Acurácia dos testes de fluência verbal com critério semântico e ortográfico na identificação de idosos com síndrome demencial: estudo FIBRA RJ

• Autor(a) principal: Teldeschi, Alina Lebreiro Guimarães
• Data de Publicação: 2017
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ
• Texto Completo: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/8832
• topic: Verbal Fluency Test; Accuracy; Elderly; Diagnosis; Dementia; Teste de fluência verbal; Acurácia; Idosos; Diagnóstico; Demência; Demência; Idosos; Cognição na velhice; Teste de Estado Mental e Demência; CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::MEDICINA::CLINICA MEDICA

Instrumentos de avaliação capazes de contribuir, de maneira eficaz, para a identificação de potenciais quadros demenciais são fundamentais na prática clínica e em pesquisas. O teste de fluência verbal é um instrumento de avaliação cognitiva breve que vem mostrando alto potencial neste sentido. Inúmeros estudos comprovaram a sensibilidade deste tipo de teste para a detecção de alterações cognitivas provenientes de processos degenerativos. No entanto, a acurácia deste teste não foi estudada de forma consistente no Brasil. Observa-se uma escassez de estudos nacionais com amostras representativas da população idosa que busca atendimento em diferentes contextos clínicos.Objetivou-se neste estudo determinar a validade de critério dos testes de fluência verbal com as letras F-A-S e com as categorias frutas e animais e analisar as características sociodemográficas da amostra. Foi realizada uma pesquisa de delineamento transversal com uma subamostra do estudo Fragilidade em Idosos Brasileiros (Fibra) - seção RJ. Foram analisadas as frequências descritivas das características sociodemográficas da amostra e a área sob a Curva ROC para avaliar a acurácia dos testes de fluência verbal com as letras F-A-S e com as categorias frutas e animais na descriminação de idosos com demência daqueles sem demência. Os pontos de corte foram obtidos pelas medidas de sensibilidade e especificidade mais equilibradas, e seus respectivos valores preditivo positivo e preditivo negativo foram descritos. Foram analisados os dados de 212 indivíduos com idade média de 80,0 (±7,5) e escolaridade média de 9,1 (±5,2). Destes, 71,7% eram mulheres, 53,8% tinham 80 anos ou mais e 42,5% tinham 12 ou mais anos de escolaridade. Para o teste de fluência verbal com as letras F-A-S, o melhor ponto de corte foi 25/26, com sensibilidade de 81% e especificidade de 59%. A área sob a curva ROC foi 0,762 (95% IC 0,696-0,827). Para o teste de fluência verbal com a categoria frutas o melhor ponto de corte foi 11/12, com sensibilidade de 86% e especificidade de 53%. A área sob a curva ROC foi 0,797 (95% IC 0,733-0,860). Para o teste de fluência verbal com a categoria animais o melhor ponto de corte foi 12/13, com sensibilidade de 79% e especificidade de 62%. A área sob a curva ROC foi 0,782 (95% IC 0,713-0,850). Tais resultados fornecem evidências de que os testes de fluência verbal apresentam boa acurácia na discriminação de indivíduos com e sem demência em uma amostra predominantemente composta por idosos do sexo feminino, com idades mais avançadas e nível de escolaridade médio para alto.