A sexualidade de adultos com lesão medular

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Araujo, Rudiney da Silva
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEPB
Texto Completo: http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/3513
Resumo: Introdução: A Lesão Medular é uma afecção neurológica decorrente de injúria na medula espinhal e que pode ocorrer perda parcial ou total da função motora, sensitiva, autonômica e sexual. No Brasil, os homens, jovens, vítimas da violência urbana configuram o perfil desse agravo. Objetivos: Descrever o perfil sociodemográfico, clínico e sexual de adultos com lesão medular, comparando os períodos antes e após o agravo. Métodos: Tratou-se de um estudo transversal, censitário, descritivo e quantitativo. Participaram 66 adultos, com lesão medular traumática, cadastrados nas Unidades Saúde da Família de Campina Grande, Paraíba, Brasil, que tiveram atividade sexual antes da lesão, não possuíam disfunção sexual anterior ao agravo, não se encontravam no estado de choque medular e não tinham outra afecção neurológica concomitante. A coleta de dados ocorreu de julho de 2017 a fevereiro de 2018 por meio do Questionário da Sexualidade Humana – Lesão Medular. Para cumprir os objetivos propostos foram utilizadas 27 questões do instrumento e análises estatísticas utilizando os testes estatísticos: Shapiro-Wilk e Teste Wilcoxon. Os dados foram tratados no SPSS versão 24.0 e apresentados por meio de tabelas, levando em consideração o intervalo de confiança de 99%. Foram respeitados os princípios da resolução 466/2012, CAAE 68629917.4.0000.5187. Resultados: O estudo mostrou maior prevalência de participantes homens (81,8%), jovens que sofreram lesão até 30 anos de idade (48,5%), não brancos (74,2%), católicos (59,1%), estudaram até o ensino fundamental (42,4%), sem companheiras (53%), com lesão incompleta (75,8%), causadas na maioria das vezes por acidentes de trânsito (34,8%). Verificou-se que os participantes mantêm vida sexual ativa (45,5%), no entanto, foi identificada redução estatisticamente significativa na atividade, frequência, desejo e satisfação sexual bem como na ereção, ejaculação e orgasmo. Conclusões: A maior prevalência de lesão medular é em homens, jovens em idade produtiva, não brancos, católicos, de baixa escolaridade e vítimas da violência no trânsito. Embora os indivíduos continuem tendo atividade sexual após o agravo há redução na prática, frequência, desejo e satisfação sexual, como também prejuízo nas respostas das funções sexuais da ereção, ejaculação e orgasmo, entre os períodos antes e após a lesão. Sugere-se que as unidades de saúde desenvolvam novas estratégias de ações voltadas para esses usuários para garantir a acessibilidade à reabilitação motora e abordagem da sexualidade, incluindo a participação dos cônjuges, para vencer as dúvidas e mitos, e contribuir para a readaptação dos indivíduos garantindo-lhes o exercício da sua sexualidade e cidadania.
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spelling A sexualidade de adultos com lesão medularTraumatismos da Medula EspinhalSexualidadePessoas com DeficiênciaSaúde PúblicaPublic HealthSpinal Cord InjuriesDisabled PersonsSexualitySAUDE COLETIVA::SAUDE PUBLICAIntrodução: A Lesão Medular é uma afecção neurológica decorrente de injúria na medula espinhal e que pode ocorrer perda parcial ou total da função motora, sensitiva, autonômica e sexual. No Brasil, os homens, jovens, vítimas da violência urbana configuram o perfil desse agravo. Objetivos: Descrever o perfil sociodemográfico, clínico e sexual de adultos com lesão medular, comparando os períodos antes e após o agravo. Métodos: Tratou-se de um estudo transversal, censitário, descritivo e quantitativo. Participaram 66 adultos, com lesão medular traumática, cadastrados nas Unidades Saúde da Família de Campina Grande, Paraíba, Brasil, que tiveram atividade sexual antes da lesão, não possuíam disfunção sexual anterior ao agravo, não se encontravam no estado de choque medular e não tinham outra afecção neurológica concomitante. A coleta de dados ocorreu de julho de 2017 a fevereiro de 2018 por meio do Questionário da Sexualidade Humana – Lesão Medular. Para cumprir os objetivos propostos foram utilizadas 27 questões do instrumento e análises estatísticas utilizando os testes estatísticos: Shapiro-Wilk e Teste Wilcoxon. Os dados foram tratados no SPSS versão 24.0 e apresentados por meio de tabelas, levando em consideração o intervalo de confiança de 99%. Foram respeitados os princípios da resolução 466/2012, CAAE 68629917.4.0000.5187. Resultados: O estudo mostrou maior prevalência de participantes homens (81,8%), jovens que sofreram lesão até 30 anos de idade (48,5%), não brancos (74,2%), católicos (59,1%), estudaram até o ensino fundamental (42,4%), sem companheiras (53%), com lesão incompleta (75,8%), causadas na maioria das vezes por acidentes de trânsito (34,8%). Verificou-se que os participantes mantêm vida sexual ativa (45,5%), no entanto, foi identificada redução estatisticamente significativa na atividade, frequência, desejo e satisfação sexual bem como na ereção, ejaculação e orgasmo. Conclusões: A maior prevalência de lesão medular é em homens, jovens em idade produtiva, não brancos, católicos, de baixa escolaridade e vítimas da violência no trânsito. Embora os indivíduos continuem tendo atividade sexual após o agravo há redução na prática, frequência, desejo e satisfação sexual, como também prejuízo nas respostas das funções sexuais da ereção, ejaculação e orgasmo, entre os períodos antes e após a lesão. Sugere-se que as unidades de saúde desenvolvam novas estratégias de ações voltadas para esses usuários para garantir a acessibilidade à reabilitação motora e abordagem da sexualidade, incluindo a participação dos cônjuges, para vencer as dúvidas e mitos, e contribuir para a readaptação dos indivíduos garantindo-lhes o exercício da sua sexualidade e cidadania.Background: Spinal Cord Injury is a neurological condition resulting from injury to the spinal cord and partial or total loss of motor, sensory, autonomic and sexual function. In Brazil, young men, victims of urban violence shape the profile of this aggravation. Aim: To describe the sociodemographic, clinical and sexual profile of adults with spinal cord injury, comparing the periods before and after the injury. Methods: It was a cross-sectional, census, descriptive and quantitative study. Participants were 66 adults, with traumatic spinal cord injury, enrolled in the Family Health Units Care of Campina Grande, Paraíba, Brazil, who had sexual activity before the injury, had no sexual dysfunction prior to the injury, were not in the state of spinal chock and had no other affection concomitant neurological disorder. Data collection took place from july 2017 to february 2018 through the Human Sexuality Questionnaire - Spinal Cord Injury. In order to fulfill the proposed objectives, 27 questions from the instrument were used and the following statistical tests were used: Shapiro-Wilk and Wilcoxon Test. The data were treated in SPSS version 24.0 and presented by means of tables taking into consideration the confidence interval of 95%. The principles of resolution 466/2012 were considered. Results: The study showed a higher prevalence of male participants (81.8%), young people who suffered injuries up to 30 years of age (48.5%), non- whites (74.2%), (42.4%), without partners (53%), have incomplete injuries (75.8%), most of them caused by traffic accidents (34.8%). It was observed that the participants maintained active sexual life (45.5%), however, a statistically significant reduction in activity, frequency, desire and sexual satisfaction as well as in erection, ejaculation and orgasm was identified. Conclusions: The highest prevalence of spinal cord injury is of men, young of productive age, non-white, catholic, of low schooling and victims of traffic violence. Although individuals continue to have sexual activity after the injury, there are reduction in practice, frequency, desire and sexual satisfaction, as well as impairment of the sexual functions of erection, ejaculation and orgasm between the periods before and after the injury. It is suggested that health units care develop new strategies to those users to ensure accessibility to motor rehabilitation and approach to sexuality, including the participation of spouses, to overcome doubts and myths, and to contribute to the readaptation of individuals guaranteeing them the exercise of their sexuality and citizenship.Universidade Estadual da ParaíbaPró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa - PRPGPBrasilUEPBPrograma de Pós-Graduação em Saúde Pública - PPGSPCoura, Alexsandro Silva06483617488http://lattes.cnpq.br/5597558131874152Coelho, Renata de Souza04084278416Souto, Rafaella Queiroga01343133483http://lattes.cnpq.br/0667596657820805Araujo, Rudiney da Silva2019-10-10T14:15:05Z2018-09-28info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfARAÚJO, R. da S. A sexualidade de adultos com lesão medular. 2018. 90f. 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