Desenvolvimento de um anestésico e analgésico tópico bucal com extrato de Aspidosperma pyrifolium Mart

• Autor(a) principal: Costa, Roniery de Oliveira
• Data de Publicação: 2018
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEPB
• Texto Completo: http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/4396
• topic: Aspidosperma; Análise térmica; Anestesia local; Dor orofacial; Técnicas analíticas; Aspidosperma; Local anestesia; Orofacial pain; Analytical techniques; Thermal analysis; CIENCIAS DA SAUDE::ODONTOLOGIA

Aspidosperma pyrifolium Mart é uma planta nativa da caatinga nordestina que apresenta propriedades farmacológicas com ênfase nos efeitos analgésicos e anestésicos. O objetivo deste trabalho foi desenvolver um gel anestésico e analgésico tópico bucal com Aspidosperma pyrifolium Mart. As cascas desta planta foram coletadas no Distrito de São José da Mata, Campina Grande-PB. O material vegetal coletado foi seco em estufa de ventilação forçada à temperatura constante, em seguida submetida à extração por turbólise e seco em Spray Dryer, utilizado Aerosil® 200, como adjuvante farmacotécnico. As misturas binárias entre o extrato e os excipientes bicarbonato de sódio, carbopol, carboximetilcelulose, glicerina, hidróxido de cálcio, hidroetilcelulose, propilenoglicol, sorbitol e trietanolamina, foram avaliadas por análise térmica, difração de raios-X e espectroscopia na região do infravermelho com transformada de Fourier. No estudo de compatibilidade, apenas o bicarbonato de sódio apresentou incompatibilidade química com o extrato. O gel desenvolvido de Aspidosperma pyrifolium Mart foi produzido com os seguintes excipientes: carbopol (espessante), trietanolamina (alcalinizante) e propilenoglicol (umectante). Nos ensaios farmacológicos foram utilizados camundongos machos swiss, com peso entre 25 e 35 gramas, aleatoriamente divididos em quatro ensaios farmacológicos, avaliação da atividade motora (Rota-rod), teste da formalina orofacial, teste térmico operante de avaliação da dor orofacial e bloqueio do nervo ciático. Utilizaram 5 grupos experimentais: controle negativo (apenas excipientes farmacêuticos), benzocaína a 20% (controle positivo) e os géis de A. pyrifolium com 62,5, 125 e 250 mg/kg, com exceção do último ensaio, que avaliou a atividade anestésica do extrato no nervo ciático em 62,5, 31,25, 15,62 e 7,81mg/mL, além dos controles negativos e positivos, solução fisiológica e lidocaína (5mg/mL), respectivamente. Foi avaliado também a atividade motora do camundongo, utilizando do extrato por 250mg/kg via oral, além dos ensaios da formalina orofacial e do teste térmico operante de avaliação da dor orofacial. O extrato e géis de A. pyrifolium não alteraram a atividade motora do camundongo. Os tratamentos de 62,5, 125 e 250 mg/kg inibiram significativamente a dor no lábio esquerdo do camundongo comparado a benzocaína 20% em 5 (p< 0,01) e entre 15 e 40 minutos após administração da formalina orofacial (p< 0,001). O extrato em 62,5 mg/kg apresentou atividade anestésica significativa em relação a 31,25, 15,62, 7,81mg/mL, salina fisiológica e lidocaína 5mg/mL (p< 0,001). Os géis de A. pyrifolium apresentaram excelente atividade antinociceptiva em 125mg/kg comparado a benzocaína 20% em 1 (p< 0,01), 5 (p< 0,001) e 10 (p<0,05) minutos após a inserção do animal na gaiola de acrílico e, em 1 (p< 0,01) e 5 (p< 0,01) minutos com 250mg/kg comparado ao controle negativo. Portanto, o extrato de APM apresentou uma excelente atividade anestésica no nervo ciático do camundongo na proporção de 62,5mg/kg, quando comparado a lidocaína (5mg/mL). O gel desenvolvido de A. pyrifolium apresentou um ótimo efeito antinociceptivo, decorrentes da sua ação anestésicas e analgésicas, principalmente nas proporções de 125 e 250mg/kg, que podem favorece sua utilização na clínica odontológica.