Traumas faciais como marcadores de violência física contra idosos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sousa, Rayanne Izabel Maciel de
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEPB
Texto Completo: http://tede.bc.uepb.edu.br/tede/jspui/handle/tede/2360
Resumo: A violência interpessoal é umdos principais fatores etiológicos causadores defraturas do complexo maxilo-facial. O trauma, de modo geral, tem um maiorimpacto físico sobre idosos devido às limitações físicas e fisiológicas inerentes à idade.Tendo em vista à importância assumida pela violência física na ocorrência dessas lesões, nessa faixa etária, foi objetivo desse estudo avaliar a prevalência de traumas faciais em idosos e os fatores associados a sua ocorrência, registrados no Núcleo de Medicina e Odontologia Legal (NUMOL) de Campina Grande – PB, no período de 2008 a 2011. Materiais e Métodos:Tratou-se de um estudo transversal. Foram avaliados 7.132 casos de indivíduos que procuraram atendimento no NUMOL para realizar exame de corpo de delito após ter sofrido trauma facial e / ou corporal decorrente de violência interpessoal. Deste total, 259 casos foram referentes a situações de violência física contra idosos. Os dados foram referentes a casos registrados durante Janeiro de 2008 a Dezembro de 2011. Foram incluídos registros de vítimas não fatais, residentes nas zonas urbana, suburbana e rural de Campina Grande e sua região metropolitana. Foram analisadas as características sociodemográficas das vítimas, dos agressores e as circunstâncias da agressão. A análise dos dados foi realizada por meio de técnica estatística descritiva e inferencial. Resultados: A média de idade das vítimas foi de 68,44 anos (DP = 7,6 anos). A proporção de homens e mulheres foi de 1,5:1. A maioria dos idosos estava na faixa etária de 60 a 69 anos (61,4%), do gênero masculino (60,2%), possuía companheiro(a) (58,1%) e tinha oito anos de estudo ou menos (85,7%). Quanto ao agressor, a maioria era do gênero masculino (77,6%) e conhecido da vítima (82,0%). Os casos de violência física contra idosos aconteceram na comunidade, principalmente durante o turno diurno (57,8%) e durante os dias úteis (67,9%). O tipo mais comum de violência física foi por meio de agressões sem instrumentos (60,7%). Houve trauma de face em 42,9% dos casos.Uma associação estatisticamente significativa foi encontrada entre a presença de trauma maxilo-facial e idade e gênero da vítima; circunstância da agressão; turno da ocorrência; dia da semana e instrumento utilizado. A análise de regressão de Poisson para a ocorrência de trauma de face resultante de violência física contra idosos mostrou que nenhuma variável incluída no modelo permaneceu significativa. Os resultados da análise de correspondência múltipla mostraram que as duas dimensões explicaram 34,9% (autovalor) da variabilidade total. Observou-se que as variáveis que mais discriminaram a dimensão 1 foram o gênero da vítima (53,3%), a circunstância da agressão (40,0%) e a relação entre agressor e vítima (29,9%). A dimensão 2 foi formada principalmente pelo instrumento utilizado (55,3%), a faixa etária da vítima (22,5%) e o tipo de trauma (19,1%).Conclusão:O estudo evidenciou fatores associados ao trauma facial, indicando uma alta prevalência de trauma facial em idosos, o que possibilita o direcionamento de políticas públicas de saúde, a fim de prevenir e diminuir a prevalência dos traumas faciais decorrentes de agressão física contra o idoso.
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Foram avaliados 7.132 casos de indivíduos que procuraram atendimento no NUMOL para realizar exame de corpo de delito após ter sofrido trauma facial e / ou corporal decorrente de violência interpessoal. Deste total, 259 casos foram referentes a situações de violência física contra idosos. Os dados foram referentes a casos registrados durante Janeiro de 2008 a Dezembro de 2011. Foram incluídos registros de vítimas não fatais, residentes nas zonas urbana, suburbana e rural de Campina Grande e sua região metropolitana. Foram analisadas as características sociodemográficas das vítimas, dos agressores e as circunstâncias da agressão. A análise dos dados foi realizada por meio de técnica estatística descritiva e inferencial. Resultados: A média de idade das vítimas foi de 68,44 anos (DP = 7,6 anos). A proporção de homens e mulheres foi de 1,5:1. A maioria dos idosos estava na faixa etária de 60 a 69 anos (61,4%), do gênero masculino (60,2%), possuía companheiro(a) (58,1%) e tinha oito anos de estudo ou menos (85,7%). Quanto ao agressor, a maioria era do gênero masculino (77,6%) e conhecido da vítima (82,0%). Os casos de violência física contra idosos aconteceram na comunidade, principalmente durante o turno diurno (57,8%) e durante os dias úteis (67,9%). O tipo mais comum de violência física foi por meio de agressões sem instrumentos (60,7%). Houve trauma de face em 42,9% dos casos.Uma associação estatisticamente significativa foi encontrada entre a presença de trauma maxilo-facial e idade e gênero da vítima; circunstância da agressão; turno da ocorrência; dia da semana e instrumento utilizado. A análise de regressão de Poisson para a ocorrência de trauma de face resultante de violência física contra idosos mostrou que nenhuma variável incluída no modelo permaneceu significativa. Os resultados da análise de correspondência múltipla mostraram que as duas dimensões explicaram 34,9% (autovalor) da variabilidade total. Observou-se que as variáveis que mais discriminaram a dimensão 1 foram o gênero da vítima (53,3%), a circunstância da agressão (40,0%) e a relação entre agressor e vítima (29,9%). A dimensão 2 foi formada principalmente pelo instrumento utilizado (55,3%), a faixa etária da vítima (22,5%) e o tipo de trauma (19,1%).Conclusão:O estudo evidenciou fatores associados ao trauma facial, indicando uma alta prevalência de trauma facial em idosos, o que possibilita o direcionamento de políticas públicas de saúde, a fim de prevenir e diminuir a prevalência dos traumas faciais decorrentes de agressão física contra o idoso.Interpersonal violence is among the main etiological factors of the maxillofacial complex. Trauma, generally, has a great physical impact on older people, because of physical and physiological limitations of age. In view of the importance assumed by physical violence from these lesions in this age range, it was objective of this study evaluate the facial trauma prevalence in older people and factors associated with its occurrence, that do not have caused death, registered at Center for Medicine and Forensic Dentistry (CMFD) of Campina Grande – PB, in the 2008-2010 period.Materials and Methods: Sociodemographic data were analyzed from victims: age range, gender, conjugal status and education; characteristic of aggressors: gender, aggressors and victims relationship and aggression circumstances; aggression circumstances: type of instrument used to perform physical aggression; the shift of occurrence, the weekly period on weekdays and finally the trauma suffered by the victims was grouped into facial trauma and body trauma. Data analysis was done through descriptive and inferential statistical technique. Results: the average age of the victims was 68.44 years (DP = 7.6 years). The proportion of men and woman was 1.5:1. Most elderly people were aged of 60 to 69 years (61.4%), male (60.2%), fixed relationship (58.1%) and had eight years of study or less (85.7%). As the aggressor, the most were male (77.6%) and known to the victim (82.0%). Cases of physical violence against the elderly happened in the community, mainly during morning shift (57.8%) and during working days of the week (67.9%). Most common type of physical violence was through of aggressions without instruments (60.7%). There was facial trauma in 42.9% of the cases. A significate statistical association was found between the presence of facial trauma and age and gender of victim; aggression circumstances, shift of the occurrence, day of the week and used instrument. The Poisson regression analysis for the face trauma occurrence resultant of physical violence against elderly people has proved that no variable included in the model remained significant. The results of multiple correspondence analysis showed that two dimensions explained 34.9% (eigenvalue) of the total viability. It was observed that the variables that most discriminated the dimension 1 were the gender of victim (53.3%), the aggression circumstance (40.0%) and the relationship between aggressor and victim (29.9%). The dimension 2 was composed mainly by used instrument (55.3%), age range of the victim (22.5%) and the type of trauma (19.1%). Conclusion: the presented study evidenced factors associated with facial trauma, enabling the targeting of public health policies in order to prevent and reduce the prevalence of facial trauma resulting from physical violence against the elderly.Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPqUniversidade Estadual da ParaíbaPró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa - PRPGPBrasilUEPBPrograma de Pós-Graduação em Odontologia - PPGOCavalcanti, Sérgio D'Ávila Lins Bezerra46760776453http://lattes.cnpq.br/8178780570352971Castro, Ricardo Dias de03418711413http://lattes.cnpq.br/0031529469046003Cavalcanti, Alessandro Leite63093421420http://lattes.cnpq.br/4751883787176824Sousa, Rayanne Izabel Maciel de2016-07-21T21:12:11Z2015-08-26info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfSOUSA, R. I. M. de. Traumas faciais como marcadores de violência física contra idosos. 2015. 124f. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Odontologia - PPGO)- Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2015.http://tede.bc.uepb.edu.br/tede/jspui/handle/tede/2360porFundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba - FAPESQinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEPBinstname:Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)instacron:UEPB2016-07-22T04:03:50Zoai:tede.bc.uepb.edu.br:tede/2360Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/PUBhttp://tede.bc.uepb.edu.br/oai/requestbc@uepb.edu.br||opendoar:2016-07-22T04:03:50Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEPB - Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)false
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