Carolina e Clarice: aproximações entre fenomenologia heideggeriana, feminino e literatura

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Caldeira, Danielle de Gois Santos
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Odeere
Texto Completo: https://periodicos2.uesb.br/index.php/odeere/article/view/7870
Resumo: A literatura mundial reconhece Carolina de Jesus e Clarice Lispector como escritoras reflexivas e críticas à sociedade brasileira do século XX e ao feminino. Este artigo expõe uma leitura hermenêutica inspirada em Martin Heidegger, a respeito de Quarto de Despejo e Perto do Coração Selvagem, clássico literários, entendendo-os como horizontes de encontro para compreender o feminino desde a circularidade de sentido envolvendo entes humanos e existenciais heideggerianos. A apropriação da linguagem das escritoras estreou modos de libertação do feminino, desvelamentos de significados e conceções de mundo. Expor a Fenomenologia heideggeriana atenta ao feminino, acrescida da análise psicológica das escritoras, reflete suposta neutralidade histórica, cultural e literária que elege protagonistas-narradores masculinos como singulares, e segregam o feminino a relacionamentos, filiações ou proles. Os resultados, a partir da reflexão/compreensão hermenêutica, reconstroem noção de humanidade que rompe com complementaridades, por exemplo, personagens femininas que não procuram pelo masculino; que explicita noção do eu feminino que não reforça intimismo, a primeira pessoa, nesses clássicos, é uma indeterminação correspondendo aqueles à margem social. As lutas cotidianas sejam contra fome, sejam não sucumbir a acessório do masculino, fazem da hermenêutica do feminino exercício de resistência. Apropriar o humano de sua correspondência com mundo ao formular sentidos não discriminatórios possibilita e empodera o formular de reflexões e ações demonstrativas de liberdade e ética.
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Expor a Fenomenologia heideggeriana atenta ao feminino, acrescida da análise psicológica das escritoras, reflete suposta neutralidade histórica, cultural e literária que elege protagonistas-narradores masculinos como singulares, e segregam o feminino a relacionamentos, filiações ou proles. Os resultados, a partir da reflexão/compreensão hermenêutica, reconstroem noção de humanidade que rompe com complementaridades, por exemplo, personagens femininas que não procuram pelo masculino; que explicita noção do eu feminino que não reforça intimismo, a primeira pessoa, nesses clássicos, é uma indeterminação correspondendo aqueles à margem social. As lutas cotidianas sejam contra fome, sejam não sucumbir a acessório do masculino, fazem da hermenêutica do feminino exercício de resistência. Apropriar o humano de sua correspondência com mundo ao formular sentidos não discriminatórios possibilita e empodera o formular de reflexões e ações demonstrativas de liberdade e ética.La literatura mundial reconoce a Carolina de Jesús y Clarice Lispector como escritoras reflexivas y críticas sobre la sociedad brasileña del ssiglo XX y sobre las mujeres. Este artículo expone una lectura hermenéutica inspirada en Martin Heidegger, sobre el Trastero: diário de una favelada y Cerca del corazón salvaje, literário clásico, entendiéndolos como horizontes de encuentro para entender lo femenino desde la circularidad de sentido que involucra a seres humanos y existenciales heideggerianos. La apropriación del linguaje de las escritoras detuba formas de liberar lo femenino, desvelando significados y concepciones del mundo. Exponer la Fenomenología de Heidegger atenta a lo femenino, más el análisis psicológico de los escritores, refleja una supuesta neutralidad histórica, cultural y literária que elige a los protagonistas-narradores masculinos como singulares y segrega lo femenino en relaciones, afiliaciones o descendencia. Los resultados, basados en la reflexión/ comprensión hermenéutica, reconstruyen la noción de humanidad que rompe com complementariedades, por ejemplo, personajes femeninos que no buscan al masculino; que explicita la noción del yo femenino que no refuerza la initmidad, la primera persona, en estos clásicos, es una indeterminación correspondiente a las del margen social. Las luchas diárias contra el hambre, o no sucumbir al realce marculino, hacen de la hermenéutica feminina un ejercicio de resistencia. Apropiarse del ser humano de su correspondencia con el mundo mediante la formulación de significados no discriminatórias posibilita y empodera la formulación de reflexiones y acciones que demuestren libertad y ética.Edições UESB2021-06-30info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionPeer-reviewed articleArtigo avaliado pelos paresArtículo revisado por paresapplication/pdfhttps://periodicos2.uesb.br/index.php/odeere/article/view/787010.22481/odeere.v6i01.7870ODEERE; Vol. 6 Núm. 1 (2021): ATIVISMO NEGRO E JUSTIÇA RACIAL: produções teóricas e de pesquisa no campo da etnicidade, interseccionalidade e diversidade sexual; 233-256ODEERE; Vol. 6 No. 1 (2021): ATIVISMO NEGRO E JUSTIÇA RACIAL: produções teóricas e de pesquisa no campo da etnicidade, interseccionalidade e diversidade sexual; 233-256ODEERE; v. 6 n. 1 (2021): ATIVISMO NEGRO E JUSTIÇA RACIAL: produções teóricas e de pesquisa no campo da etnicidade, interseccionalidade e diversidade sexual; 233-256ODEERE; Vol. 6 No. 1 (2021): ATIVISMO NEGRO E JUSTIÇA RACIAL: produções teóricas e de pesquisa no campo da etnicidade, interseccionalidade e diversidade sexual; 233-2562525-4715reponame:Revista Odeereinstname:Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB)instacron:UESBporhttps://periodicos2.uesb.br/index.php/odeere/article/view/7870/5913Copyright (c) 2021 ODEEREhttps://creativecommons.org/licenses/by/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessCaldeira, Danielle de Gois Santos2021-12-31T01:21:03Zoai:periodicos.periodicos2.uesb.br:article/7870Revistahttp://periodicos2.uesb.br/index.php/odeere/indexPUBhttps://periodicos2.uesb.br/index.php/odeere/oairevistaodeere@uesb.edu.br||2525-47152525-4715opendoar:2021-12-31T01:21:03Revista Odeere - Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB)false
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