O CORPO EDUCADO: A ESCOLA COMO DISPOSITIVO DISCIPLINADOR NA SOCIEDADE DE CONTROLE

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Faria dos Santos Paniag, Maria de Lourdes
Data de Publicação: 2013
Outros Autores: da Fonseca Fernandes, Eliane Marquez
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Eletrônica de Estudos do Discurso e do Corpo
Texto Completo: https://periodicos2.uesb.br/index.php/redisco/article/view/2674
Resumo: A construção deste trabalho tem o objetivo debater como a escola desenvolve estratégias para disciplinar o corpo do aluno. Para desenvolver a nossa investigação, embasamo-nos nos pressupostos genealógicos dos estudos foucaultianos. Em Vigiar e Punir, buscamos fundamentos para observar como suas concepções de poder disciplinar abrem possibilidade de análise das ações adestradoras dos indivíduos. Dois dos “recursos para o bom adestramento” apresentados por Foucault são particularmente úteis para a compreensão da visibilidade a que são expostos os corpos: o exame e o panoptismo. Recorremos também a Deleuze, para refletir sobre a possibilidade de as disciplinas terem entrado em crise a partir da década de 1950 e verificar como as sociedades disciplinares agregam-se a posturas de controle do ser humano enquanto espécie. Observamos como as instituições escolares continuam disciplinando, não apenas os corpos dos alunos, mas também os cérebros dos indivíduos de tal modo que passam a interiorizar comportamentos de integração e exclusão próprios da sociedade de controle. Nossa investigação, em instituições escolares públicas localizadas no interior de Goiás, conseguiu flagrar aspectos indicadores de um contexto biopolítico que se impõe. O dispositivo de vigilância permite uma ação controladora sobre o uso de brincos, cabelos longos ou bonés pelos meninos. É também coibido o uso de roupas curtas e de adereços em excesso pelas meninas. Até mesmo as necessidades fisiológicas passam por normatizações para que os jovens se enquadrem em padrões aceitáveis. No entanto, as ações de disciplinamento não são aceitas pacificamente, pois a resistência sempre permite o aparecimento de rupturas contínuas.
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