palavras e tempos da infância como formas de experiência política

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: suarez vaca, maria teresa
Data de Publicação: 2023
Outros Autores: pérez burgos, diego fernando
Tipo de documento: Artigo
Idioma: spa
Título da fonte: Childhood & Philosophy (Rio de Janeiro. Online)
Texto Completo: https://www.e-publicacoes.uerj.br/childhood/article/view/77974
Resumo: Este artigo é construído no âmbito do projeto de pesquisa Democracia, igualdade e desacordo: conceitos teóricos e metodológicos de Jacques Rancière para pensar a educação no mundo contemporâneo. O objetivo do projeto é explorar conceitos como democracia, igualdade e desacordo para pensar os sujeitos e as realidades educativas a partir das lógicas políticas contemporâneas. Como um adendo ao projeto de pesquisa, este artigo explora algumas premissas de Jacques Rancière que nos permitem pensar as potencialidades políticas da infância a partir do reconhecimento das palavras e do tempo das crianças como formas de experiência comunitária. A perspectiva metodológica pressupõe uma escrita que elimina as distâncias entre os discursos dos filósofos e das vozes das crianças para afirmar a potência das suas palavras na reflexão sobre um problema filosófico. Neste exercício de escrita e leitura não hierárquicas, pode-se constatar que as palavras das crianças não são o reflexo, a expressão nem o símbolo de uma realidade teórica superior, mas funcionam como uma condição de possibilidade para que o pensamento não pare. Precisamente, o objetivo não é escrever sobre a infância, mas com a infância. O objetivo não é encontrar a verdade da infância, mas aproveitar o poder das suas vozes para encurralar o senso comum. Desta forma, estabelece-se a relação entre o conflito político, o estatuto da palavra, a infância e a igualdade, indicando a capacidade da infância para renovar o significado dos conceitos em que se baseia a sociedade. Por último, defende-se que a infância é uma forma de subjetividade que experimenta a temporalidade através da afirmação de intensidades marcadas pela curiosidade e pela criatividade. Por isso, constitui-se como uma forma de experiência política capaz de inventar temporalidades múltiplas que subvertem a ordem da dominação.
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A perspectiva metodológica pressupõe uma escrita que elimina as distâncias entre os discursos dos filósofos e das vozes das crianças para afirmar a potência das suas palavras na reflexão sobre um problema filosófico. Neste exercício de escrita e leitura não hierárquicas, pode-se constatar que as palavras das crianças não são o reflexo, a expressão nem o símbolo de uma realidade teórica superior, mas funcionam como uma condição de possibilidade para que o pensamento não pare. Precisamente, o objetivo não é escrever sobre a infância, mas com a infância. O objetivo não é encontrar a verdade da infância, mas aproveitar o poder das suas vozes para encurralar o senso comum. Desta forma, estabelece-se a relação entre o conflito político, o estatuto da palavra, a infância e a igualdade, indicando a capacidade da infância para renovar o significado dos conceitos em que se baseia a sociedade. Por último, defende-se que a infância é uma forma de subjetividade que experimenta a temporalidade através da afirmação de intensidades marcadas pela curiosidade e pela criatividade. Por isso, constitui-se como uma forma de experiência política capaz de inventar temporalidades múltiplas que subvertem a ordem da dominação.This article originated from the research project Democracy, equality and disagreement: theoretical-methodological concepts from Jacques Rancière to envision education in the contemporary world. The project's main aim is to explore terms such as democracy, equality, and disagreement in the context of contemporary educational and political discourses. Emerging as an addendum to the research project, the paper sets out to examine some of the premises of Jacques Rancière that allow us to identify the political potentialities of childhood that emerge from the recognition of children’s words and temporalities as forms of community experience. Our methodological perspective engendered a writing style that eliminates distance between the typical discourses of philosophers and the voices of children, with the intention of reaffirming the latent potential of the latter when thinking about philosophical issues. This exercise in non-hierarchical writing/reading demonstrates that children’s words are not the reflection, nor the expression, nor the symbol of a higher theoretical reality, but that they allow thought to continue non-stop. As such, our objective is not to write about childhood, but with childhood; not to find the truth about childhood, but to take advantage of the power of children’s voices to question common sense. In this way, the relationship between political conflict, equality, and the power of the child’s word is established, demonstrating the capacity of the childish voice to renovate the sense and sensibility upon which society’s concepts are based. Finally, it is argued that childhood is a form of subjectivity that experiments with temporality through the affirmation of intensities that are marked by curiosity and creativity. For this reason, the condition of childhood suggests a form of political experience that is capable of inventing multiple temporalities that subvert the order of domination. Este artículo se construye en el marco del proyecto de investigación Democracia, igualdad y desacuerdo: conceptos teóricos-metodológicos de Jacques Rancière para pensar la educación en el mundo contemporáneo. El objetivo del proyecto fue la exploración de conceptos como democracia, igualdad y desacuerdo para pensar los sujetos y las realidades educativas desde las lógicas políticas contemporáneas. Como desdoblamiento de la investigación, este artículo explora algunas premisas de Jacques Rancière que permiten pensar las potencialidades políticas de la infancia a partir del reconocimiento de la palabra y del tiempo infantil como formas de experiencia comunitaria. La perspectiva metodológica asume una escritura que elimina las distancias entre los discursos de los filósofos y las voces de las niñas y los niños para afirmar la potencia que tienen sus palabras al momento de pensar un problema filosófico. En este ejercicio de escritura y lectura no jerárquicas se puede apreciar que las palabras de la infancia no son el reflejo, la expresión ni el símbolo de una realidad teórica más elevada, sino que funcionan como condición de posibilidad para que el pensamiento no se detenga. Precisamente, no se busca escribir sobre la infancia, sino con la infancia. No se intenta hallar la verdad de la infancia, sino aprovechar la potencia de sus voces para acorralar al sentido común. De tal forma, se establece la relación entre conflicto político, estatuto de la palabra, infancia e igualdad, lo cual indica la capacidad de la infancia para renovar el sentido de los conceptos sobre los que se fundamenta la sociedad. Por último, se expone que la infancia es una forma de subjetividad que experimenta la temporalidad a partir de la afirmación de intensidades signadas por la curiosidad y la creatividad. Por esto, se constituye como una forma de experiencia política que es capaz de inventar temporalidades múltiples que subvierten el orden de la dominación.Universidade do Estado do Rio de Janeiro2023-08-31info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.e-publicacoes.uerj.br/childhood/article/view/7797410.12957/childphilo.2023.77974childhood & philosophy; Vol. 19 (2023); 01 - 25childhood & philosophy; v. 19 (2023); 01 - 25childhood & philosophy; Vol. 19 (2023); 01 - 251984-5987reponame:Childhood & Philosophy (Rio de Janeiro. 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