Macunaíma: os devires de uma comunidade que vem
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEPB |
Texto Completo: | http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/3566 |
Resumo: | Esta pesquisa centra-se no estudo da obra Macunaíma, o herói sem nenhum caráter (1928), da autoria de Mário de Andrade, e pretende analisar a forma pela qual se caracteriza no seu personagem central – homônimo da obra – a exposição de intensos devires e afetos reveladores de uma comunidade inessencial. Para tanto, abordamos o romance a revelia do que tem feito sua melhor crítica, rompendo com a ideia atávica e inoperante de uma comunidade essencial brasileira, desconstruindo um conceito de que há uma identidade nacional baseada numa suposta unidade étnica, linguística e cultural. Para tanto, o objetivo desse estudo é apresentar Macunaíma como um corpo bárbaro de potências do devir, vasado e atravessado por infinitas dobras e afetamentos de outros, descentrado e fora de qualquer organicidade, em todo seu contágio revelador da comunidade por vir. Tomando a escrita andradina em sua dimensão política e performativa, tratamos sua obra como um repositório de um passado que reverbera no momento atual, uma vez que concentra traços recorrentes do presente e da realidade socioantropológica brasileira, revelados em sua tessitura irreverente, metafórica, irônica e provocativa, que demanda ser analisada para além dos esquematismos identitários. Confirmando-se, assim, uma forma de devir que desarticula a lógica hegemônica e desestrutura, todo tempo, as próprias formações discursivas que tratam de estabilizá-la. Além disso, constatou-se, através dos diferentes processos sofridos em nossa formação étnica e cultural, que nascemos da diferença e da partilha. Em nossa irremediável condição de “ninguém” somos análogos ao “qualquer” e, desse modo, um povo que nasce da ninguendade não pode reivindicar esquadros totalitários e essencializantes, pois nenhuma imanência nos retém e, na condição do qualquer, Macunaíma é o ser revelador da comunidade que vem. |
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Macunaíma: os devires de uma comunidade que vem1. Análise do discurso. 2. Mário de Andrade. 3. Identidade nacional.CIENCIAS SOCIAIS APLICADASEsta pesquisa centra-se no estudo da obra Macunaíma, o herói sem nenhum caráter (1928), da autoria de Mário de Andrade, e pretende analisar a forma pela qual se caracteriza no seu personagem central – homônimo da obra – a exposição de intensos devires e afetos reveladores de uma comunidade inessencial. Para tanto, abordamos o romance a revelia do que tem feito sua melhor crítica, rompendo com a ideia atávica e inoperante de uma comunidade essencial brasileira, desconstruindo um conceito de que há uma identidade nacional baseada numa suposta unidade étnica, linguística e cultural. Para tanto, o objetivo desse estudo é apresentar Macunaíma como um corpo bárbaro de potências do devir, vasado e atravessado por infinitas dobras e afetamentos de outros, descentrado e fora de qualquer organicidade, em todo seu contágio revelador da comunidade por vir. Tomando a escrita andradina em sua dimensão política e performativa, tratamos sua obra como um repositório de um passado que reverbera no momento atual, uma vez que concentra traços recorrentes do presente e da realidade socioantropológica brasileira, revelados em sua tessitura irreverente, metafórica, irônica e provocativa, que demanda ser analisada para além dos esquematismos identitários. Confirmando-se, assim, uma forma de devir que desarticula a lógica hegemônica e desestrutura, todo tempo, as próprias formações discursivas que tratam de estabilizá-la. Além disso, constatou-se, através dos diferentes processos sofridos em nossa formação étnica e cultural, que nascemos da diferença e da partilha. Em nossa irremediável condição de “ninguém” somos análogos ao “qualquer” e, desse modo, um povo que nasce da ninguendade não pode reivindicar esquadros totalitários e essencializantes, pois nenhuma imanência nos retém e, na condição do qualquer, Macunaíma é o ser revelador da comunidade que vem.Esta investigación se centra en el estudio de la obra Macunaíma, el héroe sin ningún carácter (1928), de autoría de Mário de Andrade, y pretende analizar la forma por la cual se caracteriza en su personaje central – homónimo de la obra – la exposición de intensas diligencias y afectos reveladores de una comunidad no esencial. Por consiguiente eso, abordamos la novela en contra de lo que tiene hecho su mejor crítica, rompiendo con la idea atávica e inoperante de una comunidad esencial brasileña, desconstruyendo un concepto de que hay una identidad nacional basada en una supuesta unidad étnica, linguística y cultural. Por tanto, el objetivo de ese estudio es presentar Macunaíma como un cuerpo bárbaro de potencias del descentramiento del sujeto moderno, vasado y atravesado por infinitas dobras y afectos de otros, descentrado y afuera de cualquier organicidad, en todo su contagio revelador de la comunidad. Tomando la escritura andradina en su dimensión política y performativa, tratamos su obra como un repositorio de un pasado que reverbera en el momento actual, una vez que concentra trazos recurrentes del presente y de la realidad socio/antropológica brasileña, revelados en su tesitura irreverente, metafórica, irónica y provocativa, que demanda ser analizada para además de los esquematismos identitários. Confirmándose, así, una forma de agenciar que desarticula la lógica hegemónica y desestructura, todo tiempo, las propias formaciones discursivas que tratan de estabilizarla. Además de eso, se constató, a través de los diferentes procesos sufridos en nuestra formación étnica y cultural, que nascemos de la diferencia y de la partilla. En nuestra irremediable condición de “nadie” somos análogos al “cualquier” y, de ese modo, un pueblo que nasce a don nadie no puede reivindicar escuadros totalitarios y esencializantes, pues ninguna inmanencia nos retiene y, en la condición del cualquier, Macunaíma es el ser revelador de la comunidad que viene.Universidade Estadual da ParaíbaPró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa - PRPGPBrasilUEPBPrograma de Pós-Graduação em Literatura e Interculturalidade - PPGLIJustino, Luciano BarbosaNóbrega, Andressa Rafaela Araújo2019-11-07T18:02:21Z2018-10-24info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfNóbrega, Andressa Rafaela Araújo. Macunaíma: os devires de uma comunidade que vem. 2018. 96f. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Literatura e Interculturalidade - PPGLI) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande - PB.http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/3566porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEPBinstname:Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)instacron:UEPB2019-11-08T04:01:56Zoai:tede.bc.uepb.edu.br:tede/3566Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/PUBhttp://tede.bc.uepb.edu.br/oai/requestbc@uepb.edu.br||opendoar:2019-11-08T04:01:56Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEPB - Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)false |
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