Narrativa e repetição. Diálogos fenomenológicos com a Antígona de Sófocles
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Ekstasis: Revista de Hermenêutica e Fenomenologia |
Texto Completo: | https://www.e-publicacoes.uerj.br/Ekstasis/article/view/19725 |
Resumo: | A hermenêutica de Gadamer com o seu paradigma da “conversação” propõe uma via de aproximação aos grandes textos narrativos da tradição que, simultaneamente, respeita a sua idealidade intemporal de textos “literários” e permite a sua permanente mediação com o presente o histórico do seu intérprete. Heidegger confrontou-se com a Antígona em Einführung in die Metaphysik de 1935 e no seminário Der Ister de 1942, e aí estabeleceu com o texto de Sófocles um diálogo claramente orientado pela preocupação de compreender a experiência grega do ser, expressa no célebre coro dos cidadãos tebanos, na sua infranqueável distância histórica. Por outro lado, Heidegger respondeu à necessidade de lançar alguma luz na confusão e na obscuridade que acompanharam o seu próprio tempo histórico, com o desmesurado poder da técnica, e a experiência da Un-heimilcheit, do estar lançado para fora do familiar e exposto ao poder do nada. A escuta da palavra grega, traduzida “livremente” por Hölderlin, franqueou a Heidegger o encontro com a experiência grega do trágico, assim como a capacidade de resguardar-se dela e mantê-la à distância, procurando uma outra relação entre o homem e o ser, que ainda seja pensável no tempo do desamparo e da fuga dos deuses. Tal diálogo entre o filósofo alemão e o poeta-dramaturgo grego confirma a importância que Gadamer atribui à hermenêutica filosófica dos textos literários, como meio de nos confrontarmos com o outro, mudando-nos anos mesmos e reconduzindo-nos ao caminho do ser e da linguagem.DOI:10.12957/ek.2015.19725 |
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