"A misericórdia violenta...”:
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Litterata |
Texto Completo: | http://periodicos.uesc.br/index.php/litterata/article/view/2926 |
Resumo: | Resumo: Os contos “Amor” (1960), de Clarice Lispector, e “Maria” (2016), de Conceição Evaristo, relatam as incertezas e os perigos impostos às personagens mulheres em transportes coletivos, nos quais suas protagonistas não tem o menor controle nas situações públicas, vivenciando, assim, dilemas específicos e intensificados pelas motivações e limitações históricas impostas ao seus gênero e raça (SAFFIOTI, 2013; SCHWARCZ and STARLING, 2015) num cotidiano cada vez mais violento. Considerando as eventuais similaridades e divergências no tratamento da questão da violência e sua relação com a forma do conto, buscamos refletir sobre as tramas e os desfechos propostos em cada um dos textos escritos numa distância de mais de cinco décadas. Narrados sob planos e signos ora ambivalentes ora concretos de significados e sentidos, tais relatos sugerem instantes de expectativas de ultrapassagem dessas imposições sociais, mas que são solapadas pelas dificuldades e limites estruturais de uma racionalidade burguesa e violenta mentalidade patriarcal. Isso traz para esse ensaio a tarefa de propor uma leitura geral sobre a especificidade da representação da violência nessas narrativas (DAVIS, 2016; DORFMAN, 1970), seu modo de configuração ficcional segundo o gênero conto (PIGLIA, 2004) e, por fim, operar com categorias de "coexistência" e "interação" (BAKHTIN, 2010) e do conceito de "inserção" (SANTIAGO, 2014) nas leituras dos textos de Clarice e Conceição no horizonte de questões concernentes tanto às literaturas afro-brasileira como latino-americana e global. Palavras-chave: literatura afro-brasileira; escrita feminina; narrativa; crítica cultural. |
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