Potências Médias Emergentes e Uso da Força: Brasil e Índia no Conselho de Segurança das Nações Unidas (1946-2012)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ |
Texto Completo: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17672 |
Resumo: | Criada por grandes potências, a ONU está inserida na política de poder entre os Estados. Nesse contexto, o objetivo desta tese é compreender como as alterações no equilíbrio de poder impactaram na capacidade de membros não permanentes de influenciar os trabalhos do Conselho de Segurança. São utilizados como casos comparativos as participações do Brasil e da Índia durante seus mandatos no órgão. Ambos são países intermediários em comparação às grandes potências e que possuem um movimento de emergência e de busca de protagonismo, mas há um elemento central que os diferencia: o poder militar e, sobretudo, o poder nuclear. Dessa forma, a hipótese sob a qual essa tese se debruça é que o poder nuclear indiano teria conferido ao país maior possibilidade de interferência nas negociações no Conselho. A metodologia consiste na análise dos votos e de suas justificativas conferidas por Brasil e Índia no CSNU, no marco temporal de seus mandatos no órgão, entre 1946 e 2012. A interpretação será feita com base em um modelo de política externa comparada multinível, que conjuga o papel dos atores, do governo, dos aspectos socioeconômicos, das relações regionais e da configuração da ordem internacional. Pode-se formular que, nesta pesquisa, o voto de Brasil e Índia funciona como variável dependente, enquanto o diferencial de poder militar seria a variável independente. Por se tratar de um ambiente de interação assimétrico devido à divisão entre membros permanentes e não permanentes, o desenho institucional do CSNU funciona como variável interveniente. Os resultados encontrados apontam que a hipótese do trabalho não foi integralmente confirmada, mas tal fato abriu espaço para investigações que se converteram em uma conclusão mais robusta que a originalmente proposta. O padrão dos votos e do alinhamento com membros permanentes não variou significativamente entre Brasil e Índia, pois a lógica negociadora do CSNU e a concentração do poder decisório opera mais no eixo permanente/não permanente do que no nuclear/não nuclear. A nuclearização indiana, entretanto, não pode ser descartada das relações de poder, pois o país obteve incrementos em seu poder de barganha e em seu peso nas considerações de questões de segurança, sobretudo regionalmente. |
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Potências Médias Emergentes e Uso da Força: Brasil e Índia no Conselho de Segurança das Nações Unidas (1946-2012)Emerging middle powers and the use of force: Brazil and India at the United Nations Security Council (1946-2012)United NationsUnited Nations Security CouncilBrazilIndiaOrganização das Nações UnidasConselho de Segurança das Nações UnidasBrasilÍndiaBrazil-Relações exterioresÍndia-Relações exterioresOrganização das Nações UnidasSegurança internacionalNações unidas-Conselho de segurançaCIENCIAS HUMANAS::CIENCIA POLITICA::POLITICA INTERNACIONALCriada por grandes potências, a ONU está inserida na política de poder entre os Estados. Nesse contexto, o objetivo desta tese é compreender como as alterações no equilíbrio de poder impactaram na capacidade de membros não permanentes de influenciar os trabalhos do Conselho de Segurança. São utilizados como casos comparativos as participações do Brasil e da Índia durante seus mandatos no órgão. Ambos são países intermediários em comparação às grandes potências e que possuem um movimento de emergência e de busca de protagonismo, mas há um elemento central que os diferencia: o poder militar e, sobretudo, o poder nuclear. Dessa forma, a hipótese sob a qual essa tese se debruça é que o poder nuclear indiano teria conferido ao país maior possibilidade de interferência nas negociações no Conselho. A metodologia consiste na análise dos votos e de suas justificativas conferidas por Brasil e Índia no CSNU, no marco temporal de seus mandatos no órgão, entre 1946 e 2012. A interpretação será feita com base em um modelo de política externa comparada multinível, que conjuga o papel dos atores, do governo, dos aspectos socioeconômicos, das relações regionais e da configuração da ordem internacional. Pode-se formular que, nesta pesquisa, o voto de Brasil e Índia funciona como variável dependente, enquanto o diferencial de poder militar seria a variável independente. Por se tratar de um ambiente de interação assimétrico devido à divisão entre membros permanentes e não permanentes, o desenho institucional do CSNU funciona como variável interveniente. Os resultados encontrados apontam que a hipótese do trabalho não foi integralmente confirmada, mas tal fato abriu espaço para investigações que se converteram em uma conclusão mais robusta que a originalmente proposta. O padrão dos votos e do alinhamento com membros permanentes não variou significativamente entre Brasil e Índia, pois a lógica negociadora do CSNU e a concentração do poder decisório opera mais no eixo permanente/não permanente do que no nuclear/não nuclear. A nuclearização indiana, entretanto, não pode ser descartada das relações de poder, pois o país obteve incrementos em seu poder de barganha e em seu peso nas considerações de questões de segurança, sobretudo regionalmente.Created by great powers, the UN is embedded in the power politics of States. In this context, the purpose of this thesis is to understand how changes in the balance of power impacted the ability of nonpermanent members to influence the work of the Security Council. As comparative cases, the analysis is based on the participation of Brazil and India during their mandates. Both are intermediate countries in comparison to the great powers, and they have an emergent path and search for protagonism, but there is a central element that sets them apart: military power and, above all, nuclear power. Thus, the hypothesis of this thesis is that the Indian nuclear power would have given the country a greater possibility of interference in the Council negotiations. The methodology consists in the analysis of the votes and their justifications conferred by Brazil and India in the UNSC, within the timeframe of their mandates, between 1946 and 2012. The interpretation will be based on the application of a multilevel comparative foreign policy framework, which combines the role of the actors, government, socio-economic aspects, regional relations and the shaping of the international order. It can be formulated that, in this research, the vote of Brazil and India works as a dependent variable, while the asymmetries in military power would be the independent variable. Because it is an environment of asymmetrical interaction due to the division between permanent and non-permanent members, the institutional design of the UNSC acts as an intervening variable. The results show that the hypothesis of the work was not fully confirmed, but this fact made room for investigations that became a more robust conclusion than the one originally proposed. The pattern of votes and alignment with permanent members did not vary significantly between Brazil and India, as the UNSC negotiating logic and concentration of decision-making power operate more on the permanent/ non-permanent axis than on the nuclear/non-nuclear one. Indian nuclearization, however, cannot be ruled out of power relations, for the country has gained in its bargaining power and weight in the consideration of security issues, especially regionally.Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPqUniversidade do Estado do Rio de JaneiroCentro de Ciências Sociais::Instituto de Estudos Sociais e PolíticosBrasilUERJPrograma de Pós-Graduação em Ciência PolíticaLima, Maria Regina Soares dehttp://lattes.cnpq.br/4161307140465507Milani, Carlos Roberto Sanchezhttp://lattes.cnpq.br/5543774684916326Pinheiro, Leticia de Abreuhttp://lattes.cnpq.br/4376327572484778Junior, Gelson Fonsecahttp://lattes.cnpq.br/0661406774026065Monteiro, Leonardo Valentehttp://lattes.cnpq.br/4674190159284172Duarte, Rubens de SiqueiraRubens de Siqueira DuarteAlbuquerque, Marianna Restum Antonio de2022-05-02T17:45:04Z2020-01-10info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfALBUQUERQUE, Marianna Restum Antonio de. Potências Médias Emergentes e Uso da Força: Brasil e Índia no Conselho de Segurança das Nações Unidas (1946-2012). 2020. 544 f. Tese (Doutorado em Ciência Política) - Instituto de Estudos Sociais e Políticos, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2020.http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17672porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJinstname:Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)instacron:UERJ2024-02-26T14:40:32Zoai:www.bdtd.uerj.br:1/17672Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.bdtd.uerj.br/PUBhttps://www.bdtd.uerj.br:8443/oai/requestbdtd.suporte@uerj.bropendoar:29032024-02-26T14:40:32Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)false |
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