Entre o realismo e o ficcional: representações sobre "raça", sexualidade e classe em dois romances paradigmáticos de Jorge Amado

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Moutinho,Laura
Data de Publicação: 2004
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Physis (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-73312004000200007
Resumo: Neste artigo é apresentada e discutida a forma como as concepções e representações sobre "raça", miscigenação, sexualidade, gênero, erotismo e casamento são operadas em duas obras paradigmáticas representativas de dois importantes períodos da trajetória de Jorge Amado: Jubiabá, da fase nomeada de "romance proletário", e Gabriela, Cravo e Canela, tido como o livro que representa uma virada na carreira do autor, inaugurando o período do chamado "romance dialógico". Esses dois romances são protagonizados por casais inter-raciais que funcionam como o suporte a partir do qual Jorge Amado veicula algumas representações correntes na sociedade (e na ciência da época), não somente sobre a relação entre negros e brancos, como, igualmente, de uma nação que em um nível se percebe como mestiça e em outro enfrentava (e enfrenta) o dilema da diferenciação racial. Como será visto, desejo proibido e luta de classes vividos pelo par homem negro / mulher branca (Jubiabá), uma vez contrastados com erotismo, casamento e progresso em foco na relação homem (quase) branco / mulher mestiça, lançam luzes sobre algumas das representações de nação presentes e veiculadas na sociedade brasileira por suas mais variadas instituições.
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