Petrogênese da Suíte Intrusiva Santa Clara com base em litogeoquímica, geocronologia U-Pb e geoquímica isotópica Lu-Hf: registro de magmatismo rapakívitico no SW do Cráton Amazônico
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ |
Texto Completo: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/7018 |
Resumo: | A Suíte Intrusiva Santa Clara é uma das sete suítes intrusivas que fazem parte da Província Estanífera de Rondônia, localizada na porção SW do Cráton Amazônico. Dados recentes mostram que esta suíte compreende um total de dezessete corpos intrusivos: Santa Clara, Oriente Novo, Oriente Velho, Jacundá, Massaranduba, Retiro, Moisés, Manteiga, Primavera, Montenegro, Jararaca e Jatuarana, além de outros mapeados apenas através de dados de aerogeofísica. Os dados acerca desta suíte intrusiva são relativamente escassos e alguns de seus corpos não haviam sido mapeados até o momento. Nesta tese de doutorado, onze dos dezessete maciços intrusivos da Suíte Intrusiva Santa Clara foram mapeados, amostrados e analisados, gerando dados inéditos. Os litotipos desta suíte são intrusivos em gnaisses ortoderivados, gnaisses paraderivados e granitoides do Complexo Jamari. As características de campo, petrográfica e litogeoquímica permitiram agrupar os litotipos da Suíte Intrusiva Santa Clara em anfibólio-biotita quartzo-monzonitos e biotita granitos. Os anfibólio-biotita quartzo-monzonitos apresentam granulação média a grossa, textura porfirítica e exibem feições típicas de rochas produzidas por processo de mistura magmática e hibridização, como a presença de clots máficos surmicáceos, também conhecidos como MME (mafic microgranular enclave), feições indicativas de resfriamento rápido como cristais de apatita acicular, evidências de desequilíbrio mineral e textura rapakivi. Já os biotita granitos possuem granulação média e textura que varia de porfirítica a equigranular; são rochas relativamente homogêneas, sem evidências de hibridização. As rochas do grupo de anfibólio-biotita quartzo-monzonitos são mais enriquecidas em Fe2O3, MnO, MgO, CaO, TiO2, P2O5, Ba, Sr, Zr, V e Sc quando comparadas aos biotita granitos. Os litotipos da Suíte Intrusiva Santa Clara são subalcalinos, metaluminosos a fracamente peraluminosos e exibem características geoquímicas compatíveis com aquelas esperadas para granitos tipo-A. Os litotipos analisados possuem características típicas de granitos tipo-A ferroan , são álcali-cálcicos e calci-alcálicos e o grupo de quartzo-monzonitos apresenta caráter mais oxidado quando comparado com o grupo de biotita granitos, que são moderadamente reduzidos. Diagramas discriminantes de ambientes tectônicos sugerem que os litotipos da Suíte Intrusiva Santa Clara são típicos de ambiente intraplaca, do tipo-A2, isto é, associados a ambientes pós-colisionais/pós-orogênicos. Datações U-Pb LA-ICP-MS obtidas em amostras da Suíte Intrusiva Santa Clara sugerem magmatismo entre 1061±11 Ma e 1099±17 Ma, com idades discrepantes para os Maciços Jatuarana (1126±7 Ma) e Jararaca (1138±16 Ma e 1123±13 Ma), que podem na realidade não fazer parte da Suíte Intrusiva Santa Clara, e talvez devessem ser separados da suíte. As análises de Lu-Hf LA-ICP-MS in situ em zircão revelam que as amostras de anfibólio-biotita quartzo-monzonitos exibem valores negativos e positivos de ƐHf, indicando mistura de fontes. As análises também mostram que os grãos com ƐHf negativos possuem idades TDM arquenas a paleoproterozoicas, indo de 2,54 Ga a 1,84 Ga. Os grãos com ƐHf positivos têm idades TDM paleoproterozoicas a mesoproterozoicas, em intervalo entre 1,77 Ga e 1,31 Ga. Os dados apresentados neste tese de doutorado sugerem que os quartzo-monzonitos representem rochas híbridas, resultantes da mistura magmática entre um componente máfico injetado em câmara magmática onde um componente félsico estava sendo cristalizado. A autora sugere que um processo de underplating máfico tenha ocorrido nos estágios finais da Orogênese Nova Brasilândia e que este magma teria levado à fusão parcial de crosta inferior, gerando melt de composição félsica. Este magmatismo félsico seria representado pelos litotipos do grupo de biotita granitos, que de maneira geral não exibem evidências de mistura magmática. Já os litotipos do grupo de anfibólio-biotita quartzo-monzonitos representariam rochas formadas a partir da mistura entre magma básico retido abaixo da crosta com melt félsico de origem crustal. |
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Petrogênese da Suíte Intrusiva Santa Clara com base em litogeoquímica, geocronologia U-Pb e geoquímica isotópica Lu-Hf: registro de magmatismo rapakívitico no SW do Cráton AmazônicoPetrogenesis of the Santa Clara Intrusive Suite based on lithogeochemistry, U-Pb geochronology and Lu-Hf isotope gechemistry: rapakivi magmatism in the SW Amazonian CratonPetrogenesisGeochemistryA-type granitesAnorogenic granitesRapakiviAmazonian CratonPetrologiaGeoquímicaGranitos rapakiviMistura magmáticaRapakiviCráton AmazônicoCNPQ::CIENCIAS EXATAS E DA TERRA::GEOCIENCIAS::GEOLOGIAA Suíte Intrusiva Santa Clara é uma das sete suítes intrusivas que fazem parte da Província Estanífera de Rondônia, localizada na porção SW do Cráton Amazônico. Dados recentes mostram que esta suíte compreende um total de dezessete corpos intrusivos: Santa Clara, Oriente Novo, Oriente Velho, Jacundá, Massaranduba, Retiro, Moisés, Manteiga, Primavera, Montenegro, Jararaca e Jatuarana, além de outros mapeados apenas através de dados de aerogeofísica. Os dados acerca desta suíte intrusiva são relativamente escassos e alguns de seus corpos não haviam sido mapeados até o momento. Nesta tese de doutorado, onze dos dezessete maciços intrusivos da Suíte Intrusiva Santa Clara foram mapeados, amostrados e analisados, gerando dados inéditos. Os litotipos desta suíte são intrusivos em gnaisses ortoderivados, gnaisses paraderivados e granitoides do Complexo Jamari. As características de campo, petrográfica e litogeoquímica permitiram agrupar os litotipos da Suíte Intrusiva Santa Clara em anfibólio-biotita quartzo-monzonitos e biotita granitos. Os anfibólio-biotita quartzo-monzonitos apresentam granulação média a grossa, textura porfirítica e exibem feições típicas de rochas produzidas por processo de mistura magmática e hibridização, como a presença de clots máficos surmicáceos, também conhecidos como MME (mafic microgranular enclave), feições indicativas de resfriamento rápido como cristais de apatita acicular, evidências de desequilíbrio mineral e textura rapakivi. Já os biotita granitos possuem granulação média e textura que varia de porfirítica a equigranular; são rochas relativamente homogêneas, sem evidências de hibridização. As rochas do grupo de anfibólio-biotita quartzo-monzonitos são mais enriquecidas em Fe2O3, MnO, MgO, CaO, TiO2, P2O5, Ba, Sr, Zr, V e Sc quando comparadas aos biotita granitos. Os litotipos da Suíte Intrusiva Santa Clara são subalcalinos, metaluminosos a fracamente peraluminosos e exibem características geoquímicas compatíveis com aquelas esperadas para granitos tipo-A. Os litotipos analisados possuem características típicas de granitos tipo-A ferroan , são álcali-cálcicos e calci-alcálicos e o grupo de quartzo-monzonitos apresenta caráter mais oxidado quando comparado com o grupo de biotita granitos, que são moderadamente reduzidos. Diagramas discriminantes de ambientes tectônicos sugerem que os litotipos da Suíte Intrusiva Santa Clara são típicos de ambiente intraplaca, do tipo-A2, isto é, associados a ambientes pós-colisionais/pós-orogênicos. Datações U-Pb LA-ICP-MS obtidas em amostras da Suíte Intrusiva Santa Clara sugerem magmatismo entre 1061±11 Ma e 1099±17 Ma, com idades discrepantes para os Maciços Jatuarana (1126±7 Ma) e Jararaca (1138±16 Ma e 1123±13 Ma), que podem na realidade não fazer parte da Suíte Intrusiva Santa Clara, e talvez devessem ser separados da suíte. As análises de Lu-Hf LA-ICP-MS in situ em zircão revelam que as amostras de anfibólio-biotita quartzo-monzonitos exibem valores negativos e positivos de ƐHf, indicando mistura de fontes. As análises também mostram que os grãos com ƐHf negativos possuem idades TDM arquenas a paleoproterozoicas, indo de 2,54 Ga a 1,84 Ga. Os grãos com ƐHf positivos têm idades TDM paleoproterozoicas a mesoproterozoicas, em intervalo entre 1,77 Ga e 1,31 Ga. Os dados apresentados neste tese de doutorado sugerem que os quartzo-monzonitos representem rochas híbridas, resultantes da mistura magmática entre um componente máfico injetado em câmara magmática onde um componente félsico estava sendo cristalizado. A autora sugere que um processo de underplating máfico tenha ocorrido nos estágios finais da Orogênese Nova Brasilândia e que este magma teria levado à fusão parcial de crosta inferior, gerando melt de composição félsica. Este magmatismo félsico seria representado pelos litotipos do grupo de biotita granitos, que de maneira geral não exibem evidências de mistura magmática. Já os litotipos do grupo de anfibólio-biotita quartzo-monzonitos representariam rochas formadas a partir da mistura entre magma básico retido abaixo da crosta com melt félsico de origem crustal.The Santa Clara Intrusive Suite is one of the seven intrusive suítes that comprise the Rondônia Tin province, in the SW Amazonian Craton. Recent studies have considered that this suíte is composed of seventeen bodies: Santa Clara, Oriente Novo, Oriente Velho, Jacundá, Massaranduba, Retiro, Moisés, Manteiga, Primavera, Montenegro, Jararaca, Jatuarana and other intrusive bodies with no geological data so far. In this thesis, eleven of these intrusive massifs were studied and new unpublished geological data are presented. The rocks of the Santa Clara Intrusive Suite are intrusive in orthogneisses, paragneisses and granitoids from the Jamari Complex. The studied lithotypes were grouped in amphibole-biotite quartz-monzonites and biotite granites. The amphibole-biotite quartz-monzonites are porphyritic medium to coarse grained rocks and show some features compatible with magma mixing, such as the presence of mafic clots (also known as mafic microgranular enclave, MME), needle-like apatite, evidence of mineral disequilibrium and rapakivi texture. The porphyritic to equigranular biotite granites are medium-grained rocks and show no evidence of magma mixing. The quartz-monzonites are enriched in Fe2O3, MnO, MgO, CaO, TiO2, P2O5, Ba, Sr, Zr, V and Sc when compared to the biotite granites. The rocks of the Santa Clara Intrusive Suite are subalkaline, metaluminous to slightly peraluminous in character and show geochemical characteristics compatible with A-type granites. These are ferroan A-type, alkali-calcic to calc-alkalic granites; the quartz-monzonites have an oxidized nature and the biotite granites are slightly reduced. The rocks of the Santa Clara Intrusive Suite are A2-type within-plate granites, which are associated with post-collisional/post-orogenic tectonic settings. U-Pb LA-ICP-MS data suggest magmatism ranging from 1061±11 Ma to 1099±17 Ma, with some very diferente ages for the Jatuarana (1126±7 Ma) and Jararaca (1138±16 Ma e 1123±13 Ma) massifs, which could actually represent older igneous intrusive bodies and therefore should be separated from the Santa Clara Intrusive Suite. Lu-Hf LA-ICP-MS analysis reveal that the quartz-monzonites show evidence of mixing from two different sources, since they have both positive and negative ƐHf values. The TDM ages are at least 180 Ma younger for the grains with positive ƐHf values when compared to the grains with negative ƐHf values. The data presented in this thesis suggest that the quartz-monzonites represent hybrid rocks generated through mixing process between a mafic end member which was injected in a magmatic chamber with a felsic component. The author considers that a mafic underplating took place during the final stages of the Nova Brasilândia Orogenesis and this underplating would be responsible for melting the lower crust, generating a felsic melt. The crystallization of this felsic melt would result in the homogeneous biotite granitesCoordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorUniversidade do Estado do Rio de JaneiroCentro de Tecnologia e Ciências::Faculdade de GeologiaBRUERJPrograma de Pós-Graduação em Análise de Bacias e Faixas MóveisGeraldes, Mauro Cesarhttp://lattes.cnpq.br/6282229671610460Heilbron, Monica da Costa Pereira Lavallehttp://lattes.cnpq.br/3847685914783573Rodrigues, Sergio Wilians de Oliveirahttp://lattes.cnpq.br/9219254181601306Duarte, Beatriz Paschoalhttp://lattes.cnpq.br/0001020653445095Mendes, Julio Cezarhttp://lattes.cnpq.br/2278221700182008Araujo, Carlos Eduardo Ganade dehttp://lattes.cnpq.br/5082464940811802Nogueira, Camila Cardoso2021-01-05T15:31:09Z2018-03-072016-02-23info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfNOGUEIRA, Camila Cardoso. Petrogênese da Suíte Intrusiva Santa Clara com base em litogeoquímica, geocronologia U-Pb e geoquímica isotópica Lu-Hf: registro de magmatismo rapakívitico no SW do Cráton Amazônico. 2016. 160 f. Tese (Doutorado em Análise de Bacias;Tectônia, Petrologia e Recursos Minerais) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de janeiro, 2016.http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/7018porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJinstname:Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)instacron:UERJ2024-02-27T17:16:03Zoai:www.bdtd.uerj.br:1/7018Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.bdtd.uerj.br/PUBhttps://www.bdtd.uerj.br:8443/oai/requestbdtd.suporte@uerj.bropendoar:29032024-02-27T17:16:03Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)false |
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A Suíte Intrusiva Santa Clara é uma das sete suítes intrusivas que fazem parte da Província Estanífera de Rondônia, localizada na porção SW do Cráton Amazônico. Dados recentes mostram que esta suíte compreende um total de dezessete corpos intrusivos: Santa Clara, Oriente Novo, Oriente Velho, Jacundá, Massaranduba, Retiro, Moisés, Manteiga, Primavera, Montenegro, Jararaca e Jatuarana, além de outros mapeados apenas através de dados de aerogeofísica. Os dados acerca desta suíte intrusiva são relativamente escassos e alguns de seus corpos não haviam sido mapeados até o momento. Nesta tese de doutorado, onze dos dezessete maciços intrusivos da Suíte Intrusiva Santa Clara foram mapeados, amostrados e analisados, gerando dados inéditos. Os litotipos desta suíte são intrusivos em gnaisses ortoderivados, gnaisses paraderivados e granitoides do Complexo Jamari. As características de campo, petrográfica e litogeoquímica permitiram agrupar os litotipos da Suíte Intrusiva Santa Clara em anfibólio-biotita quartzo-monzonitos e biotita granitos. Os anfibólio-biotita quartzo-monzonitos apresentam granulação média a grossa, textura porfirítica e exibem feições típicas de rochas produzidas por processo de mistura magmática e hibridização, como a presença de clots máficos surmicáceos, também conhecidos como MME (mafic microgranular enclave), feições indicativas de resfriamento rápido como cristais de apatita acicular, evidências de desequilíbrio mineral e textura rapakivi. Já os biotita granitos possuem granulação média e textura que varia de porfirítica a equigranular; são rochas relativamente homogêneas, sem evidências de hibridização. As rochas do grupo de anfibólio-biotita quartzo-monzonitos são mais enriquecidas em Fe2O3, MnO, MgO, CaO, TiO2, P2O5, Ba, Sr, Zr, V e Sc quando comparadas aos biotita granitos. Os litotipos da Suíte Intrusiva Santa Clara são subalcalinos, metaluminosos a fracamente peraluminosos e exibem características geoquímicas compatíveis com aquelas esperadas para granitos tipo-A. Os litotipos analisados possuem características típicas de granitos tipo-A ferroan , são álcali-cálcicos e calci-alcálicos e o grupo de quartzo-monzonitos apresenta caráter mais oxidado quando comparado com o grupo de biotita granitos, que são moderadamente reduzidos. Diagramas discriminantes de ambientes tectônicos sugerem que os litotipos da Suíte Intrusiva Santa Clara são típicos de ambiente intraplaca, do tipo-A2, isto é, associados a ambientes pós-colisionais/pós-orogênicos. Datações U-Pb LA-ICP-MS obtidas em amostras da Suíte Intrusiva Santa Clara sugerem magmatismo entre 1061±11 Ma e 1099±17 Ma, com idades discrepantes para os Maciços Jatuarana (1126±7 Ma) e Jararaca (1138±16 Ma e 1123±13 Ma), que podem na realidade não fazer parte da Suíte Intrusiva Santa Clara, e talvez devessem ser separados da suíte. As análises de Lu-Hf LA-ICP-MS in situ em zircão revelam que as amostras de anfibólio-biotita quartzo-monzonitos exibem valores negativos e positivos de ƐHf, indicando mistura de fontes. As análises também mostram que os grãos com ƐHf negativos possuem idades TDM arquenas a paleoproterozoicas, indo de 2,54 Ga a 1,84 Ga. Os grãos com ƐHf positivos têm idades TDM paleoproterozoicas a mesoproterozoicas, em intervalo entre 1,77 Ga e 1,31 Ga. Os dados apresentados neste tese de doutorado sugerem que os quartzo-monzonitos representem rochas híbridas, resultantes da mistura magmática entre um componente máfico injetado em câmara magmática onde um componente félsico estava sendo cristalizado. A autora sugere que um processo de underplating máfico tenha ocorrido nos estágios finais da Orogênese Nova Brasilândia e que este magma teria levado à fusão parcial de crosta inferior, gerando melt de composição félsica. Este magmatismo félsico seria representado pelos litotipos do grupo de biotita granitos, que de maneira geral não exibem evidências de mistura magmática. Já os litotipos do grupo de anfibólio-biotita quartzo-monzonitos representariam rochas formadas a partir da mistura entre magma básico retido abaixo da crosta com melt félsico de origem crustal. |
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