Mulheres em conflito com a lei : representações sociais, identidades de gênero e letramento

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oliveira, Erika Patrícia Teixeira de
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Estadual de Maringá (RI-UEM)
Texto Completo: http://repositorio.uem.br:8080/jspui/handle/1/4163
Resumo: This research study investigates the social representations of gender provided by inmates of a prison for females and the social identities in this specific context. The analysis deals with possible types of activities, such as writing, which may contribute towards the women's reinsertion in society. The theoretical perspectives are grounded on the Theory of Social Representations (MOSCOVICI, 1981; JODELET, 2001), on studies on Social Identity (HALL, 2000, 2007; SILVA, 2007; MOITA LOPES, 2002), Gender (LOURO, 1998) and Reading and Writing (KLEIMAN, 1995; SIGNORINI, 1995, TFOUNI, 1995). Since study focuses on the participants' emic interpretation is focused through an ethnographic interpretative and qualitative stance (MAISON, 1996; ERICKSON, 1989; TRIVIÑOS, 1987), the data that comprise the research corpus were collected through a triangular technique including half-structured interviews and field observation. The analyses show that participants in current research reveal, on the one hand, hegemonic social representations on the female gender, society and writing, and, on the other hand, they re-signify certain representations, such as those involving prison inmates, prison and time, due to their insertion within the prison culture. Negotiated identities, wished and/or denied, and even possible identity conflicts with regard to their day-to-day lives, low-class culture, un-structured families, low literacy level and the jail stigma can be identified through their representations. The analysis also shows that representations and identities re-built in the prison environment, especially those of prison and society, reinforce the construction of stigmas which may contribute towards relapses. The prisons should be conceived as spaces for inclusion, re-habilitation and social re-insertion by means of projects involving the learning of reading and writing, among other subjects. The data show that writing turned up to be a freedom factor for some of the women under analysis. Reading and writing activities involving the representations of females prison inmates and their experienced identity conflicts may be developed through a concept of literacy as a social practice and event. This research results also indicate the need to offer prison inmates programs that gave priority to the professional upgrading of female prison inmates so that, at a later date, they may apply for jobs for their social and dignified insertion within society.
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Since study focuses on the participants' emic interpretation is focused through an ethnographic interpretative and qualitative stance (MAISON, 1996; ERICKSON, 1989; TRIVIÑOS, 1987), the data that comprise the research corpus were collected through a triangular technique including half-structured interviews and field observation. The analyses show that participants in current research reveal, on the one hand, hegemonic social representations on the female gender, society and writing, and, on the other hand, they re-signify certain representations, such as those involving prison inmates, prison and time, due to their insertion within the prison culture. Negotiated identities, wished and/or denied, and even possible identity conflicts with regard to their day-to-day lives, low-class culture, un-structured families, low literacy level and the jail stigma can be identified through their representations. The analysis also shows that representations and identities re-built in the prison environment, especially those of prison and society, reinforce the construction of stigmas which may contribute towards relapses. The prisons should be conceived as spaces for inclusion, re-habilitation and social re-insertion by means of projects involving the learning of reading and writing, among other subjects. The data show that writing turned up to be a freedom factor for some of the women under analysis. Reading and writing activities involving the representations of females prison inmates and their experienced identity conflicts may be developed through a concept of literacy as a social practice and event. This research results also indicate the need to offer prison inmates programs that gave priority to the professional upgrading of female prison inmates so that, at a later date, they may apply for jobs for their social and dignified insertion within society.Esta pesquisa investiga as representações sociais de gênero apresentadas por mulheres encarceradas em um presídio feminino e as identidades sociais constituídas neste contexto específico de aprisionamento. A partir desta investigação, este estudo reflete sobre possíveis formas de trabalho com a escrita, que, de fato, possam contribuir com a reinserção dessas mulheres na sociedade. A perspectiva teórica adotada fundamenta-se na Teoria das Representações Sociais (MOSCOVICI, 1981; JODELET, 2001), nos estudos sobre Identidade Social (HALL, 2000, 2007; SILVA, 2007; MOITA LOPES, 2002), Gênero Social (LOURO, 1998) e Letramento (KLEIMAN, 1995; SIGNORINI, 1995, TFOUNI, 1995). Através de um viés qualitativo interpretativo do tipo etnográfico (MAISON, 1996; ERICKSON, 1989; TRIVIÑOS, 1987), buscamos enfocar a visão êmica das participantes; por isso, os dados que constituem o corpus são provenientes da técnica de triangulação de dados, a partir da qual se privilegiou a entrevista semi-estruturada e a observação de campo. As análises demonstram que, por um lado, as participantes da pesquisa revelam representações sociais hegemônicas acerca do gênero feminino, sociedade e escrita, por outro, elas estão re-significando algumas representações, como de presa, de prisão e de tempo, a partir da sua inserção na cultura prisional. Através de suas representações, é possível identificar identidades negociadas, desejadas e/ou negadas por elas, até mesmo possíveis conflitos de identidade gerados pela relação com suas realidades e culturas marcadas, por serem de classe baixa, oriundas de famílias desestruturadas, com pouca escolaridade e marcadas pelo estigma de presidiárias. A análise demonstrou também que as representações e identidades reconstruídas neste ambiente prisional, principalmente as representações de prisão e sociedade, reforçam a construção de estigmas que contribuem para a reincidência prisional. Concluímos que a prisão deve ser repensada como um espaço para a aplicação da inclusão, reabilitação e reinserção social através de projetos nos quais a escrita também possa ser incluída, pois os dados apontam que a escrita adquiriu uma função de libertação para algumas dessas mulheres. Acreditamos que, a partir de uma concepção de letramento em termos de prática e eventos sociais, podem ser desenvolvidas atividades de leitura e escrita voltadas às representações dessas mulheres e aos conflitos de identidade pelos quais estão passando. Por outro lado, seria interessante também pensar em programas que privilegiassem a profissionalização das mulheres, a fim de que elas pudessem pleitear posteriormente um trabalho na sociedade e serem reinseridas social e dignamente .145 fUniversidade Estadual de MaringáBrasilPrograma de Pós-Graduação em LetrasUEMMaringáDepartamento de LetrasNeiva Maria JungSonia Aparecida Lopes Benites - UEMDébora de Carvalho Figueiredo - UNISULOliveira, Erika Patrícia Teixeira de2018-04-18T19:28:24Z2018-04-18T19:28:24Z2008info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://repositorio.uem.br:8080/jspui/handle/1/4163porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da Universidade Estadual de Maringá (RI-UEM)instname:Universidade Estadual de Maringá (UEM)instacron:UEM2018-04-18T19:28:24Zoai:localhost:1/4163Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.uem.br:8080/oai/requestopendoar:2024-04-23T14:57:21.086862Repositório Institucional da Universidade Estadual de Maringá (RI-UEM) - Universidade Estadual de Maringá (UEM)false
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