A LEI DOS LUGARES VAGOS: O INSÓLITO E A NARRATIVA CRIMINAL PÓS-MODERNA EM FARGO
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Abusões |
Texto Completo: | https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/abusoes/article/view/50485 |
Resumo: | Já em 1941, Howard Haycraft, em Murder for Pleasure, obra pioneira na crítica à narrativa criminal, atestava as inúmeras tentativas frustradas de prever o esgotamento do gênero identificado como detective fiction. De lá para cá, não foram poucos os que tentaram decretar a morte do velho romance detetivesco, que sempre encontrou, nas frestas de um modelo engessado, formas novas para se reinventar. Mesmo se nos restringirmos unicamente às noções limitadas do gênero criminal que imperavam à época de Haycraft e, assim, olharmos apenas para a ficção centrada em detetives, encontraremos nas narrativas investigativas metafísicas uma vertente em plena sintonia com os motifs da literatura contemporânea, profundamente engajada com uma quebra das convenções do gênero. Proponho, dessa forma, uma ilustração das potências renovadoras do gênero criminal na vertente investigativa metafísica através de um exemplo drástico: a terceira temporada da série Fargo. Drástico porque tal obra reúne diversas condições que a tornariam um perfeito candidato a exemplo de exaustão do gênero: passada em uma cidade do interior em que um crime violento quebra a ordem social – um dos mais antigos enredos do gênero –, a série repete a fórmula do filme e a terceira temporada repete a fórmula das últimas duas. No entanto, através da exploração de temas e ferramentas como intertextualidade, metaficção e subversão de normas do gênero, a terceira temporada da série Fargo – composta, como todas as temporadas, por uma história independente das demais – surpreendentemente apresenta uma narrativa que reflete, questiona e revigora o gênero da narrativa criminal. |
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A LEI DOS LUGARES VAGOS: O INSÓLITO E A NARRATIVA CRIMINAL PÓS-MODERNA EM FARGOFicção de crime; Detetive metafísico; Convenções; Narrativa; InsólitoJá em 1941, Howard Haycraft, em Murder for Pleasure, obra pioneira na crítica à narrativa criminal, atestava as inúmeras tentativas frustradas de prever o esgotamento do gênero identificado como detective fiction. De lá para cá, não foram poucos os que tentaram decretar a morte do velho romance detetivesco, que sempre encontrou, nas frestas de um modelo engessado, formas novas para se reinventar. Mesmo se nos restringirmos unicamente às noções limitadas do gênero criminal que imperavam à época de Haycraft e, assim, olharmos apenas para a ficção centrada em detetives, encontraremos nas narrativas investigativas metafísicas uma vertente em plena sintonia com os motifs da literatura contemporânea, profundamente engajada com uma quebra das convenções do gênero. Proponho, dessa forma, uma ilustração das potências renovadoras do gênero criminal na vertente investigativa metafísica através de um exemplo drástico: a terceira temporada da série Fargo. Drástico porque tal obra reúne diversas condições que a tornariam um perfeito candidato a exemplo de exaustão do gênero: passada em uma cidade do interior em que um crime violento quebra a ordem social – um dos mais antigos enredos do gênero –, a série repete a fórmula do filme e a terceira temporada repete a fórmula das últimas duas. No entanto, através da exploração de temas e ferramentas como intertextualidade, metaficção e subversão de normas do gênero, a terceira temporada da série Fargo – composta, como todas as temporadas, por uma história independente das demais – surpreendentemente apresenta uma narrativa que reflete, questiona e revigora o gênero da narrativa criminal.Universidade do Estado do Rio de JaneiroSasse da Silva, Pedro Puro2020-08-31info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfapplication/pdfhttps://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/abusoes/article/view/5048510.12957/abusoes.2020.50485Abusões; n. 13: (2020.3) Dossiê: O insólito em narrativas de crime, mistério e investigaçãoAbusões; n. 13: (2020.3) Dossiê: O insólito em narrativas de crime, mistério e investigação2525-4022reponame:Abusõesinstname:Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)instacron:UERJporhttps://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/abusoes/article/view/50485/34839https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/abusoes/article/view/50485/34840https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/abusoes/article/downloadSuppFile/50485/22923Direitos autorais 2020 Abusõesinfo:eu-repo/semantics/openAccess2020-08-31T19:01:31Zoai:www.e-publicacoes.uerj.br:article/50485Revistahttps://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/abusoesPUBhttps://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/abusoes/oaiabusoes@uerj.br||flavgarc@gmail.com2525-40222525-4022opendoar:2020-08-31T19:01:31Abusões - Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)false |
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