Avaliação da eficácia de uma nova formulação de anfotericina B poliagregada em diferentes esquemas terapêuticos no tratamento da esporotricose experimental causada por <i>Sporothrix brasiliensis</i>
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ |
Texto Completo: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16178 |
Resumo: | A esporotricose é uma micose subcutânea, crônica, causada por espécies termo-dimórficas do complexo <i>Sporothrix schenckii</i>. Esta micose apresenta diferentes manifestações clínicas sendo mais comum a forma linfocutânea. Casos graves causados por <i>Sporothrix brasiliensis</i> têm sido descritos recentemente, exigindo um tratamento prolongado com antifúngicos de alta toxicidade como a anfotericina B-desoxicolato ou suas versões menos tóxicas, mas de alto custo. Neste trabalho visamos testar <i>in vitro</i> e <i>in vivo</i> a eficácia de uma nova formulação intravenosa de anfotericina B poliagregada (P-AmB) e testar <i>in vivo</i> sua versão semi-sólida (AmB tópica), comparando-a com o itraconazol (ITC) e a anfotericina B-desoxicolato (D-AmB). Ensaios de susceptibilidade <i>in vitro</i> com <i>S. brasiliensis</i> mostraram que esta espécie é suscetível aos antifúngicos testados. Para os testes de eficácia <i>in vivo</i> foram estabelecidos um modelo de esporotricose disseminada e outro de esporotricose subcutânea, causados por <i>S. brasiliensis</i>. No modelo de esporotricose disseminada camundongos BALB/c foram inoculados intravenosamente com leveduras de <i>S. brasiliensis</i> e, 72 h pós-infecção, tratados sob diferentes regimes terapêuticos: i) uma monoterapia de ITC, D-AmB ou P-AmB; ii) uma combinação terapêutica entre D-AmB e ITC ou P-AmB e ITC; iii) um regime de pulso com D-AmB ou P-AmB. A sobrevivência (n= nove) e a carga fúngica em órgãos internos (n= três, no mínimo) foram avaliadas, sendo observado que o regime de pulso com D-AmB ou P-AmB foi o mais efetivo em prolongar a sobrevivência dos animais e reduzir a carga fúngica nos órgãos, seguido pela combinação terapêutica, porém o tratamento com D-AmB e ITC foi a combinação mais efetiva. A monoterapia com ITC e P-AmB e D-AmB foram menos eficazes, sendo corroborados pelas análises histopatológicas. Ensaios de toxicidade <i>in vivo</i> com as diferentes drogas revelaram que ITC e D-AmB induziram a uma toxicidade hepática e renal nos animais, respectivamente, mas P-AmB não induziu a nenhuma toxicidade. Nos ensaios de citoxicidade <i>in vitro</i> foi observado que ITC foi a menos citotóxica e hemolítica e a mais seletiva das drogas testadas, seguida por P-AmB, que foi menos citotóxica e mais seletiva que D-AmB. No modelo de esporotricose subcutânea camundongos da mesma linhagem foram inoculados por via subcutânea com conídios de <i>S. schenckii</i> e de <i>S. brasiliensis</i> (n=9/ grupo). Os animais infectados com <i>S. brasiliensis</i> apresentaram regressão das lesões primárias e disseminação. Usando o modelo de esporotricose subcutânea murina causada por <i>S. brasiliensis</i> testamos peliminarmente a formulação tópica de AmB poliagregada, que reduziu a extensão das lesões de animais infectados. Este é o primeiro trabalho a avaliar diferentes regimes de tratamento da esporotricose disseminada murina causada por <i>S. brasiliensis</i> utilizando ITC, D-AmB e uma nova formulação menos tóxica de anfotericina B poliagregada. O estudo revelou que o regime de pulso foi o mais eficaz para as formulações intravenosas de AmB. Nosso estudo também estabeleceu pioneiramente um modelo de esporotricose subcutânea induzido por <i>S. brasiliensis</i>, que se revelou uma ferramenta útil para comparar a virulência das espécies do complexo <i>S. schenckii</i> e para testar a eficácia de antifúngicos contra essas novas espécies. |
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Avaliação da eficácia de uma nova formulação de anfotericina B poliagregada em diferentes esquemas terapêuticos no tratamento da esporotricose experimental causada por <i>Sporothrix brasiliensis</i>Evaluation of efficacy of a new poly-aggregated amphotericin B in different terapeutic eschemes on the treatment of the experimental sporotrichosis caused by <i>Sporothrix brasiliensis</i>Sporothrix brasiliensisSporotrichosisAmphotericin BToxicitySporothrix brasiliensisEsporotricoseAnfotericina BToxicidadeEsporotricoseSporothrixAnfotericina BMicoses TratamentoCNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::MICROBIOLOGIA::BIOLOGIA E FISIOLOGIA DOS MICROORGANISMOS::MICOLOGIAA esporotricose é uma micose subcutânea, crônica, causada por espécies termo-dimórficas do complexo <i>Sporothrix schenckii</i>. Esta micose apresenta diferentes manifestações clínicas sendo mais comum a forma linfocutânea. Casos graves causados por <i>Sporothrix brasiliensis</i> têm sido descritos recentemente, exigindo um tratamento prolongado com antifúngicos de alta toxicidade como a anfotericina B-desoxicolato ou suas versões menos tóxicas, mas de alto custo. Neste trabalho visamos testar <i>in vitro</i> e <i>in vivo</i> a eficácia de uma nova formulação intravenosa de anfotericina B poliagregada (P-AmB) e testar <i>in vivo</i> sua versão semi-sólida (AmB tópica), comparando-a com o itraconazol (ITC) e a anfotericina B-desoxicolato (D-AmB). Ensaios de susceptibilidade <i>in vitro</i> com <i>S. brasiliensis</i> mostraram que esta espécie é suscetível aos antifúngicos testados. Para os testes de eficácia <i>in vivo</i> foram estabelecidos um modelo de esporotricose disseminada e outro de esporotricose subcutânea, causados por <i>S. brasiliensis</i>. No modelo de esporotricose disseminada camundongos BALB/c foram inoculados intravenosamente com leveduras de <i>S. brasiliensis</i> e, 72 h pós-infecção, tratados sob diferentes regimes terapêuticos: i) uma monoterapia de ITC, D-AmB ou P-AmB; ii) uma combinação terapêutica entre D-AmB e ITC ou P-AmB e ITC; iii) um regime de pulso com D-AmB ou P-AmB. A sobrevivência (n= nove) e a carga fúngica em órgãos internos (n= três, no mínimo) foram avaliadas, sendo observado que o regime de pulso com D-AmB ou P-AmB foi o mais efetivo em prolongar a sobrevivência dos animais e reduzir a carga fúngica nos órgãos, seguido pela combinação terapêutica, porém o tratamento com D-AmB e ITC foi a combinação mais efetiva. A monoterapia com ITC e P-AmB e D-AmB foram menos eficazes, sendo corroborados pelas análises histopatológicas. Ensaios de toxicidade <i>in vivo</i> com as diferentes drogas revelaram que ITC e D-AmB induziram a uma toxicidade hepática e renal nos animais, respectivamente, mas P-AmB não induziu a nenhuma toxicidade. Nos ensaios de citoxicidade <i>in vitro</i> foi observado que ITC foi a menos citotóxica e hemolítica e a mais seletiva das drogas testadas, seguida por P-AmB, que foi menos citotóxica e mais seletiva que D-AmB. No modelo de esporotricose subcutânea camundongos da mesma linhagem foram inoculados por via subcutânea com conídios de <i>S. schenckii</i> e de <i>S. brasiliensis</i> (n=9/ grupo). Os animais infectados com <i>S. brasiliensis</i> apresentaram regressão das lesões primárias e disseminação. Usando o modelo de esporotricose subcutânea murina causada por <i>S. brasiliensis</i> testamos peliminarmente a formulação tópica de AmB poliagregada, que reduziu a extensão das lesões de animais infectados. Este é o primeiro trabalho a avaliar diferentes regimes de tratamento da esporotricose disseminada murina causada por <i>S. brasiliensis</i> utilizando ITC, D-AmB e uma nova formulação menos tóxica de anfotericina B poliagregada. O estudo revelou que o regime de pulso foi o mais eficaz para as formulações intravenosas de AmB. Nosso estudo também estabeleceu pioneiramente um modelo de esporotricose subcutânea induzido por <i>S. brasiliensis</i>, que se revelou uma ferramenta útil para comparar a virulência das espécies do complexo <i>S. schenckii</i> e para testar a eficácia de antifúngicos contra essas novas espécies.Sporotrichosis is a chronic subcutaneous mycosis caused by several thermo-dimorphic species of the <i>Sporothrix schenckii</i> complex. This mycosis presents different clinical manifestations, and the most common form is the lymphocutaneous form. Severe cases caused by <i>Sporothrix brasiliensis</i> have been recently described, which required a prolonged treatment with high toxic antifungal drugs as amphotericin B-deoxycholate or its less toxic and costly versions. The aim of this work was to test the <i>in vitro</i> and <i>in vivo</i> efficacy of a new intravenous formulation of a poli-aggregated amphotericin B (D-AmB) and to test the in vivo efficacy semi-solid version (topical AmB), using as reference drugs the itraconazole (ITC) and amphotericin B-desoxycholate (D-AmB). <i>In vitro</i> susceptibility tests with <i>S. brasiliensis</i> showed that this species is susceptible to reference antifungals and to P-AmB. For <i>in vivo</i> tests a murine model of disseminated sporotrichosis and other of subcutaneous sporotrichosis, caused by <i>S. brasiliensis</i>, were established. For the disseminated model of sporotrichosis BALB/c intravenously inoculated with <i>S. brasiliensis</i> yeast cells were treated 72 h post- infection, treated with the drugs already mentioned, under different therapeutic regimens: i) a monotherapy ITC, D-AmB or P-AmB; ii) a therapeutic combination of D-AmB and ITC and P-AmB and ITC; iii) a system of pulse with D-AmB or P-AmB. Survival (n=nine) and fungal load in internal organs (n=three at least) were evaluated, and it was observed that monotherapy with ITC and P-AmB and D-AmB was the least effective regimen. The combination therapy was more effective than the monotherapy, and the combination of D-AmB and ITC was more effective than the combination with P-AmB and ITC. The pulse regimen, using D-AmB or P-AmB, was the most effective of all since prolonged the survival of animals and reduced the fungal burden in the organs. <i>In vivo</i> toxicity tests with the different drugs showed that the ITC and D-AmB induced hepatic and renal toxicity in animals, respectively, but not P-AmB. <i>In vitro</i> cytotoxicity tests it was observed that ITC was less cytotoxic and hemolytic and most selective drugs tested, followed by P- AmB, which is less cytotoxic and more selective than D-AmB. In the subcutaneous sporotrichosis model mice of the same strain were inoculated subcutaneously with conidia of <i>S. schenckii</i> and <i>S. brasiliensis</i> (n=9/group). The animals infected with <i>S. brasiliensis</i> showed regression of primary lesions and dissemination. Using the subcutaneous murine sporotrichosis model caused by <i>S. brasiliensis</i> we tested preliminarly the topical poly-aggregated AmB, wich reduced the extent of lesions from infected animals infected. This is the first study to evaluate different dosing regimens of disseminated murine sporotrichosis caused by <i>S. brasiliensis</i> using ITC, D-AmB and a new less toxic formulation of poly-aggregated amphotericin B. This study revealed that the pulse regimen as the most effective for the formulations of intravenous AmB. Our study also established pioneering a model of subcutaneous sporotrichosis induced by <i>S. brasiliensis</i>, which has proved a useful tool to compare the virulence of the complex species of <i>S. schenckii</i> complex and to test the efficacy of new antifungal agentes.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorUniversidade do Estado do Rio de JaneiroCentro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara GomesBRUERJPrograma de Pós-Graduação em BiociênciasBezerra, Leila Maria Lopeshttp://lattes.cnpq.br/8692762060973151Coelho, Marsen Garcia Pintohttp://lattes.cnpq.br/4468352500732645Menezes, Rodrigo Caldashttp://lattes.cnpq.br/2811769356300005Ishida, Kellyhttp://lattes.cnpq.br/3506391218002956Castro, Rafaela Alves de2021-04-26T01:11:40Z2016-02-152014-04-16info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfCASTRO, Rafaela Alves de. Avaliação da eficácia de uma nova formulação de anfotericina B poliagregada em diferentes esquemas terapêuticos no tratamento da esporotricose experimental causada por <i>Sporothrix brasiliensis</i>. 2014. 141 f. Tese (Doutorado em Biociências Nucleares; Ecologia) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2014.http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16178porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJinstname:Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)instacron:UERJ2024-02-26T14:25:00Zoai:www.bdtd.uerj.br:1/16178Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.bdtd.uerj.br/PUBhttps://www.bdtd.uerj.br:8443/oai/requestbdtd.suporte@uerj.bropendoar:29032024-02-26T14:25Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)false |
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A esporotricose é uma micose subcutânea, crônica, causada por espécies termo-dimórficas do complexo <i>Sporothrix schenckii</i>. Esta micose apresenta diferentes manifestações clínicas sendo mais comum a forma linfocutânea. Casos graves causados por <i>Sporothrix brasiliensis</i> têm sido descritos recentemente, exigindo um tratamento prolongado com antifúngicos de alta toxicidade como a anfotericina B-desoxicolato ou suas versões menos tóxicas, mas de alto custo. Neste trabalho visamos testar <i>in vitro</i> e <i>in vivo</i> a eficácia de uma nova formulação intravenosa de anfotericina B poliagregada (P-AmB) e testar <i>in vivo</i> sua versão semi-sólida (AmB tópica), comparando-a com o itraconazol (ITC) e a anfotericina B-desoxicolato (D-AmB). Ensaios de susceptibilidade <i>in vitro</i> com <i>S. brasiliensis</i> mostraram que esta espécie é suscetível aos antifúngicos testados. Para os testes de eficácia <i>in vivo</i> foram estabelecidos um modelo de esporotricose disseminada e outro de esporotricose subcutânea, causados por <i>S. brasiliensis</i>. No modelo de esporotricose disseminada camundongos BALB/c foram inoculados intravenosamente com leveduras de <i>S. brasiliensis</i> e, 72 h pós-infecção, tratados sob diferentes regimes terapêuticos: i) uma monoterapia de ITC, D-AmB ou P-AmB; ii) uma combinação terapêutica entre D-AmB e ITC ou P-AmB e ITC; iii) um regime de pulso com D-AmB ou P-AmB. A sobrevivência (n= nove) e a carga fúngica em órgãos internos (n= três, no mínimo) foram avaliadas, sendo observado que o regime de pulso com D-AmB ou P-AmB foi o mais efetivo em prolongar a sobrevivência dos animais e reduzir a carga fúngica nos órgãos, seguido pela combinação terapêutica, porém o tratamento com D-AmB e ITC foi a combinação mais efetiva. A monoterapia com ITC e P-AmB e D-AmB foram menos eficazes, sendo corroborados pelas análises histopatológicas. Ensaios de toxicidade <i>in vivo</i> com as diferentes drogas revelaram que ITC e D-AmB induziram a uma toxicidade hepática e renal nos animais, respectivamente, mas P-AmB não induziu a nenhuma toxicidade. Nos ensaios de citoxicidade <i>in vitro</i> foi observado que ITC foi a menos citotóxica e hemolítica e a mais seletiva das drogas testadas, seguida por P-AmB, que foi menos citotóxica e mais seletiva que D-AmB. No modelo de esporotricose subcutânea camundongos da mesma linhagem foram inoculados por via subcutânea com conídios de <i>S. schenckii</i> e de <i>S. brasiliensis</i> (n=9/ grupo). Os animais infectados com <i>S. brasiliensis</i> apresentaram regressão das lesões primárias e disseminação. Usando o modelo de esporotricose subcutânea murina causada por <i>S. brasiliensis</i> testamos peliminarmente a formulação tópica de AmB poliagregada, que reduziu a extensão das lesões de animais infectados. Este é o primeiro trabalho a avaliar diferentes regimes de tratamento da esporotricose disseminada murina causada por <i>S. brasiliensis</i> utilizando ITC, D-AmB e uma nova formulação menos tóxica de anfotericina B poliagregada. O estudo revelou que o regime de pulso foi o mais eficaz para as formulações intravenosas de AmB. Nosso estudo também estabeleceu pioneiramente um modelo de esporotricose subcutânea induzido por <i>S. brasiliensis</i>, que se revelou uma ferramenta útil para comparar a virulência das espécies do complexo <i>S. schenckii</i> e para testar a eficácia de antifúngicos contra essas novas espécies. |
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