983
• topic: Reabilitação; Ventilação mecânica; Displasia broncopulmonar; Prematuros; Rehabilitation; Mechanical ventilation; Bronchopulmonary dysplasia; Premature infants

Resumo: Introdução: A introdução da ventilação mecânica (VM), além de avanços do cuidado no contexto neonatal, como uso de corticoide antenatal e surfactante, possibilitou maior viabilidade e sobrevivência de recém-nascidos prematuros (RNPT), inclusive prematuros extremos (nascidos com idade gestacional menor que 28 semanas) Porém, seu uso acarreta efeitos adversos, como aumento do risco de óbito, morbidades como pneumotórax, pneumonia associada à VM, retinopatia da prematuridade e danos ao neurodesenvolvimento, além de maior chance de desenvolvimento de displasia broncopulmonar (DBP), uma doença comum em RNPT extremos intrinsicamente relacionada à exposição ao oxigênio e à VM, cuja gravidade pode ser classificada em leve, moderada e grave, dependendo do suporte respiratório necessário quando o paciente completa 36 semanas de idade gestacional (IG) Não se sabe, no entanto, quanto tempo em VM influencia na gravidade da doença Objetivos: Definir o tempo em VM com maior chance de desenvolver DBP moderada/grave em RNPT extremos e comparar as diferenças nas variáveis clínicas antes e durante a internação entre pacientes com DBP leve e moderada/grave Métodos: 53 RNPT foram separados nos grupos DBP leve e moderada/grave e tiveram seus dados analisados O tempo sob VM com maior chance de desenvolver DBP moderada/grave foi estimado pela curva ROC As variáveis perinatais e durante a internação foram comparadas e correlacionadas com o tempo em VM Uma regressão logística foi realizada para verificar a influência de variáveis previamente conhecidas por sua relação com a doença no desenvolvimento da DBP moderada/grave, como hipertensão pulmonar (HP), IG, peso ao nascimento e sexo, além do tempo em VM encontrado pela curva ROC O resultado obtido pela curva ROC foi validado em uma amostra independente (n=16) pelo teste Qui-quadrado Resultados: O tempo em VM encontrado para maior chance de desenvolver DBP moderada/grave foi 36 dias O grupo DBP moderada/grave teve maior número de indivíduos do sexo masculino (14 vs 5, p=,47), maior tempo em VM (43 vs 19 dias, p<,1), mais indivíduos com hipertensão pulmonar (12 vs 3, p=,16), maior gravidade de retinopatia da prematuridade (1 vs ,5, p=,5), maior tempo de internação (19 vs 81,5 dias, p<,1), maior IG (41 vs 38 semanas, p<,1) e peso na alta (262 vs 231 gramas, p<,1), enquanto o grupo DBP leve teve maior proporção de indivíduos que utilizaram CPAP antes da VM (12 vs 7, p=,43) Das variáveis inclusas na regressão logística, apenas a HP e tempo em VM maior que 36 dias foram significantes no modelo, explicando 72% da variância na DBP moderada/grave Na amostra de validação, a prevalência de RNPT que utilizou VM por mais de 36 dias no grupo DBP moderada/grave foi de 1% (n=6), e % no grupo DBP leve (p=,1) Conclusão: O tempo em VM associado ao desenvolvimento de DBP moderada/grave é 36 dias, e piores desfechos estão associados à gravidade da doença A HP e uso de VM por mais de 36 dias estão relacionados ao desenvolvimento da DBP moderada/grave