A instrumentalização da mentira na política internacional

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Raquel Katllyn Santos da
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEPB
Texto Completo: http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/3436
Resumo: A instrumentalização da mentira na política internacional objetiva explicar porque e como o engano é utilizado para a obtenção de vantagens políticas no cenário interno e externo ao Estado. Pensar a mentira enquanto ferramenta estratégica de poder estatal dá margem para a concepção de uma razão e de um efeito, que motivariam e resultariam da articulação da mentira em manobras políticas. Esse instrumento captor de poder revela-se como um objeto passível de consideração analítica, pois, não obstante os múltiplos olhares que se lhe possam lançar as distintas vertentes, a mentira tem seduzido governantes de todas as épocas com sua potencial capacidade de otimizar tempo e recursos em reversão de circunstâncias difíceis, bem como em obtenção de vantagens estratégicas. Nesse sentido, a pesquisa que se segue concebe a mentira sob as lentes do utilitarismo político, o qual se manifesta no pragmatismo estratégico estatal, para fins de maximização de capacidades relativas, perspectiva que se aproxima do realismo ofensivo em sua lógica causal. Assim, à medida que se compreende a mentira enquanto recurso que serve à razão de Estado estabelece-se sua mínima de legitimidade política, estendida para além da moral coletiva e do senso comum. A construção desse estudo teórico emprega o método de abordagem dedutivo, sobre o qual se constrói a análise do aspecto mais geral para o mais específico do tema, destrinchando o conteúdo a partir das premissas, mediante revisão de literatura. No primeiro capítulo, a concepção de mentira como um instrumento político é introduzida, fornecendo embasamento conceitual e comportamental de seu uso, assim como apresentando suas classificações e tipificações. A construção teórica da mentira fundamentará o pressuposto de existência da relação mentira-poder, o qual é relativo à razão de Estado e, portanto, próxima do que postula o realismo ofensivo. Os capítulos posteriores examinarão a aplicabilidade da descrição e análise teórica do uso de mentiras na esfera política; tratarão, respectivamente, dos seguintes casos: a Invasão do Iraque, em 2003; o crescimento da indústria bélica japonesa, entre 2010 e 2017, e o desenvolvimento harmonioso chinês, entre 2010 e 2018. Sob o pano de fundo desses casos concretos, essa pesquisa pretende demonstrar como a mentira instrumentalizada com finalidades políticas está comprovadamente estabelecida entre os governos, no meio político nacional e internacional, sendo capaz de desempenhar ações tais qual uma hábil ferramenta de poder.
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Esse instrumento captor de poder revela-se como um objeto passível de consideração analítica, pois, não obstante os múltiplos olhares que se lhe possam lançar as distintas vertentes, a mentira tem seduzido governantes de todas as épocas com sua potencial capacidade de otimizar tempo e recursos em reversão de circunstâncias difíceis, bem como em obtenção de vantagens estratégicas. Nesse sentido, a pesquisa que se segue concebe a mentira sob as lentes do utilitarismo político, o qual se manifesta no pragmatismo estratégico estatal, para fins de maximização de capacidades relativas, perspectiva que se aproxima do realismo ofensivo em sua lógica causal. Assim, à medida que se compreende a mentira enquanto recurso que serve à razão de Estado estabelece-se sua mínima de legitimidade política, estendida para além da moral coletiva e do senso comum. A construção desse estudo teórico emprega o método de abordagem dedutivo, sobre o qual se constrói a análise do aspecto mais geral para o mais específico do tema, destrinchando o conteúdo a partir das premissas, mediante revisão de literatura. No primeiro capítulo, a concepção de mentira como um instrumento político é introduzida, fornecendo embasamento conceitual e comportamental de seu uso, assim como apresentando suas classificações e tipificações. A construção teórica da mentira fundamentará o pressuposto de existência da relação mentira-poder, o qual é relativo à razão de Estado e, portanto, próxima do que postula o realismo ofensivo. Os capítulos posteriores examinarão a aplicabilidade da descrição e análise teórica do uso de mentiras na esfera política; tratarão, respectivamente, dos seguintes casos: a Invasão do Iraque, em 2003; o crescimento da indústria bélica japonesa, entre 2010 e 2017, e o desenvolvimento harmonioso chinês, entre 2010 e 2018. Sob o pano de fundo desses casos concretos, essa pesquisa pretende demonstrar como a mentira instrumentalizada com finalidades políticas está comprovadamente estabelecida entre os governos, no meio político nacional e internacional, sendo capaz de desempenhar ações tais qual uma hábil ferramenta de poder.The instrumentalisation of lies in international politics aims to explain why and how deception is used to obtain political advantages in the internal and external scenario to the State. Thinking lies as a strategic tool of state power leaves room for the conception of reason and effect, which would motivate and result from the articulation of lies in political maneuvers. This powergrabbing instrument reveals itself as an object capable of analytical consideration, for, despite the multiple glances that can be cast on the different slopes, lies have seduced rulers of all ages with their potential capacity to optimize time and resources in reversing difficult circumstances, as well as in gaining strategic advantages. In this sense, the research that follows conceives the lie under the lens of political utilitarianism, which manifests itself in state strategic pragmatism, for the purpose of maximizing relative capacities, a perspective that approaches offensive realism in its causal logic. Thus, as lie is understood as a resource that serves the reason of state, its minimum of political legitimacy is established, extending beyond collective morality and common sense. The construction of this theoretical study employs the method of deductive approach, on which the analysis of the more general aspect to the more specific aspect of the theme is constructed, unraveling the content from the premises, through a literature review. In the first chapter, the conception of lie as a political instrument is introduced, providing conceptual and behavioral basis of its use, as well as presenting its classifications and typifications. The theoretical construction of the lie will be based on the assumption of the existence of the lie-power relationship, which is relative to the state reason and, therefore, close to what the offensive realism postulates. The later chapters will examine the applicability of the description and theoretical analysis of the use of lies in the political sphere; the following cases: the Invasion of Iraq in 2003; the growth of the Japanese war industry between 2010 and 2017 and the Chinese harmonious development between 2010 and 2018. Against the backdrop of these concrete cases, this research aims to demonstrate how the instrumentalised lie for political purposes has been established among governments, in the national and international political environment, being able to perform actions such as a skillful tool of power.CAPESUniversidade Estadual da ParaíbaCentro de Ciências Biológicas e Sociais Aplicadas - CCBSABrasilUEPBPrograma de Pós-graduação em Relações Internacionais - PPGRILeite, Alexandre César CunhaPacheco, Cristina CarvalhoAlves, Elia Elisa CiaSilva, Raquel Katllyn Santos da2019-09-10T23:23:24Z2018-08-30info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfSILVA, R. K. S. da. A instrumentalização da mentira na política internacional. 2018. 164f. 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