Carl Schmitt e seus leitores: o significado teológico de uma confusão

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Marques, Alexandre Bacelar
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ
Texto Completo: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/12447
Resumo: Carl Schmitt s thinking has been variously received. Not only it has received a different reception across different intellectual traditions but and even by different readers in the same tradition. It has not, remarkably, been possible to achieve any overall consensus about his main political and theoretical tenets. Was him a fascist? Or rather an authoritarian liberal? Was his constitutional theory developed pro or against Weimar constitution? Was him a committed Christian or an atheist? A nihilist pledger of irrational decision in politics or a prudent defender of rule of law? My dissertation raises the hypothesis that this abnormal amount of conflict between interpretations results from the fact that Schmitt is a Christian thinker. Not that he is Christian in his private convictions but in his discourse. It is possible if not commanding to read him as an elusive representative of the tradition of thinking that starts with Augustine and include names as John Henry Newman, Jacques Maritain and so many others. To convert such assertion in a plausible vision it is required two different tasks. We need, first, to address the question of how it is possible to exist a Christian thinker that contrary to the most typical examples is not a theologian not even an apologist of the dogmas and values of Christian religion. Obviously, Schmitt is neither one nor the other. And we need, besides his, to show that whatever the way we have founded to solve this problem, it must be according to Schmitt s own understanding of the matter. The first of these tasks is handled by redefining the notion of Christian thinker . A Christian thinker , so it ll be argued, is not a Christian moralist nor a Christian theologian but, rather, a Christian translator. What he does is convert truth from the language of the dogma to the language of his auditorium. This is not a novel conception, but one can be retraced do Augustine s rhetorical thinking. The great number of controversial interpretations of Schmitt ideas must be understood as the final product of this act of translation. The second task is accomplished through an analysis of Schmitt s vision of rhetorical condition of modern political discourse. It showed that not only he does understands the role of the Christian thinker as a translator; most importantly, he conceives the modern auditorium in way that allow us to attribute a theological meaning to the essentially controversial reception of his work.
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It has not, remarkably, been possible to achieve any overall consensus about his main political and theoretical tenets. Was him a fascist? Or rather an authoritarian liberal? Was his constitutional theory developed pro or against Weimar constitution? Was him a committed Christian or an atheist? A nihilist pledger of irrational decision in politics or a prudent defender of rule of law? My dissertation raises the hypothesis that this abnormal amount of conflict between interpretations results from the fact that Schmitt is a Christian thinker. Not that he is Christian in his private convictions but in his discourse. It is possible if not commanding to read him as an elusive representative of the tradition of thinking that starts with Augustine and include names as John Henry Newman, Jacques Maritain and so many others. To convert such assertion in a plausible vision it is required two different tasks. We need, first, to address the question of how it is possible to exist a Christian thinker that contrary to the most typical examples is not a theologian not even an apologist of the dogmas and values of Christian religion. Obviously, Schmitt is neither one nor the other. And we need, besides his, to show that whatever the way we have founded to solve this problem, it must be according to Schmitt s own understanding of the matter. The first of these tasks is handled by redefining the notion of Christian thinker . A Christian thinker , so it ll be argued, is not a Christian moralist nor a Christian theologian but, rather, a Christian translator. What he does is convert truth from the language of the dogma to the language of his auditorium. This is not a novel conception, but one can be retraced do Augustine s rhetorical thinking. The great number of controversial interpretations of Schmitt ideas must be understood as the final product of this act of translation. The second task is accomplished through an analysis of Schmitt s vision of rhetorical condition of modern political discourse. It showed that not only he does understands the role of the Christian thinker as a translator; most importantly, he conceives the modern auditorium in way that allow us to attribute a theological meaning to the essentially controversial reception of his work.O pensamento de Carl Schmitt foi recebido de maneira muito diversificada. Ele não apenas foi recebido de forma diferente por várias tradições intelectuais, mas também por diferentes pensadores no interior da mesma tradição. Notavelmente, não foi possível, até agora, estabelecer um consenso geral a respeito de suas ideias políticas e teóricas. Era ele um fascista? Ou, antes, um liberal autoritário? Sua teoria constitucional foi desenvolvida contra ou a favor da constituição de Weimar? Era um cristão militante ou um ateu? Um advogado niilista da decisão irracional em política ou um prudente defensor do governo das leis? Minha dissertação levanta a hipótese de que o nível anormalmente alto de conflito entre as interpretações de Schmitt resulta do fato de ser um pensador cristão. Não que ele seja cristão em suas convicções privadas, mas em seu discurso. É possível se não obrigatório lê-lo como um elusivo representante da tradição de pensamento que começa com Agostinho e inclui nomes como os de John Henry Newman, Jacques Maritain e tantos outros. Duas tarefas, portanto, necessárias para que se converta esta asserção em uma visão plausível. Primero, é preciso abordar a questão de como é possível existir um pensador cristão que contrariamente aos exemplos mais característicos não é um teólogo, nem um apologista dos dogmas e valores da religião cristã. Obviamente, Schmitt não é uma coisa nem outra. Em seguida, é preciso mostrar que, qualquer que seja a resposta que tenhamos dado à questão, ela deve estar de acordo com a compreensão do próprio Schmitt a respeito da matéria. Lidarei com a primeira destas tarefas redefinindo a noção do que é ser um pensador cristão . Um pensador cristão não é um moralista cristão, nem um teólogo cristão, e sim, um tradutor cristão. O que ele faz é converter a verdade da linguagem do dogma para a linguagem de seu auditório. Esta não é uma concepção nova. Ela remonta ao pensamento retórico de Agostinho. O grande número de interpretações controversas quanto às ideias de Schmitt deve ser compreendido como o produto final do ato de tradução. A segunda tarefa é a análise da visão schmittiana da condição retórica do discurso político moderno. Esta análise demonstra não apenas que Schmitt compreende o papel do pensador cristão como o de um mediador, mas também, ainda mais importante, que ele concebe o auditório moderno de um modo que nos permite atribuir um significado teológico para a recepção essencialmente controversa de seu trabalho.Submitted by Boris Flegr (boris@uerj.br) on 2021-01-06T20:42:40Z No. of bitstreams: 1 tese Alexandre Bacelar Marques.pdf: 1307480 bytes, checksum: cd39ff94394762e216b9d4414c88fbb4 (MD5)Made available in DSpace on 2021-01-06T20:42:40Z (GMT). No. of bitstreams: 1 tese Alexandre Bacelar Marques.pdf: 1307480 bytes, checksum: cd39ff94394762e216b9d4414c88fbb4 (MD5) Previous issue date: 2016-05-29Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superiorapplication/pdfporUniversidade do Estado do Rio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em Ciência PolíticaUERJBRCentro de Ciências Sociais::Instituto de Estudos Sociais e PolíticosCarl SchmittChristian thinkingSchmitianismTwentieth Century s political thinkingCarl SchmittPensamento cristãoSchmittianismoPensamento político do séc. XXCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::CIENCIA POLITICA::TEORIA POLITICACarl Schmitt e seus leitores: o significado teológico de uma confusãoCarl Schmitt and his readers: the theological underpinning of a controversyinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJinstname:Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)instacron:UERJORIGINALtese Alexandre Bacelar Marques.pdfapplication/pdf1307480http://www.bdtd.uerj.br/bitstream/1/12447/1/tese+Alexandre+Bacelar+Marques.pdfcd39ff94394762e216b9d4414c88fbb4MD511/124472024-02-26 11:40:27.235oai:www.bdtd.uerj.br:1/12447Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.bdtd.uerj.br/PUBhttps://www.bdtd.uerj.br:8443/oai/requestbdtd.suporte@uerj.bropendoar:29032024-02-26T14:40:27Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)false
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