Do olhar português sobre Macau: algumas representações poéticas contemporâneas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Nunes de Almeida, Catarina
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Matraga (Online)
Texto Completo: https://www.e-publicacoes.uerj.br/matraga/article/view/35487
Resumo: Macau ocupa até hoje um lugar ímpar na cultura portuguesa, confi­gurando uma entidade simultaneamente histórica, literária, política e mítica. A poesia portuguesa contemporânea tem sido persistente em recuperar os termos da complexa relação que Oriente e Ociden­te foram tecendo ao longo dos séculos e essa persistência permite­-nos olhar para Macau não apenas como um território geográfico, mas como um conceito com uma considerável força simbólica. Podemos, em certa medida, entender a aproximação ao imaginário macaense como nostalgia do império, como esperança do encontro não só com um passado histórico, mas também literário (através de figuras como Luís de Camões, Camilo Pessanha ou Wenceslau de Moraes, com vivências ligadas àquele território). Alguns poetas escolhidos para este estudo trabalharam por alguns anos no territó­rio (José Alberto Oliveira, Gil de Carvalho ou Fernanda Dias), ou­tros realizaram viagens por tempo mais limitado (Sophia de Mello Breyner Andresen, em 1977, a convite do Conselho da Revolução, onde iria tomar parte das celebrações do Dia de Camões; Antó­nio Manuel Couto Viana, entre 1986 e 1988, a convite do Instituto Cultural de Macau, onde colaborou enquanto docente; e Eugénio de Andrade, em 1999, numa visita breve que resultaria anos mais tarde na obra Pequeno Caderno do Oriente, publicada em 2004). A evocação dum conjunto fixo de lugares (por exemplo, a Gruta de Camões ou o Jardim Lou Lim Ieoc), continuamente retomados pela escrita, resultou na cristalização duma cartografia literária associa­da a Macau, cujo mapeamento e a interpretação este estudo propõe.
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