Projeto banhados em nós - patrimônio cultural, material e natural da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2017 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista Eletrônica Científica da Uergs |
Texto Completo: | https://revista.uergs.edu.br/index.php/revuergs/article/view/1042 |
Resumo: | Os banhados (termo local de identificação de áreas úmidas) são capazes de influenciar beneficamente as condições de qualidade e quantidade das águas. A ocupação dos banhados da bacia hidrográfica do Rio dos Sinos potencializa os efeitos negativos de inundações e aumenta a dificuldade de tratamento da água bruta para abastecimento humano. Ecossistemas que abrigam uma diversidade importante de espécies de plantas e animais, exercem papel de área de extravasamento dos corpos hídricos, capazes de armazenar e filtrar água dos períodos de cheia. A presente pesquisa propõe-se a defender o tombamento dos banhados como patrimônio, uma opção alternativa às leis de conservação ambiental e de gestão de recursos hídricos, por que estas não são observadas a ponto de assegurar a conservação dos banhados. Para tanto, baseou-se em duas questões orientadoras: a) Qual o espaço que o banhado tem na vida das pessoas que habitam a bacia hidrográfica do Rio dos Sinos?; b) Existem fatores materiais, culturais e naturais capazes de contribuir para o processo de tombamento dos banhados da bacia hidrográfica do Rio dos Sinos? Para essa pesquisa, foram analisadas as políticas públicas e instrumentos legais que fundamentam a gestão dos recursos hídricos da região, através do COMITESINOS. Mas também foram consideradas outras fontes capazes de traduzir a relação entre pessoas e banhados: registros fotográficos, músicas, literatura e, especialmente, a escuta de narrativas de pessoas que viveram os banhados e que revelam “os banhados em nós e nós nos banhados”. Foram tratados, de um lado, dos riscos e ameaças dessa convivência, da marginalização de comunidades afetadas por períodos de cheia. Por outro lado, das trajetórias sociais, da melancolia de tempos vividos, do exercício da fé e do fornecimento de alimentos que valorizam tais ecossistemas e apontam para sua conservação. Pelos elementos descobertos nesta trajetória de pesquisa, é coerente a recomendação de que o reconhecimento dos banhados como patrimônio material, cultural e natural da bacia hidrográfica do Rio dos Sinos desponta como uma estratégia viável de conservação “dos banhados em nós e de nós nos banhados” a ser incorporada às ações dos órgãos gestores. |
id |
UERGS-1_b10471de73d49c35c3173ab3b1abddac |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:ojs.pkp.sfu.ca:article/1042 |
network_acronym_str |
UERGS-1 |
network_name_str |
Revista Eletrônica Científica da Uergs |
repository_id_str |
|
spelling |
Projeto banhados em nós - patrimônio cultural, material e natural da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinosbanhados, bacia hidrográfica do Rio dos Sinos, gestão de recursos hídricosOs banhados (termo local de identificação de áreas úmidas) são capazes de influenciar beneficamente as condições de qualidade e quantidade das águas. A ocupação dos banhados da bacia hidrográfica do Rio dos Sinos potencializa os efeitos negativos de inundações e aumenta a dificuldade de tratamento da água bruta para abastecimento humano. Ecossistemas que abrigam uma diversidade importante de espécies de plantas e animais, exercem papel de área de extravasamento dos corpos hídricos, capazes de armazenar e filtrar água dos períodos de cheia. A presente pesquisa propõe-se a defender o tombamento dos banhados como patrimônio, uma opção alternativa às leis de conservação ambiental e de gestão de recursos hídricos, por que estas não são observadas a ponto de assegurar a conservação dos banhados. Para tanto, baseou-se em duas questões orientadoras: a) Qual o espaço que o banhado tem na vida das pessoas que habitam a bacia hidrográfica do Rio dos Sinos?; b) Existem fatores materiais, culturais e naturais capazes de contribuir para o processo de tombamento dos banhados da bacia hidrográfica do Rio dos Sinos? Para essa pesquisa, foram analisadas as políticas públicas e instrumentos legais que fundamentam a gestão dos recursos hídricos da região, através do COMITESINOS. Mas também foram consideradas outras fontes capazes de traduzir a relação entre pessoas e banhados: registros fotográficos, músicas, literatura e, especialmente, a escuta de narrativas de pessoas que viveram os banhados e que revelam “os banhados em nós e nós nos banhados”. Foram tratados, de um lado, dos riscos e ameaças dessa convivência, da marginalização de comunidades afetadas por períodos de cheia. Por outro lado, das trajetórias sociais, da melancolia de tempos vividos, do exercício da fé e do fornecimento de alimentos que valorizam tais ecossistemas e apontam para sua conservação. Pelos elementos descobertos nesta trajetória de pesquisa, é coerente a recomendação de que o reconhecimento dos banhados como patrimônio material, cultural e natural da bacia hidrográfica do Rio dos Sinos desponta como uma estratégia viável de conservação “dos banhados em nós e de nós nos banhados” a ser incorporada às ações dos órgãos gestores.Uergs2017-12-30info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://revista.uergs.edu.br/index.php/revuergs/article/view/104210.21674/2448-0479.34.711-722Revista Eletrônica Científica da UERGS ; v. 3 n. 4 (2017): N ESPECIAL Siga; 711-7222448-0479reponame:Revista Eletrônica Científica da Uergsinstname:Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS)instacron:UERGSporhttps://revista.uergs.edu.br/index.php/revuergs/article/view/1042/267Copyright (c) 2017 Revista Eletrônica Científica da UERGSinfo:eu-repo/semantics/openAccessSILVA, Débora Cristina daKUHN JUNIOR, Norberto2020-10-27T21:49:29Zoai:ojs.pkp.sfu.ca:article/1042Revistahttp://revista.uergs.edu.br/index.php/revuergs/indexPUBhttp://revista.uergs.edu.br/index.php/revuergs/oai||revista@uergs.edu.br2448-04792448-0479opendoar:2020-10-27T21:49:29Revista Eletrônica Científica da Uergs - Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Projeto banhados em nós - patrimônio cultural, material e natural da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos |
title |
Projeto banhados em nós - patrimônio cultural, material e natural da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos |
spellingShingle |
Projeto banhados em nós - patrimônio cultural, material e natural da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos SILVA, Débora Cristina da banhados, bacia hidrográfica do Rio dos Sinos, gestão de recursos hídricos |
title_short |
Projeto banhados em nós - patrimônio cultural, material e natural da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos |
title_full |
Projeto banhados em nós - patrimônio cultural, material e natural da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos |
title_fullStr |
Projeto banhados em nós - patrimônio cultural, material e natural da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos |
title_full_unstemmed |
Projeto banhados em nós - patrimônio cultural, material e natural da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos |
title_sort |
Projeto banhados em nós - patrimônio cultural, material e natural da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos |
author |
SILVA, Débora Cristina da |
author_facet |
SILVA, Débora Cristina da KUHN JUNIOR, Norberto |
author_role |
author |
author2 |
KUHN JUNIOR, Norberto |
author2_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
SILVA, Débora Cristina da KUHN JUNIOR, Norberto |
dc.subject.por.fl_str_mv |
banhados, bacia hidrográfica do Rio dos Sinos, gestão de recursos hídricos |
topic |
banhados, bacia hidrográfica do Rio dos Sinos, gestão de recursos hídricos |
description |
Os banhados (termo local de identificação de áreas úmidas) são capazes de influenciar beneficamente as condições de qualidade e quantidade das águas. A ocupação dos banhados da bacia hidrográfica do Rio dos Sinos potencializa os efeitos negativos de inundações e aumenta a dificuldade de tratamento da água bruta para abastecimento humano. Ecossistemas que abrigam uma diversidade importante de espécies de plantas e animais, exercem papel de área de extravasamento dos corpos hídricos, capazes de armazenar e filtrar água dos períodos de cheia. A presente pesquisa propõe-se a defender o tombamento dos banhados como patrimônio, uma opção alternativa às leis de conservação ambiental e de gestão de recursos hídricos, por que estas não são observadas a ponto de assegurar a conservação dos banhados. Para tanto, baseou-se em duas questões orientadoras: a) Qual o espaço que o banhado tem na vida das pessoas que habitam a bacia hidrográfica do Rio dos Sinos?; b) Existem fatores materiais, culturais e naturais capazes de contribuir para o processo de tombamento dos banhados da bacia hidrográfica do Rio dos Sinos? Para essa pesquisa, foram analisadas as políticas públicas e instrumentos legais que fundamentam a gestão dos recursos hídricos da região, através do COMITESINOS. Mas também foram consideradas outras fontes capazes de traduzir a relação entre pessoas e banhados: registros fotográficos, músicas, literatura e, especialmente, a escuta de narrativas de pessoas que viveram os banhados e que revelam “os banhados em nós e nós nos banhados”. Foram tratados, de um lado, dos riscos e ameaças dessa convivência, da marginalização de comunidades afetadas por períodos de cheia. Por outro lado, das trajetórias sociais, da melancolia de tempos vividos, do exercício da fé e do fornecimento de alimentos que valorizam tais ecossistemas e apontam para sua conservação. Pelos elementos descobertos nesta trajetória de pesquisa, é coerente a recomendação de que o reconhecimento dos banhados como patrimônio material, cultural e natural da bacia hidrográfica do Rio dos Sinos desponta como uma estratégia viável de conservação “dos banhados em nós e de nós nos banhados” a ser incorporada às ações dos órgãos gestores. |
publishDate |
2017 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2017-12-30 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://revista.uergs.edu.br/index.php/revuergs/article/view/1042 10.21674/2448-0479.34.711-722 |
url |
https://revista.uergs.edu.br/index.php/revuergs/article/view/1042 |
identifier_str_mv |
10.21674/2448-0479.34.711-722 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
https://revista.uergs.edu.br/index.php/revuergs/article/view/1042/267 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Copyright (c) 2017 Revista Eletrônica Científica da UERGS info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Copyright (c) 2017 Revista Eletrônica Científica da UERGS |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Uergs |
publisher.none.fl_str_mv |
Uergs |
dc.source.none.fl_str_mv |
Revista Eletrônica Científica da UERGS ; v. 3 n. 4 (2017): N ESPECIAL Siga; 711-722 2448-0479 reponame:Revista Eletrônica Científica da Uergs instname:Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS) instacron:UERGS |
instname_str |
Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS) |
instacron_str |
UERGS |
institution |
UERGS |
reponame_str |
Revista Eletrônica Científica da Uergs |
collection |
Revista Eletrônica Científica da Uergs |
repository.name.fl_str_mv |
Revista Eletrônica Científica da Uergs - Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS) |
repository.mail.fl_str_mv |
||revista@uergs.edu.br |
_version_ |
1809092322057519104 |