Utilização dos serviços de saúde segundo determinantes sociais, comportamentos em saúde e qualidade de vida entre portadores de diabetes

• Autor(a) principal: Rodrigues, Anny Mirene Alves Moreira
• Data de Publicação: 2017
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEPB
• Texto Completo: http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/3047
• topic: Diabetes mellitus; Serviços de saúde; Saúde da família; Atenção Primária à Saúde; Primary Health Care; Family health; Health services; SAUDE COLETIVA::SAUDE PUBLICA

INTRODUÇÃO: O diabetes mellitus (DM) configura-se como um problema de saúde pública mundial, tal situação é agravada por complicações sistêmicas que podem aparecer devido ao descontrole metabólico, interferindo na utilização dos serviços de saúde (USS) e elevando o potencial de morbimortalidade desses indivíduos. OBJETIVOS: Investigar a utilização dos serviços de saúde por portadores de diabetes cadastrados na Estratégia Saúde da Família (ESF), o impacto da doença na qualidade de vida destes indivíduos, e outros fatore s associados, comparando os que utilizam os serviços públicos, com ou sem regularidade, e os que utilizam serviço particular ou convênio. MATERIAIS E MÉTODO: Consistiu em um estudo transversal de base populacional, realizado em Cajazeiras-PB, que envolveu uma amostra representativa de 416 portadores de diabetes, de 8 equipes da ESF. Para coleta de dados aplicou-se, em domicílio, um formulário estruturado contendo informações socioeconômicas e demográficas, questões relacionadas à USS e a assistência à saúde , sendo ainda avaliada a qualidade de vida através da aplicação do Diabetes-39. Foi realizada análise estatística descritiva e inferencial, essa última através de Análise de Cluster ( K-means), teste qui-quadrado de Pearson e exato de Fisher, e Análise de Árvore de Decisão usando o algoritmo CHAID (Chi-squared Automatic Interaction Detector). RESULTADOS: O perfil geral da amostra foi caracterizado por uma maioria do sexo feminino (65,6%), com predominância da faixa etária de 60 a 74 anos (46,2%), com baixa escolaridade (52,6%) e renda mensal familiar de até 1776 reais (79,8%), sendo que a maioria não praticava atividade física (69,7%), e não realizava a quantidade adequada de exames de glicemia em jejum (85,8%) e de vista/ fundo de olho (61,8%), além disso, 53,8% nunca tiveram os pés examinados. Foi evidenciada expressiva utilização dos serviços públicos de saúde pela população estudada (80,7%). A utilização do serviço público de saúde com regularidade foi caracterizada por indivíduos com escolaridade baixa ou média (p < 0,001), empregados ou aposentados e/ou pensionistas (p = 0,019), com baixo impacto do diabetes na qualidade de vida (p = 0,032), e que realizavam a quantidade recomendada pelo Ministério da Saúde de exames de glicemia em jejum ao ano (p < 0,001). Já a utilização deste serviço sem regularidade demonstrou estar associada a portadores de DM sem escolaridade, e que não realizavam a quantidade apropriada de exames de glicemia em jejum ao ano (p < 0,001), apesar de relatarem que foram solicitados exames complementares (p = 0,024). CONCLUSÕES: Os resultados evidenciam que as características de cunho socioeconômico interferem diretamente na USS por portadores de DM, sendo o baixo nível de escolaridade, uma das principais barreiras para a utilização de serviços públicos de saúde com regularidade. Posto isto, reitera-se que desfechos favoráveis no controle glicêmico são provenientes da interação de fatores como a motivação e a adesão dos pacientes ao tratamento, do tratamento aconselhado e recebido, e da organização e acesso aos serviços de saúde.