OS DESDOBRAMENTOS ESTÉTICOS DO MEDO CÓSMICO: O RISO BAKHTINIANO, O HORROR LOVECRAFTIANO

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bellas, João Pedro
Data de Publicação: 2017
Outros Autores: França, Júlio
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Abusões
Texto Completo: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/abusoes/article/view/27933
Resumo: RECEBIDO EM 10 MAR 2017APROVADO EM 13 MAR 2017O artigo propõe a comparação entre as noções de “medo cósmico” formuladas por H. P. Lovecraft (2007) e Mikhail Bakhtin (2010), com especial atenção aos seus desdobramentos estéticos: no primeiro caso, o sublime de orientação burkeana observável na reflexão crítica e na ficção do escritor norte-americano; no segundo, a teoria do grotesco proposta pelo ensaísta russo a partir de seus estudos sobre a cultura popular medieval. O objetivo é demonstrar que embora o sublime e o grotesco sejam entendidos, por Lovecraft e Bakhtin, respectivamente, como consequências de um mesmo fenômeno antropológico – a percepção do papel insignificante do homem no cosmos – as duas categorias estéticas são empregadas para descrever obras artísticas que produzem efeitos de recepção tradicionalmente entendidos como antagônicos: o horror e o humor. A hipótese proposta para compreender tal paradoxo baseia-se no estudo de Noël Carroll (1999) sobre as relações de contiguidade entre o medo e o riso.//This paper proposes a comparison between the notions of “cosmic fear” formulated by H. P. Lovecraft (2007) and Mikhail Bakhtin (2010), with special attention to the different aesthetic consequences they cause: in the first case, the burkean sublime which is explicit in both the critical thinking and fiction of the American writer; in the second, the theory of the grotesque proposed by the Russian essayist from his studies about the folk culture in the Middle Ages. Our aim is to show that although Lovecraft’s sublime and Bakhtin’s grotesque are understood as consequences of the same anthropological phenomenon – the perception of man’s insignificant role in the cosmos – both aesthetic categories are employed to describe works of art that give rise to effects traditionally taken as antagonistic: horror and humor. The hypothesis proposed to help understand this paradox is based on Noël Carroll’s study (1999) about the relations of contiguity between fear and laughter.DOI: 10.12957/abusoes.2017.27933
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