injustiça hermenêutica e terceirização da mão-de-obra infanto-feminina doméstica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: abakedi, dominic effiong
Data de Publicação: 2020
Outros Autores: iwuagwu, emmanuel kelechi, egbai, mary julius
Tipo de documento: Artigo
Idioma: eng
Título da fonte: Childhood & Philosophy (Rio de Janeiro. Online)
Texto Completo: https://www.e-publicacoes.uerj.br/childhood/article/view/53130
Resumo: Observamos que, apesar das declarações internacionais sobre os direitos das crianças, ainda persiste a mão de obra infantil feminina doméstica terceirizada. Levantando a questão se o trabalho terceirizado de meninas e adolescentes domésticas constitui uma injustiça hermenêutica, respondemos afirmativamente. Confiando em duas narrativas de vítimas indígenas - que são reportagens de jornais - expomos alguns dos horrores que sofrem as meninas e meninos vítimas do trabalho doméstico terceirizado. Comparando essas reportagens com outras narrativas de vítimas de injustiça hermenêutica, como relatado por Miranda Fricker e Hilkje Hänel, argumentamos que as vítimas do trabalho infantil doméstico terceirizado sofrem uma lacuna e interferência hermenêuticas; e que os perpetuadores dessa prática, ajudam a fomentar o que chamamos de "obstrução hermenêutica". Recomendamos diferentes medidas de combate como, por exemplo uma feminização radical dos currículos educacionais, que permitirá a introdução dos recursos hermenêuticos relevantes que as meninas necessitam para dar sentido às suas experiências, nas salas de aula e outros lugares de aprendizagem; o estabelecimento de agências feministas de libertação em todas as escolas, instituições religiosas e hospitais, como formas de aumentar o nível de conscientização sobre os direitos das crianças e adultos; a feminização da legislação e dos processos legislativos, para permitir a promulgação de leis para proteger os direitos das crianças femininas; e a campanha por uma aplicação mais rigorosa das leis sobre os direitos das crianças.
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spelling injustiça hermenêutica e terceirização da mão-de-obra infanto-feminina domésticahermeneutical injustice and outsourced domestic girl-child labourinjusticia hermenéutica y subcontratación de trabajo doméstico de niñasinjustiça hermenêuticatrabalho infantildireitos da criançameninahermeneutical injusticechild-labourchild-rightsgirl-childinjusticia hermenéuticatrabajo infantilderechos del niñoniña.Observamos que, apesar das declarações internacionais sobre os direitos das crianças, ainda persiste a mão de obra infantil feminina doméstica terceirizada. Levantando a questão se o trabalho terceirizado de meninas e adolescentes domésticas constitui uma injustiça hermenêutica, respondemos afirmativamente. Confiando em duas narrativas de vítimas indígenas - que são reportagens de jornais - expomos alguns dos horrores que sofrem as meninas e meninos vítimas do trabalho doméstico terceirizado. Comparando essas reportagens com outras narrativas de vítimas de injustiça hermenêutica, como relatado por Miranda Fricker e Hilkje Hänel, argumentamos que as vítimas do trabalho infantil doméstico terceirizado sofrem uma lacuna e interferência hermenêuticas; e que os perpetuadores dessa prática, ajudam a fomentar o que chamamos de "obstrução hermenêutica". Recomendamos diferentes medidas de combate como, por exemplo uma feminização radical dos currículos educacionais, que permitirá a introdução dos recursos hermenêuticos relevantes que as meninas necessitam para dar sentido às suas experiências, nas salas de aula e outros lugares de aprendizagem; o estabelecimento de agências feministas de libertação em todas as escolas, instituições religiosas e hospitais, como formas de aumentar o nível de conscientização sobre os direitos das crianças e adultos; a feminização da legislação e dos processos legislativos, para permitir a promulgação de leis para proteger os direitos das crianças femininas; e a campanha por uma aplicação mais rigorosa das leis sobre os direitos das crianças.We observed that despite international declarations on child-rights, outsourced domestic girl-child labour still persists. Raising the question whether outsourced domestic girl-child labour constitutes hermeneutical injustice, we respond affirmatively. Relying on two indigenous victimology-narratives that are newspaper reports, we expose some of the horrors that the victims of outsourced domestic girl-child labour suffer. Comparing these reports with other victimology-narratives of hermeneutical injustice as reported by Miranda Fricker and Hilkje Hänel, we argue that the victims of outsourced domestic girl-child labour suffer a hermeneutical gap and hermeneutical interference; and that the perpetuators of this practice, help to foster what we call ‘hermeneutical obstruction’. We recommend different counteracting measures such as: a radical feminization of educational curricula, which will allow for the introduction of the relevant hermeneutical resources that female children need in making sense of their experiences, into the classrooms and other places of learning; establishing feminist liberation agencies in all schools, religious institutions and hospitals, as ways of increasing the level of awareness about the rights of the  girl-child in children and adults; feminizing legislation and legislative processes, to allow for the enactment of laws to protect the rights of the girl-child; and campaigning for a more rigorous enforcement of child-rights laws.Observamos que, a pesar de las declaraciones internacionales sobre los derechos de los niños y niñas, todavía persiste el trabajo infantil doméstico subcontratado. Planteando la cuestión de si el trabajo doméstico subcontratado de niñas constituye una injusticia hermenéutica, respondemos afirmativamente. Basándonos en dos relatos de víctimas indígenas que son informes periodísticos, exponemos algunos de los horrores que sufren las víctimas del trabajo doméstico de las niñas subcontratado. Comparando estos informes con otros relatos de víctimas de injusticia hermenéutica como los de Miranda Fricker y Hilkje Hänel, argumentamos que las víctimas del trabajo doméstico subcontratado de niñas sufren una brecha hermenéutica y una interferencia hermenéutica; y que los perpetuadores de esta práctica ayudan a fomentar lo que llamamos "obstrucción hermenéutica". Recomendamos diferentes medidas para contrarrestarla, tales como: una feminización radical de los programas educativos, que permita introducir en las aulas y otros lugares de aprendizaje los recursos hermenéuticos pertinentes que las niñas necesitan para dar sentido a sus experiencias; el establecimiento de organismos de liberación feminista en todas las escuelas, instituciones religiosas y hospitales, como formas de aumentar el nivel de conciencia sobre los derechos de la infancia en niñas, niños y adultos; la feminización de la legislación y los procesos legislativos, para permitir la promulgación de leyes que protejan los derechos de las niñas; y la realización de campañas para lograr una aplicación más rigurosa de las leyes sobre los derechos de los niños y niñas.Universidade do Estado do Rio de Janeiro2020-12-06info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.e-publicacoes.uerj.br/childhood/article/view/5313010.12957/childphilo.2020.53130childhood & philosophy; Vol. 16 (2020); 01 - 24childhood & philosophy; v. 16 (2020); 01 - 24childhood & philosophy; Vol. 16 (2020); 01 - 241984-5987reponame:Childhood & Philosophy (Rio de Janeiro. 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