a emergência do sujeito cerebral e suas implicações para a educação

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: silva, divino josé
Data de Publicação: 2016
Outros Autores: vaz, alexandre fernandez
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Childhood & Philosophy (Rio de Janeiro. Online)
Texto Completo: https://www.e-publicacoes.uerj.br/childhood/article/view/22996
Resumo: O objetivo neste artigo é compreender a emergência dos discursos em torno do “sujeito cerebral” e seus eventuais vínculos com a biopolítica contemporânea e as formas de condução da conduta dos indivíduos que são instados a estarem à altura das demandas competitivas do mercado de trabalho, a investirem em si mesmos, a se tornarem pequenos empreendedores de si mesmos. O que parece ficar evidente nos discursos acerca do “sujeito cerebral” é a certeza de que se poderá corrigir e potencializar capacidades e habilidades dos indivíduos, em função de torná-los mais produtivos e eficientes. Há uma clara relação entre os modos como se caracteriza e se deve investir na constituição desse “sujeito cerebral” e o investimento em capital humano. Numa sociedade estruturada pela lógica do desempenho, torna-se evidente que os processos de medicalização, orientados pelos critérios da eficiência cerebral, visam a aumentar a performance no trabalho, nos processos de aprendizagem, criando uma espécie de “mais valor comportamental” e um “superávit de desempenho.” É também com base nessa lógica de desempenho que se define ou se busca reparar os cérebros ineficientes (sujeitos ineficientes/deficientes).
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Numa sociedade estruturada pela lógica do desempenho, torna-se evidente que os processos de medicalização, orientados pelos critérios da eficiência cerebral, visam a aumentar a performance no trabalho, nos processos de aprendizagem, criando uma espécie de “mais valor comportamental” e um “superávit de desempenho.” É também com base nessa lógica de desempenho que se define ou se busca reparar os cérebros ineficientes (sujeitos ineficientes/deficientes).The goal of this paper is to comprehend the rise of discourses about brainhood and its eventual relationto contemporary biopolitics and the ways in which individuals conduct themselves once called to answer the competitive demands of job market, to invest in themselves, and become small entrepreneurs of themselves. Through the discourses on brainhood, it seems that the possibility to review and strength individuals’ capacities and skills is a certainty, so they become more productive and efficient. There is a clear relation between the ways in which brainhood is characterized and supported, and the investments on human capital. In a society structured by the logic of performance, it becomes clear that the processes of medicalization for brain efficiency aim at the increase of work performance and learning processes. It creates a kind of “behavioral extra value” and “performance surplus.” It is also based on this logic that it is stated that inefficient brains ought to be repaired. It seems reasonable to recognize that the findings in the field of cognitive neuroscience and the proliferation of discourses around these discoveries have produced a new type of emerging life, based on brain functioning.El objetivo del artículo es comprender la emergencia de los discursos alrededor del “sujeto cerebral” y sus eventuales vínculos con la biopolítica contemporánea y las formas de conducción de los individuos que son, en todo instante, instados a estar al tanto de las demandas competitivas del mercado de trabajo y, al hacer inversiones en sí mismos, se convierten en pequeños empresarios de sí mismos. Lo que parece ser evidente en el discurso sobre el "sujeto cerebral" es la seguridad que se podrá corregir y potencializar capacidades y habilidades de los individuos en función de hacerlos más productivos y eficientes. Hay una clara relación entre los modos como se caracteriza y se debe invertir en la constitución de este “sujeto cerebral” y en la inversión en capital humano. En una sociedad estructurada por la lógica del desempeño se hace evidente que los procesos de medicalización, orientados por los criterios de la eficiencia cerebral, tienen por meta aumentar el rendimiento en el trabajo y en los procesos de aprendizaje, creando una especie de "plusvalía comportamental" y un "superávit de desempeño”. Es también con base en esa lógica de desempeño que se define o se busca reformar los cerebros ineficientes (sujetos ineficientes/deficientes). Parece razonable reconocer que los descubrimientos en el campo de la neurociencia cognitiva y la proliferación de discursos en torno a estos descubrimientos han producido un nuevo tipo de vida emergente, basado en el funcionamiento del cerebro.Universidade do Estado do Rio de Janeiro2016-08-06info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.e-publicacoes.uerj.br/childhood/article/view/2299610.12957/childphilo.2016.22996childhood & philosophy; Vol. 12 Núm. 24 (2016): mayo/ago.; 211-230childhood & philosophy; v. 12 n. 24 (2016): maio/ago.; 211-230childhood & philosophy; Vol. 12 No. 24 (2016): may./aug.; 211-2301984-5987reponame:Childhood & Philosophy (Rio de Janeiro. 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