Os indesejados da seca: a imagem do sertanejo desde as narrativas da Revista do Instituto do Ceará ao Campo de Concentração do Alagadiço (1887-1915)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Simões de Melo, Leda Agnes
Data de Publicação: 2021
Outros Autores: Sousa Freire, Camila de
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Maracanan (Online)
Texto Completo: https://www.e-publicacoes.uerj.br/maracanan/article/view/54435
Resumo: O presente artigo trata das imagens construídas sobre o sertanejo, desde as narrativas do Instituto do Ceará até a criação do campo de concentração do Alagadiço, na seca de 1915. Para isso, analisaremos como o Instituto do Ceará, criado em 1887, através da sua Revista do Instituto do Ceará, vinculou o pioneirismo cearense em relação à abolição da escravatura também ao fato da província ser acometida pela seca. A ideia da natureza ser condicionante da vida da região e ser uma narrativa construída historicamente para retratar o Ceará, fez parte do pensamento da elite que estava à frente do Instituto, e é parte fundamental do que se vai narrar sobre os sertões, os sertanejos, seus costumes, seus modos de ser e agir nos anos posteriores. Nesse sentido, a seca ganha espaço como campo de lutas que também são simbólicas, e justificam medidas segregadoras e excludentes como o campo de concentração do Alagadiço. Por meio de ofícios e relatórios do governo e da Inspetoria de Obras Contra as Secas (IOCS), propomos uma reflexão acerca dos discursos que estavam na ordem do dia na seca de 1877 e que fizeram parte da narrativa da própria criação do campo do Alagadiço em 1915.
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