Consumo alimentar, qualidade de vida e (in)segurança alimentar em pacientes com doença renal crônica em terapia de hemodiálise

• Autor(a) principal: Morais, Marcos Garcia Costa
• Data de Publicação: 2024
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEPB
• Texto Completo: http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/4927
• topic: Falência renal crônica; Hemodiálise; Insegurança Alimentar; Qualidade de vida; CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVA

Introdução: A doença renal crônica consiste em uma afecção de caráter progressivo, caracterizada pela redução, gradual e progressiva das funções renais excretoras, endócrinas e metabólicas, comprometendo saúde e rotina do indivíduo. No Brasil, no ano de 2022, de acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia, 153.831 pessoas estavam realizando diálise, sendo predominante a hemodiálise, porém esse tratamento acarreta mudanças repentinas podendo gerar varias repercussões na qualidade de vida do paciente. Objetivo: Analisar o impacto da insegurança alimentar e dos fatores sociodemográficos, condições clínicas de saúde e laboratoriais na qualidade de vida dos pacientes com doença renal crônica em terapia de hemodiálise. Metodologia: O estudo constitui-se em uma análise transversal com amostra por conveniência, em um hospital no estado da Paraíba. O questionário utilizado para a coleta de dados foi dividido em quatro instrumentos, abrangendo perguntas relativas às variáveis sociodemográficas e condições de saúde, além de alimentares. Por fim, foram incluídos os questionários validados sobre insegurança alimentar (Escala Brasileira de Insegurança Alimentar) e Kidney Disease and Quality of Life - Short Form, para avaliar a qualidade de vida. A análise estatística dos dados compreendeu em medidas descritivas como média, mediana, e desvio-padrão. Foi utilizado o teste de Mann-Whitney ou o teste de KruskalWallis para comparar as medianas. Resultados: Dos 123 pacientes analisados, 65,8% eram idosos e 61,8% eram homens, 48% da amostra estavam vivenciando algum grau de insegurança alimentar, sendo predominante a insegurança leve (30,9%), em relação à qualidade de vida o escore médio foi de 68,36 ± 11,71, apresentando os menores escores para as dimensões de papel profissional, sobrecarga da doença renal e saúde geral. Referente às dimensões genéricas e específicas, funcionamento físico e lista de sintomas/problemas, respectivamente, foram as mais impactadas, apresentando a maior quantidade de associações significativas. Todas as variáveis analisadas apresentaram reduções significativas em dimensões diferentes. Conclusão: Os dados obtidos neste estudo nos permitiram concluir que o nível mais impacto foi em “papel profissional” e que fatores como o aumento da idade, sexo feminino, baixa escolaridade, presença de comorbidades, adesão há pouco tempo no tratamento de hemodiálise associaram significativamente a redução dos escores em diferentes dimensões na qualidade de vida.