Biorremediação em efluentes de piscicultura utilizando macrófitas aquáticas Eichhornia crassipes (Pontederiaceae) e probióticos

• Autor(a) principal: Freitas, Franklin Vidal de
• Data de Publicação: 2010
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEPB
• Texto Completo: http://tede.bc.uepb.edu.br/tede/jspui/handle/tede/1725
• topic: Efluente de piscicultura; Biorremediação; Eichhornia crassipes; Bioremediation; Pisciculture effluents; Eichhornia crassipes; CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::ECOLOGIA

As atividades piscícolas vêm crescendo num ritmo acelerado no Brasil devido a sua lucratividade e retorno rápido ao produtor, além de serem consideradas as melhores para a produção de proteína de primeira qualidade. Porém, geram uma quantidade considerável de efluentes que geralmente são dispostos no ambiente sem nenhum tratamento prévio, trazendo consequências ambientais negativas aos corpos hídricos. As macrófitas aquáticas são utilizadas desde bastante tempo atrás para o tratamento de efluentes aquícolas agindo como biorremediadores ao remover compostos do meio. Também começam a surgir estudos que relatam a utilização de probióticos no melhoramento de efluentes e na diminuição da carga orgânica da água. O presente trabalho objetivou avaliar a eficiência do uso da macrófita aquática Eichhornia crassipes associada com probióticos na biorremediação de efluentes de piscicultura. Os objetivos específicos foram: 1) analisar as variáveis físicas e químicas de efluente de tanques de piscicultura tratados com Eichhornia crassipes e probióticos, 2) quantificar a biomassa verde produzida por Eichornia crassipes, cultivada em efluentes de tanques de piscicultura, e 3) Propor o desenvolvimento de tecnologia viável na região para tratamento de efluentes de piscicultura com técnica de biorremediação, utilizando Eichhornia crassipes e probióticos. O trabalho foi realizado na área do módulo de Piscicultura da Universidade Federal da Paraíba, em Areia/PB, onde foram utilizadas caixas de fibra de vidro, com capacidade para 310 litros, contendo efluente de tanques de piscicultura, distribuídas em 3 tratamentos e 1 controle: T1 (com Eichhornia crassipes), T2 (com probióticos), T3 (com Eichhornia crassipes e probióticos) e controle (sem Eichhornia crassipes e probióticos). Os tratamentos foram divididos em 3 blocos experimentais e as coletas para as análises físicas e químicas foram realizadas a cada 4 dias, com duração total de cada bloco de 12 dias. O delineamento foi em blocos completos casualizados. Os resultados das análises foram submetidos a analise de variância (ANOVA-one-way) e as médias comparadas pelo teste de Tukey (p<0,05). Os resultados mostraram melhoramento das condições físicas e químicas da qualidade do efluente nos tratamentos 1 e 3, apresentando diferenças significativas (p<0,05) entre as médias dos valores de CO 2 , pH e turbidez, a DBO 5 apresentou diminuição em todos os tratamentos mas sem diferenças significativas. As remoções de Nitrogênio Inorgânico Total nos tratamentos 1, 2, 3 foram de 70,9, 54,1 e 73,5%, respectivamente, as remoções de Fósforo total nos tratamentos 1, 2, 3 foram de 85,8, 25,0 e 89,0%, respectivamente. Ao final do experimento observou-se um aumento de biomassa úmida, nas Eichhornia crassipes dos tratamentos 1 e 3, de 132,8 e 134,1%, respectivamente. Foi observado que através de técnicas de biorremediação utilizando Eichhornia crassipes pode-se melhorar a qualidade de efluentes de piscicultura e que a sua associação a probióticos não aumenta significativamente seu desempenho. A grande vantagem em se utilizar esses vegetais é devido ao seu fácil manuseio, rápida adaptação e, principalmente, a alta produtividade primária, podendo amenizar a carga de nutrientes dos efluentes a serem lançados e desacelerar o processo de eutrofização dos corpos receptores.