Vivendo com o inimigo: competição entre os corais invasores Tubastraea spp. e a esponja Desmapsamma anchorata na Baía de Ilha Grande, RJ
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ |
Texto Completo: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/5844 |
Resumo: | Espécies invasoras têm transformado muitos ecossistemas através de mudanças na estrutura das comunidades, cadeia trófica, ciclagem de nutrientes e sedimentação. A competição interespecífica ocorre frequentemente entre espécies nativas e introduzidas, e constitui um processo determinante na eficiência da invasão. Essa competição pode acarretar em alterações no papel das espécies dentro da comunidade e alterar os processos ecossistêmicos. Os corais Tubastraea coccinea e T. tagusensis invadiram o Brasil na década de 80, e são favorecidos pela carência de predadores na biota local, sendo a esponja Desmapsamma anchorata o único organismo identificado como inibidor do crescimento e desenvolvimento desses corais. O presente estudo tem como objetivo: 1) Quantificar e classificar em cinco categorias de interação: sobrecrescimento, contorno, contato periférico, encontro com até cinco cm de distância e encontro de cinco ate dez cm de distância entre as esponjas e Tubastraea spp. na Baía de Ilha Grande, temporalmente; 2) Descrever os mecanismos utilizados na competição entre a esponja D. anchorata e os corais Tubastraea (físicos ou químicos?); 3) Descrever a dinâmica do crescimento da esponja D. anchorata com relação a fatores abióticos. Foram encontradas 37 espécies de esponjas interagindo com Tubastraea spp, sendo que apenas 12 dessas espécies interagiram mais de 10 % no total de interações. O contato periférico e a interação de até 5 cm de distância foram os tipos de interação mais encontrados. D. anchorata foi a esponja que mais teve o contato de sobreposição. Não foi observado efeitos significativos dos extratos de Tubastraea spp. sobre D. anchorata e nem dos extratos de D. anchorata sobre o metabolismo dos corais. A sobreposição foi a principal ferramenta utilizada na defesa contra o competidor, enquanto que os corais Tubastraea spp. utilizaram defesa física e provavelmente química. D. anchorata não apresentou relação entre seu crescimento e os fatores abióticos medidos e mostrou crescimento em taxas diferentes durante os meses analisados, com um pico no mês de setembro diminuindo até a sua morte, no mês de dezembro. No caso da competição entre os invasores Tubastraea spp. e a esponja D. anchorata, a hipótese de controle biótico não pode ser levada em consideração, já que os corais Tubastraea spp. têm demonstrado capacidade de se expandir e colonizar novos locais muito rapidamente. Porém, como observado no presente estudo, e em outros trabalhos, pontualmente a esponja vence na competição com os corais invasores |
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Vivendo com o inimigo: competição entre os corais invasores Tubastraea spp. e a esponja Desmapsamma anchorata na Baía de Ilha Grande, RJLiving with the enemy: competition between corals invaders Tubastraea spp. and sponge Desmapsamma anchorata in Ilha Grande BayCompetitionBioinvasionTubastraea spp. Desmapsamma anchorataCompetiçãoBioinvasãoTubastraea spp. Desmapsamma anchorataCoraisIlha Grande, Baía da (RJ)BioinvasãoCNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::ECOLOGIAEspécies invasoras têm transformado muitos ecossistemas através de mudanças na estrutura das comunidades, cadeia trófica, ciclagem de nutrientes e sedimentação. A competição interespecífica ocorre frequentemente entre espécies nativas e introduzidas, e constitui um processo determinante na eficiência da invasão. Essa competição pode acarretar em alterações no papel das espécies dentro da comunidade e alterar os processos ecossistêmicos. Os corais Tubastraea coccinea e T. tagusensis invadiram o Brasil na década de 80, e são favorecidos pela carência de predadores na biota local, sendo a esponja Desmapsamma anchorata o único organismo identificado como inibidor do crescimento e desenvolvimento desses corais. O presente estudo tem como objetivo: 1) Quantificar e classificar em cinco categorias de interação: sobrecrescimento, contorno, contato periférico, encontro com até cinco cm de distância e encontro de cinco ate dez cm de distância entre as esponjas e Tubastraea spp. na Baía de Ilha Grande, temporalmente; 2) Descrever os mecanismos utilizados na competição entre a esponja D. anchorata e os corais Tubastraea (físicos ou químicos?); 3) Descrever a dinâmica do crescimento da esponja D. anchorata com relação a fatores abióticos. Foram encontradas 37 espécies de esponjas interagindo com Tubastraea spp, sendo que apenas 12 dessas espécies interagiram mais de 10 % no total de interações. O contato periférico e a interação de até 5 cm de distância foram os tipos de interação mais encontrados. D. anchorata foi a esponja que mais teve o contato de sobreposição. Não foi observado efeitos significativos dos extratos de Tubastraea spp. sobre D. anchorata e nem dos extratos de D. anchorata sobre o metabolismo dos corais. A sobreposição foi a principal ferramenta utilizada na defesa contra o competidor, enquanto que os corais Tubastraea spp. utilizaram defesa física e provavelmente química. D. anchorata não apresentou relação entre seu crescimento e os fatores abióticos medidos e mostrou crescimento em taxas diferentes durante os meses analisados, com um pico no mês de setembro diminuindo até a sua morte, no mês de dezembro. No caso da competição entre os invasores Tubastraea spp. e a esponja D. anchorata, a hipótese de controle biótico não pode ser levada em consideração, já que os corais Tubastraea spp. têm demonstrado capacidade de se expandir e colonizar novos locais muito rapidamente. Porém, como observado no presente estudo, e em outros trabalhos, pontualmente a esponja vence na competição com os corais invasoresInvasive species have transformed many ecosystems through changes in community structure, food chain, nutrient cycling and sedimentation. The interspecific competition often occurs between native and introduced species, and is a key process in the efficiency of invasion. This competition may result in changes in the role of species within the community and change ecosystem processes. The corals Tubastraea tagusensis and Tubastraea coccinea invaded Brazil in the 80s, and are favored by the lack of predators in the local biota, with an sponge Desmapsamma anchorata the only organism identified as an inhibitor of the growth and development of these corals. The objectives of this study is: 1) quantify and classify five categories of interaction: overgrowth, contour, peripheral contact, interactions with up to 5cm, and 5 to 10cm distance between sponges and Tubastraea spp. in the Ilha Grande Bay, 2) Describe the mechanisms used in the competition between the sponge D. anchorata and Tubastraea corals (physical or chemical?) 3) Describe the dynamic growth of the sponge D. anchorata in relation to abiotic factors. Were found 37 sponge species interacting with Tubastraea spp., and only 12 of those species interact more than 10% of the total interactions were observed. The peripheral contact and interaction of up to 5 cm were the most commonly found types of interaction. D. anchorata was a sponge that had more overlap contact. It was not observed significant effects of Tubastraea spp. extracts on D. anchorata and also not in extracts of D. anchorata on the metabolism of corals. The overlap was the main mechanism used in defense against the invasive coral, while Tubastraea spp. used physical and probably chemical defense. D. anchorata showed no relationship between growth and abiotic factors and showed growth at different rates during different months, with a peak in September decreasing until his death in December. In the case of competition between invasive Tubastraea spp. and the sponge D. anchorata , the hypothesis of biotic control cannot be taken into consideration, because the corals Tubastraea spp. have demonstrated ability to expand and colonize new sites very quickly. However, as observed in this study and other studies, the sponge wins the competition with the invaders coralsFundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de JaneiroUniversidade do Estado do Rio de JaneiroCentro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara GomesBRUERJPrograma de Pós-Graduação em Ecologia e EvoluçãoFleury, Beatriz GrossoFLEURY, B. G.Hajdu, Gisele Lôbohttp://lattes.cnpq.br/1346430944942436Junqueira, Andrea de Oliveira Ribeirohttp://lattes.cnpq.br/6666722792473573Maia, Lenize Fernandeshttp://lattes.cnpq.br/5503167434522090Silva, Amanda Guilherme da2020-11-08T19:05:08Z2014-04-152014-02-25info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfSILVA, Amanda Guilherme da. Vivendo com o inimigo: competição entre os corais invasores Tubastraea spp. e a esponja Desmapsamma anchorata na Baía de Ilha Grande, RJ. 2014. 110 f. 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