A ausência de ciúme como um ideal cultural: reflexões clínicas sobre a fragilidade subjetiva frente ao amor na atualidade
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Data de Publicação: | 2012 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
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Título da fonte: | Physis (Online) |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-73312012000200019 |
Resumo: | Discute-se largamente, na literatura psicanalítica e no meio acadêmico, de modo geral, sobre o declínio das tradições, do respeito às e respaldo social das instituições, e sobre a desqualificação da autoridade paterna na contemporaneidade. Tributário do romantismo e do individualismo forjados na modernidade, o amor romântico enquanto valor cultural e último refúgio subjetivo também se encontra em ruínas. A sexualidade enquanto absoluto prazer, multiplicidade e busca de sensações, é projetada cada vez mais como condição para as relações ditas amorosas. Diante desse cenário, partimos de uma discussão teórica e de vinhetas clínicas, a fim de argumentar que o ciúme é um afeto "fora de moda", cujas manifestações sintomáticas podem ser associadas ao modo como o erotismo é regido na atualidade. A ausência de ciúme desponta como um novo ideal para o amor, não mais apenas romântico, porém, antes de mais nada, narcísico, erótico, múltiplo e excessivo. A partir de estudos psicanalíticos sobre o amor e o ciúme, pretendemos então refletir como o modelo cultural narcísico atual permeado pelos restos de um romantismo recrudescente afeta a subjetividade. De modo ambíguo, a "ausência de ciúme" e seu oposto correlato "ciúme primitivo" oscilam entre si como expressões marcantes da fragilidade nas relações amorosas atuais. |
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