Literatura e transgressão: Sade, Masoch e Bataille

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pedro, Renata Lopes
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Litterata
Texto Completo: http://periodicos.uesc.br/index.php/litterata/article/view/551
Resumo: Este artigo tem o intuito de relacionar Literatura e Transgressão, analisando três dos escritores considerados “libertinos”: Sade, Masoch e Bataille. Os romances de Sade são romances eróticos, escritos para saciar sua excitação sexual furiosa e comunicá-la eventualmente a outro. Sade nos apresenta seus heróis a título de exemplo, mais é preciso notar que ele os qualifica sempre de celerados, patifes, monstros. As sinistras orgias de Sade são pesadelos, por isso o imaginável pode ser admirado, por causa de sua intensidade de expressão, enquanto o realizável correspondente seria reprovado. Entretanto, a tendência a tratar das sevícias sexuais, pretendendo que tanto os pacientes quanto os agentes sentissem uma satisfação especial nelas, tomou um sentido inteiramente novo com Leopold de Sacher Masoch, um homem enigmático que só conseguia realizar o ato sexual com a condição de ser açoitado e humilhado pela mulher que ele desejava. Bataille é o autor que apresenta um sentido negro do erótico, de seus perigos de fascinação e humilhação. Em sua obra, História do Olho, ocorre um violento processo de despersonalização, os traços que distinguem o rosto apagam-se restando apenas os órgãos entregues à convulsão interna da carne, operando num corpo que prescinde da mediação do espírito. Nesta obra, o tema da pornografia não é o sexo, mas sim a morte.
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