atentividade, qualidades da escuta e o ouvinte na comunidade de investigação filosófica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: elvis, lucy
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Artigo
Idioma: eng
Título da fonte: Childhood & Philosophy (Rio de Janeiro. Online)
Texto Completo: https://www.e-publicacoes.uerj.br/childhood/article/view/76451
Resumo: Esse artigo busca reparar o foco predominante na fala, em detrimento da escuta, na teorização da Comunidade de Investigação Filosófica (CIF). Frequentemente, quando as habilidades da escuta estão em debate, o foco é encorajar as crianças a serem ouvintes ativos. Essa forma de descrever a escuta que ocorre na Comunidade de Investigação Filosófica (CIF) tem perdido a eficácia, visto que a linguagem da escuta ativa tem sido cooptada como uma técnica de gestão centrada em fazer o falante se sentir ouvido, com pouca ênfase na intenção e nos efeitos para o ouvinte. Assim, numa leitura cínica, ‘escuta ativa’ pode ser reduzida a indicadores físicos performativos de escuta (como contato visual e linguagem corporal), ignorando os compromissos éticos-epistêmicos do ouvinte genuinamente engajado. Em vez de formular novos termos para descrever a escuta, proponho aqui a descrição da atenção feita por Iris Murdoch como um descritor adequado dos efeitos no self de uma escuta verdadeiramente envolvida, que procura atender ao desdobramento do conteúdo da CIF, e também como uma forma de caracterizar as qualidades de uma CIF em que essa escuta é alcançada. Aqui, a atentividade é apresentada como um conceito que captura as facetas únicas da escuta como um desafio para os indivíduos que participam dela e se preocupam em contribuir efetivamente para o diálogo que se desenvolve ao longo da CIF e para aqueles que facilitam esse diálogo. São exploradas brevemente algumas implicações no contexto prático, propondo três intervenções para cultivar a atentividade nos participantes da CIF e nos facilitadores (especialmente se forem graduados ou pós-graduados em filosofia, porque a identidade filosófica pode se tornar um obstáculo à atentividade). Em sua conclusão, esse artigo reposiciona a escuta na CIF como um risco produtivo, com uma forma particular de ‘vivacidade’ habilmente capturada pelo termo atenção.
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Essa forma de descrever a escuta que ocorre na Comunidade de Investigação Filosófica (CIF) tem perdido a eficácia, visto que a linguagem da escuta ativa tem sido cooptada como uma técnica de gestão centrada em fazer o falante se sentir ouvido, com pouca ênfase na intenção e nos efeitos para o ouvinte. Assim, numa leitura cínica, ‘escuta ativa’ pode ser reduzida a indicadores físicos performativos de escuta (como contato visual e linguagem corporal), ignorando os compromissos éticos-epistêmicos do ouvinte genuinamente engajado. Em vez de formular novos termos para descrever a escuta, proponho aqui a descrição da atenção feita por Iris Murdoch como um descritor adequado dos efeitos no self de uma escuta verdadeiramente envolvida, que procura atender ao desdobramento do conteúdo da CIF, e também como uma forma de caracterizar as qualidades de uma CIF em que essa escuta é alcançada. Aqui, a atentividade é apresentada como um conceito que captura as facetas únicas da escuta como um desafio para os indivíduos que participam dela e se preocupam em contribuir efetivamente para o diálogo que se desenvolve ao longo da CIF e para aqueles que facilitam esse diálogo. São exploradas brevemente algumas implicações no contexto prático, propondo três intervenções para cultivar a atentividade nos participantes da CIF e nos facilitadores (especialmente se forem graduados ou pós-graduados em filosofia, porque a identidade filosófica pode se tornar um obstáculo à atentividade). Em sua conclusão, esse artigo reposiciona a escuta na CIF como um risco produtivo, com uma forma particular de ‘vivacidade’ habilmente capturada pelo termo atenção. Este artículo trata de reparar un enfoque predominante en el habla sobre la escucha en la teorización de la Comunidad de Investigación Filosófica (CIF). A menudo, cuando se discute la escucha, se hace hincapié en animar a niñas y niños a mantener una escucha activa. Esta forma de describir la escucha que se produce en la CIF ha perdido parte de su eficacia, ya que el lenguaje de la escucha activa ha sido cooptado como una técnica de gestión centrada en hacer que el interlocutor se sienta escuchado, con poco énfasis en las intenciones o efectos en quien escucha. Así, en una lectura cínica, la "escucha activa" puede reducirse a indicadores performativos físicos de la escucha (como serían el contacto visual y el lenguaje corporal), pasando por alto los compromisos ético-epistémicos de quien escucha genuinamente comprometido. Aquí, en lugar de formular nuevos términos para describir la escucha, propongo el desarrollo de Iris Murdoch sobre la atentividad como un descriptor adecuado de los efectos de la escucha verdaderamente participativa en el yo que trata de prestar atención al contenido que se desarrolla en la CIF y como una forma de caracterizar las cualidades de una CIF en la que se logra dicha escucha. Aquí, la atentividad se presenta como un concepto que capta las facetas particulares de la escucha como un desafío para los participantes individuales preocupados por contribuir eficazmente al diálogo a medida que se despliega dentro de la CIF y para aquellos que facilitan el diálogo. Exploramos brevemente algunas implicaciones para los contextos de práctica, proponiendo tres intervenciones para cultivar la atentividad en participantes de la CIF y en  facilitadores (especialmente si son estudiantes universitarios o posgraduados en Filosofía, ya que las identidades filosóficas podrían convertirse en un obstáculo para la atentividad). Como conclusión, este artículo resitúa la escucha en la CIF como un riesgo productivo con una forma particular de "vivacidad" que el término atentividad capta adecuadamente.This paper seeks to redress a predominant focus on speaking over listening in theorising the Community of Philosophical Inquiry (CPI). Frequently, where listening is discussed, the focus is on encouraging children to be active listeners. This means of describing the listening that occurs in the CPI has lost some efficacy as the language of active listening has been co-opted as a management technique focussed on making the speaker feel heard with little emphasis on the intentions or outcomes for the listener. Thus, on a cynical reading, ‘active listening’ can become reduced to performative physical indicators of listening (such as eye contact and body language), overlooking the ethical-epistemic commitments of the genuinely engaged listener. Here, rather than formulating new terms to describe listening, I propose Iris Murdoch’s account of attentiveness as an apt descriptor of the effects of truly involved listening on the self that seeks to attend to the unfolding content of the CPI and as a way of characterising the qualities of a CPI where such listening is achieved. Here, attentiveness is presented as a concept that captures the unique facets of listening as a challenge to individual participants concerned with contributing effectively to the dialogue as it unfolds within the CPI and those facilitating the dialogue. The paper briefly explores some implications for practice contexts, proposing three interventions to cultivate attentiveness in CPI participants and in facilitators (especially if they are undergraduate or postgraduate in Philosophy because philosophical identities might become a barrier to attentiveness). At its conclusion, this paper repositions listening in the CPI as a productive risk with a particular form of ‘aliveness’ aptly captured by the term attention.Universidade do Estado do Rio de Janeiro2023-08-30info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfapplication/pdfhttps://www.e-publicacoes.uerj.br/childhood/article/view/7645110.12957/childphilo.2023.76451childhood & philosophy; Vol. 19 (2023); 01 - 22childhood & philosophy; v. 19 (2023); 01 - 22childhood & philosophy; Vol. 19 (2023); 01 - 221984-5987reponame:Childhood & Philosophy (Rio de Janeiro. 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