Representações sociais e práticas em escolas do ensino fundamental: efeitos de unidades de polícia pacificadora (UPP) no Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lima, Rita de Cássia Pereira
Data de Publicação: 2017
Outros Autores: dos Santos, Ivan Soares
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Psicologia e Saber Social
Texto Completo: https://www.e-publicacoes.uerj.br/psi-sabersocial/article/view/30666
Resumo: DOI:10.12957/psi.saber.soc.2017.30666RESUMO: O objetivo do estudo é refletir sobre relações entre representações sociais e práticas com base em um estudo sobre representações de Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) elaboradas por professores do Ensino Fundamental no Rio de Janeiro. Foram realizadas entrevistas semidirigidas com 30 docentes de três escolas, 10 em cada escola, respectivamente Escola 1, Escola 2 e Escola 3. A análise apoiou-se na análise de conteúdo temática. Para os professores da Escola 1, uma unidade da UPP em frente ao portão principal provocou melhora nas práticas desenvolvidas na escola. A representação social desse objeto social, presente em interações e práticas cotidianas, objetivou-se no termo “segurança”. Na Escola 2, com favelas próximas e sem UPP, os docentes não formaram representação social desse objeto, ausente de suas práticas. Com desconfiança da UPP, o “Estado” é o maior criticado, destaque no discurso desse grupo. Quanto aos professores da Escola 3, situada em bairro tradicional do Rio, sem favelas e sem UPP, esse objeto também não está nas práticas cotidianas, não havendo representação social. Um tipo de “segurança ideal”, mais no plano da expectativa que da concretização, coordena o discurso desse grupo. As diferenças nos resultados entre os três grupos mostram que a presença da UPP nas práticas escolares, assim como das práticas na elaboração de representações sociais sobre esse objeto, está associada ao contexto de interação entre a UPP e os sujeitos. Se os campos de prática e de interações são diferentes, o campo representacional tende a ser diferente também. Palavras-chave: representações sociais; práticas; unidade de polícia pacificadora (UPP); professores; escola. ABSTRACT : The aim of this paper is to reflect upon the relation between social representations and practices based on a study on representations of  Police Pacification Units ( UPP, in Brazilian Portuguese) done by Middle School teachers in Rio de Janeiro. Thirty teachers from three schools (10 from each school respectively School 1, School 2, School 3) had taken part in a semi-guided interview. The analysis has been backed up by thematic content analysis. According to the teachers in School 1, a UPP unit across from the main gate of the school has improved the practices at school. The social representation of this social medium, present in daily practices and interactions, turned out as “security”.  In School 2, which is surrounded by slums and without UPPS, the teachers did not constitute any social representation of this medium, missing its practices. With scepticism over UPPS, the Government is the one to be criticized, pointed out in those groups speech.  Regarding School 3, placed in a traditional neighborhood in Rio, without slums or UPPS, that medium is not among in daily practices either, therefore, there is not social representation. Some kind of “ ideal safety”, more in terms of expectations than in terms of accomplishment, which coordinates this group’s speech. The differences in the results among the three groups show that the presence of UPPS in school practices as well as the practices in the construction of social representation over that medium are associated to the context of the interaction between the UPPS and the individual. If the practice field and the interaction field are different, the representation field tends to be different as well. Keywords: social representation; practices; Police Pacification Unit (UPP); teachers; school.
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