A carreira moral da vergonha na visão de homens e mulheres "alcoólatras"
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Physis (Online) |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-73312014000100011 |
Resumo: | Neste artigo, analisamos a carreira moral de tratamento do alcoolismo em um serviço público de saúde a partir de depoimentos de homens e mulheres "alcoólatras" sobre a moral da vergonha. A carreira moral é a sequência de mudanças que produzem efeitos na identidade e no esquema de imagens da pessoa para julgar os outros e a si própria. Foram entrevistados 20 pacientes do serviço, sendo dez homens e dez mulheres em acompanhamento ambulatorial e/ou internados. Além disso, observações de campo das relações entre pacientes e destes com os profissionais de saúde foram conduzidas. Aspectos da carreira moral foram analisados, entre eles, a "conscientização" do alcoolismo como doença e da condição alcoólatra e a construção da vergonha e da responsabilidade no contexto de tratamento. A vergonha expressa o reconhecimento dos entrevistados da inobservância de normas sociais, entre as quais, a repercussão do gênero na definição da ética do homem provedor e da boa mãe. Comprovando a dimensão médico-moral do dispositivo terapêutico, a vergonha é reconfigurada nos momentos de (re)internação como expressão da desaprovação de um estilo de vida com a bebida, e se alia ao projeto terapêutico no sentido de dificultar a "recaída" e impedir a desmoralização alcoólatra. Concluímos que a medicalização do alcoolismo se inscreve num campo moral englobante, produtor de moralidades e formas particulares de perceber e agenciar o alcoolismo. |
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Neste artigo, analisamos a carreira moral de tratamento do alcoolismo em um serviço público de saúde a partir de depoimentos de homens e mulheres "alcoólatras" sobre a moral da vergonha. A carreira moral é a sequência de mudanças que produzem efeitos na identidade e no esquema de imagens da pessoa para julgar os outros e a si própria. Foram entrevistados 20 pacientes do serviço, sendo dez homens e dez mulheres em acompanhamento ambulatorial e/ou internados. Além disso, observações de campo das relações entre pacientes e destes com os profissionais de saúde foram conduzidas. Aspectos da carreira moral foram analisados, entre eles, a "conscientização" do alcoolismo como doença e da condição alcoólatra e a construção da vergonha e da responsabilidade no contexto de tratamento. A vergonha expressa o reconhecimento dos entrevistados da inobservância de normas sociais, entre as quais, a repercussão do gênero na definição da ética do homem provedor e da boa mãe. Comprovando a dimensão médico-moral do dispositivo terapêutico, a vergonha é reconfigurada nos momentos de (re)internação como expressão da desaprovação de um estilo de vida com a bebida, e se alia ao projeto terapêutico no sentido de dificultar a "recaída" e impedir a desmoralização alcoólatra. Concluímos que a medicalização do alcoolismo se inscreve num campo moral englobante, produtor de moralidades e formas particulares de perceber e agenciar o alcoolismo. |
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