Práticas de Ensino de Matemática: Análise praxeológica de materiais de apoio para surdos

• Autor(a) principal: Nascimento, Denis Matias do
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEPB
• Texto Completo: http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/4635
• topic: Educação Matemática inclusiva; Teoria Antropológica do Didático; Matemática para surdos; Ensino da matemática; Anthropological Theory of Didactics; Mathematics for the Deaf; Inclusive Mathematics Education; Éducation inclusive en mathématiques; Mathématiques pour les sourds; Théorie anthropologique de la didactique; EDUCACAO::ENSINO-APRENDIZAGEM

O presente trabalho se propôs investigar as práticas de ensino para surdos, com o uso de materiais manipuláveis, e quais suas potencialidades para o cenário institucional escolar. Para isso, foi feita uma abordagem ao fenômeno da Transposição Didática, proposto por Yves Chevallard (1991), a qual descreve o caminho que um saber científico percorre até se transformar em objeto de ensino nas salas de aula. As discussões foram centralizadas na Transposição Didática Interna, que ocorre dentro da sala de aula e na Educação Matemática Inclusiva, que exprime os estudos do ensino de conceitos matemáticos de forma acessível para alunos expostos com equidade, para esses temas foram destacados os direcionamentos teóricos dos pesquisadores: Chevallard (1991, 1999 e 2006), Bessa de Menezes (2004, 2010), Brito Menezes (2006), Skovsmose (2019), Santos (2018) e Nogueira (2016). A pesquisa qualitativa recorreu a um estudo feito com os materiais manipuláveis de uma turma do 6º ano de uma escola Especial Integrada, que acolhe alunos surdos e ouvintes. O desenvolvimento metodológico foi dividido em três etapas: i) Coleta do Material; ii) Descrição e processo de elaboração e iii) análise dos dados coletados via quadro proposto por Varella (2010). Os materiais selecionados foram o ábaco, o material dourado, o dominó, a amarelinha e o boliche, os quais foram adaptados visando a acessibilidade e seguindo a proposta das seguintes categorias: acessível, inclusivo, didático e prático. A partir desse estudo, foram identificados indícios de possíveis praxeologias relacionadas a técnicas e tarefas aplicáveis na sala de aula regular. Apesar feita a verificação, mesmo com dados incipientes, ao final dessas etapas, houve um distanciamento entre os saberes efetivamente ensinados para os dois públicos (surdos/ouvintes). A análise praxeológica revelou um núcleo comum aos materiais. Dessa forma, com algumas adequações aos materiais analisados, esses podem fornecer elementos norteadores à prática docente, auxiliando professores de Matemática a minimizar a fragmentação do conteúdo, reduzir o distanciamento entre os saberes e possibilitando o aprimoramento do ensino de Matemática para surdos.