PARA ALÉM DE UM TETO TODO SEU: O CASO ELISA LISPECTOR
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Caderno Seminal Digital |
Texto Completo: | https://www.e-publicacoes.uerj.br/cadernoseminal/article/view/58166 |
Resumo: | RESUMO: Elisa Lispector escreveu inúmeros romances e contos, recebendo prêmios por alguns deles. A escritora, embora tenha explorado a construção de uma subjetividade feminina, é quase sempre lembrada pelos escritos autobiográficos, principalmente o romance No exílio de 1948. A crítica esteve mais atenta às narrativas que iluminavam episódios da vida de sua irmã caçula, Clarice Lispector, do que às especificidades de sua escrita. A obra e a trajetória de Clarice Lispector causaram sombra não só à obra de sua irmã como às de outras escritoras do mesmo período. Neste artigo, questionamos o papel da crítica no apagamento do nome de Elisa Lispector na literatura brasileira que tomou o caso Clarice como excepcional, negando às escritoras, de um modo geral, um espaço para debater seus textos e subjetividades. Além da vinculação da obra da escritora à obra de sua irmã pela crítica literária, analisamos como a tradição literária falocêntrica contribuiu para este apagamento. Elisa Lispector contribuiu para o debate acerca do baixo número de publicações de escritoras, evocando Virginia Woolf e Simone de Beauvoir. Atuou para que as escritoras pudessem ter uma tradição em que se ancorar. Analisamos os romances O muro de pedras publicado em 1963, O dia mais longo de Thereza de 1965, A última porta de 1975, Corpo a corpo de 1983 e do conto “Uma outra temporada no inferno” de seu último livro O tigre de bengala publicado em 1985, demonstrando como a escritora explorou os processos de emancipação feminina e os conflitos comuns a esta fase de transição.BEYOND A ROOM OF ONE’S OWN: THE CASE ELISA LISPECTORABSTRACT: Elisa Lispector has written numerous novels and short stories, receiving awards for some of them. The writer, although she explored the construction of a female subjectivity, is almost always remembered for autobiographical writings, especially the novel No exílio of 1948. The criticism was more attentive to the narratives that illuminated episodes of the life of her younger sister, Clarice Lispector, than to the specificities of her writing. Clarice Lispector's work and trajectory cast a shadow not only on her sister's work but also on those of other writers of the same period. In this article, we question the role of criticism in the elimination of Elisa Lispector's name in Brazilian literature, which took Clarice as exceptional, denying writers, in general, a space to debate their texts and subjectivities. In addition to linking the writer's work to her sister's work by literary criticism, we analyze how the phallocentric literary tradition contributed to this elimination. Elisa Lispector contributed to the debate about the low number of writers' publications, evoking Virginia Woolf and Simone de Beauvoir. It worked so that the writers could have a tradition in which to anchor themselves. We analyze the novels O muro de pedras published in 1963, O dia mais longo de Thereza of 1965, A última porta of 1975, Corpo a corpo of 1983 and the short story "Uma outra temporada no inferno" from her last book O tigre de bengala published in 1985, demonstrating how the writer explored the processes of female emancipation and the conflicts common to this phase of transition.Keywords: Elisa Lispector; feminist criticism; Brazilian literature. |
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